ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
«Em três anos difíceis pudemos crescer, mesmo cientificamente, com inovação, e depois ser capazes de mostrar os resultados que temos hoje», disse Díaz-Canel. Photo: Estudios Revolución

«Muito obrigado a todos vocês pela contribuição que fizeram ao país nestes três anos». Foi o que disse o primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, aos especialistas e cientistas cubanos, que se reuniram na terça-feira, 28 de março, à tarde para discutir questões de saúde.

Do Palácio da Revolução - que, tal como refletiu o chefe de Estado, tornou-se também o Palácio das Ciências -o presidente expressou sua sincera gratidão àqueles que, sem dúvida, salvaram um país inteiro: «É muito significativoque hoje estamos comemorando três anos de reuniões», disse.

Destacou que «foram anos difíceis de trabalho devido ao confronto com a Covid-19, em meio a toda a situação que o país viveu, mas não estamos lembrando deles para o mal: estamos lembrando deles para o bem; em outras palavras, que em três anos difíceis fomos capazes de crescer, de crescer até cientificamente, com inovação, e com inovação então para poder mostrar os resultados que temos hoje».

O presidente enfatizou que tais conquistas estão entre as coisas que nos encorajam a continuar no caminho da «resistência criativa». Referiu-se aos três anos em que «começamos o confronto com a Covid-19 voltando-nos para a ciência; e mais tarde, por causa dos resultados, temos estendido isto a outras áreas de atividades econômicas e sociais no país».

Desta forma, Díaz-Canel enfatizou, «estamos dando continuidade a toda a visão do Comandante-em-Chefe a respeito do papel que a ciência deve desempenhar em nossa Revolução: E eu acreditoque a participação da ciência não diminuiu, mas sim estamos continuando e expandindo a participação da ciência».

Os resultados científicos da pesquisa realizada em Cuba serviram de base para a OMS tomar decisões políticas globais contra a poliomielite. Photo: Anabel Díaz

Referindo-se ao tipo de vórtice de conhecimento que o Palácio da Revolução se tornou, o dignitário salientou que «aqui quase todos os dias, em tudo o que é avaliado, há especialistas, cientistas, acadêmicos, para tudo o que vem ampliando a participação das entidades de ciência, tecnologia e inovação, e do setor do conhecimento, na solução e análise dos problemas que temos».

A reunião também contou com a presença da vice-primeira-ministra Inés María Chapman Waugh, que quis transmitir aos especialistas e cientistas a admiração que eles despertam em outras partes do mundo.

A este respeito, compartilhou suas experiências recentes na Conferência das Nações Unidas sobre a Água (2023), realizada em Nova York. Falou do reconhecimento de Cuba por muitos e da forma como a Ilha lidou com a situação da Covid-19.

Representantes de várias nações, disse, aproximaram-se da delegação da Ilha maior das Antilhas para «parabenizar Cuba pela forma como está lidando com a pandemia, pela forma como seus cientistas e médicos estão trabalhando. Muitos se perguntam», comentou Chapman Waugh, «como o país caribenho foi capaz de enfrentar o vírus no meio do bloqueio e de toda a agressão imperial que a nação sofre. Muitos cubanos solidários não puderam acreditar, durante os intercâmbios no Norte, como o inimigo negou a Cuba oxigênio médico ou o acesso a ventiladores pulmonares. Muitos, feridos em sua humanidade, choraram».

A dra. Ileana Morales Suárez, diretora de Ciência e Inovação Tecnológica do ministério da Saúde Pública cubano (Minsap), evocou o início de uma saga cheia de marcos, aquela que salvou milhões de pessoas de todas as idades, e graças à qual hoje o prognóstico da Covid-19 «continua muito animador», segundo o dr. Raúl Guinovart Díaz, doutor em Ciência, disse no encontro.

O especialista lembrou que a primeira reunião da liderança do país com o Grupo de Ciência, criado para combater o coronavírus, aconteceu no dia 2 de abril de 2020.

Não esqueceu que em 14 de abril de 2020 aconteceu a primeira reunião com especialistas clínicos e que a partir do final de maio do mesmo ano, os dois tipos de reuniões foram unificados. «Até agora,foram realizadas mais de 150 reuniões, nas quais foram apresentados cerca de 400 tópicos», disse.

Os frutos estão aí: nasceu um modelo cubano para enfrentar a Covid-19; Cuba conseguiu imunidade para seu povo -tal como Díaz-Canel refletiu na reunião - através da vacinação; surgiu a inteligência coletiva; centenas de milhares de cubanos foram envolvidos na estratégia de vacinação; cerca de 400 doses foram administradas para cada cem habitantes, e tudo isso, como comentou a dra. Ileana Morales, ficará na história dos sucessos da ciência.

Na reunião, especialistas e cientistas falaram da abordagem abrangente da pandemia, da segurança que distingue as vacinas cubanas contra a Covid-19, de continuar trabalhando para manter a imunidade da população, e de ensinar em nossas escolas o que as vacinas significaram na história da humanidade.

Como a comunidade científica cubana não está satisfeita, Ileana Morales falou sobre ideias que compõem a estratégia de vacinação nascidas de análises realizadas no Comitê de Inovação do Minsap em março deste ano: Sugere-se aprovar uma terceira dose de reforço à população, incluída entre os 19 e 69 anos, de forma escalonada e a partir deste mês de abril (uma vez cumprido o período estabelecido para a aplicação do segundo reforço); e está previsto determinar a periodicidade anual da vacinação anti-Covid-19, a ser incluída no Programa Nacional de Imunização de Cuba.

Enquanto as histórias de vida se cruzam e se entrelaçam, a dra. Sonia Resik Aguirre, uma prestigiosa virologista do Instituto Pedro Kourí de Medicina Tropical (IPK), foi encarregada de compartilhar detalhes das contribuições de Cuba ao Programa Global de Erradicação da Poliomielite.

Lembrando marcos da vacinação contra a pólio em Cuba, Resik aludiu a uma estratégia única de administração em campanhas de vacinação oral contra a pólio desde 1962; que os últimos casos de pólio foram registrados na ilha em maio de 1962; bem como a certificação de Cuba por parte da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) como país com a pólio erradicada em 1994.

Em uma reunião na qual o presidente Díaz-Canel e cientistas como Vicente Vélez Bencomo - diretor do Instituto de Vacinas Finlay - lembraram histórias de crianças que sofreram o impacto de uma doença que pode ser paralisante e que ainda ataca em outras latitudes, foi motivo de orgulho ouvir uma ideia trazida pela dra. Sonia Resik, e que está incluída nos espaços das publicações relevantes: «Os resultados científicos das pesquisas realizadas em Cuba serviram de base para que a OMS (Organização Mundial da Saúde) tomasse decisões políticas globais sobre a poliomielite e possibilitaram o avanço de novas estratégias inovadoras, especialmente para a fase final da erradicação da poliomielite e para o desenvolvimento de novas políticas de imunização».