ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Foto: Estudios Revolución

«Com a convicção de que também sairemos vitoriosos deste novo desafio», o general-de-exército Raúl Castro Ruz, líder da Revolução Cubana, enviou saudações ao Conselho Nacional de Defesa (CND), que na tarde de terça-feira, 28 de outubo, analisou as ações de preparação para o furacão Melissa e os esforços de recuperação.

Na reunião, realizada por videoconferência com os chefes dos conselhos provinciais de defesa dos territórios em alerta ciclônico e alarme, o secretário do Conselho de Ministros, general-brigadeiro José Amado Ricardo Guerra, que leu a mensagem, informou que «o camarada general-de-exército Raúl Castro Ruz, que participou conosco desta videoconferência, instruiu-nos a transmitir o seguinte em seu nome»:

«Primeiramente, que ele tem sido mantido informado e continuará sendo, juntamente com todos vocês, sobre a evolução da situação e as medidas adotadas para mitigar os efeitos deste fenômeno».

«Em segundo lugar, ele se alegra em ver a responsabilidade com que trabalhamos e o nível de preparação alcançado, o que nos lembra da necessidade de permanecermos vigilantes e exigirmos a máxima disciplina durante a tempestade, bem como nas fases subsequentes, ou seja, na fase de recuperação».

«E, por fim, envia saudações a todos, juntamente com a convicção de que também sairemos vitoriosos deste novo desafio».

A VIDA EM PRIMEIRO LUGAR

«Com o furacão Melissa, enfrentaremos um impacto complexo, mas trabalhamos ao máximo para mitigar os danos», enfatizou o presidente do Conselho Nacional de Defesa (CDN), Miguel Díaz-Canel Bermúdez, no resumo da reunião realizada poucas horas antes da chegada do olho do ciclone ao país. Participaram membros do Bureau Político, Esteban Lazo Hernández, presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular; Roberto Morales Ojeda, chefe do Órgão de Trabalho Político-Ideológico e Partidário; e Salvador Valdés Mesa, vice-presidente do CDN, o general-de-corpo-de-exército Álvaro López Miera, ministro das Forças armadas revolucionárias (FARs), e general-de-corpo-de-exército Lázaro Alberto Álvarez Casas, titular do ministério do Interior (Minint).

Díaz-Canel insistiu que ninguém deveria ficar desprotegido e que, após a passagem do furacão, ninguém deveria retornar para suas casas devido ao risco de deslizamentos de terra, enchentes e outros perigos.

Observou que, dada a magnitude da tempestade, haverá extensos danos às casas, sendo necessário prever que muitas famílias não poderão retornar e permanecerão em abrigos. Portanto, planos devem ser elaborados para esse tipo de acomodação.

O presidente instruiu, entre outras medidas de recuperação, que a higiene e o saneamento sejam priorizados em primeiro lugar e, em segundo lugar, a restauração dos serviços básicos e da vida econômica e social, como alimentação, eletricidade, saúde e abastecimento de água.

UMA NOITE DIFÍCIL NO LESTE

O major-general Ramón Pardo Guerra, chefe do Estado-Maior da Defesa Civil Nacional, comentou, entre outros dados, que até a tarde de terça-feira, 28, mais de 735 mil pessoas haviam sido evacuadas e que o trabalho continuava.

Relatou a realocação do gado para terrenos mais altos e os esforços para proteger armazéns e recursos econômicos, incluindo parques solares fotovoltaicos e instalações de armazenamento de alimentos, onde os produtos foram cobertos com cobertores, entre outras ações.

Também enfatizou que as FARs e o Minint têm forças e recursos pré-posicionados para cumprir suas missões designadas.

Na reunião, autoridades das províncias em fase de alarme e alerta, acompanhadas por líderes nacionais do Partido e do Governo, explicaram o andamento das tarefas planejadas.

A presidente do Conselho Provincial de Defesa (CPD) de Santiago de Cuba, Beatriz Johnson Urrutia, comentou que 283.853 pessoas haviam sido abrigadas até a tarde, principalmente em casas de familiares e amigos; e em Guamá, a população havia sido quase completamente evacuada, tanto nas áreas mais altas quanto na capital provincial. De Holguín, o presidente do CDP, Joel Queipo Ruiz, reiterou que ali também a prioridade era a mobilização, evacuação e proteção da população, que já totalizava, naquele horário da tarde, 227.177 pessoas.

«A elevada percepção de risco criada, dada a nossa ênfase repetida em tratar-se de um evento climático sem precedentes, levou a um número de evacuações superior ao previsto nos planos, em algumas áreas», comentou.

Em todos os territórios sob a fase de alerta, priorizou-se a proteção de idosos, crianças, gestantes, pacientes em hemodiálise e pessoas em situação de vulnerabilidade.

Outro foco foi garantir a informação e a comunicação com a população em todas as zonas de defesa, incluindo o uso de alto-falantes fixos e anúncios em motocicletas e outros veículos, bem como o contato direto.

Queipo Ruiz informou sobre a formação de 106 brigadas comunitárias em Holguín para trabalhar nos esforços de recuperação, como o restabelecimento do fornecimento de energia elétrica com brigadas mistas de forças especializadas e trabalhadores locais, incluindo moradores.

ENFRENTANDO O PIOR CENÁRIO

Em Guantánamo, o presidente do CDP, Yoel Pérez García, informou que 34% da população estava em abrigos, 9% a mais do que o previsto.

O número total de pessoas afetadas era então de 152.181, com mais de 30.000 em centros de evacuação e mais de 100.000 abrigadas com familiares e amigos. Os municípios mais afetados serão aqueles que fazem fronteira com a província de Santiago de Cuba.

Em Granma, quase 130.000 pessoas já estavam abrigadas na tarde de terça-feira, 28, principalmente por meio de autoevacuação, e esse número deveria aumentar nas horas seguintes. Os reservatórios estavam com 54% da capacidade e o monitoramento era mantido em cada barragem.

Em Las Tunas, Osbel Lorenzo Rodríguez, presidente do Conselho Provincial de Defesa (CPD), informou que 76.172 pessoas estavam abrigadas, 74.000 delas em casas de familiares e amigos. Afirmou que um objetivo fundamental era se preparar para o pior cenário, bem como para uma recuperação rápida.

O presidente do CDP de Camagüey, Walter Simón Noris, informou que evacuações foram realizadas nos municípios de maior risco, como a cidade de Camagüey, Santa Cruz del Sur, Florida, Vertientes, Najasa e Guáimaro.

Forças e recursos também estão sendo mobilizados para auxílio e solidariedade às províncias do leste, bem como para a criação de duas unidades especiais de recuperação.

PRONTOS PARA A RECUPERAÇÃO

O chefe do Órgão de Trabalho Político-Ideológico e Partidário, Roberto Morales Ojeda, enfatizou a importância de manter a população o mais informada possível, incluindo aqueles que estão nos centros de evacuação.

Determinou que sejam criadas condições para que as pessoas possam carregar seus celulares e lanternas, além do envio de membros do Partido, da Juventude e de organizações de massa para comunicar e informar de porta em porta.

Ressaltou a importância de gerar um movimento cultural, do qual a Associação Hermanos Saíz, a União Nacional de Escritores e Artistas de Cuba e instituições culturais sempre participam, para ir às áreas afetadas e aos centros de evacuação. «Precisamos gerar um processo de solidariedade, sensibilidade e humanidade para com o nosso povo», afirmou.

Membros do Órgão Econômico e Social relataram o trabalho dos diferentes grupos e subgrupos.

 O ministro de Energia e Mineração, Vicente de la O Levy, comentou que mais de 1.600 pessoas estão prontas para serem enviadas à região leste como parte de um treinamento especializado para restabelecer o fornecimento de energia elétrica. Elas viajarão com suas brigadas e veículos de serviço e serão reforçadas por forças locais, totalizando aproximadamente 2.500 trabalhadores com seus equipamentos.

 O grupo de Energia também tem trabalhado na preparação de geradores de emergência, tanto os localizados em pontos críticos quanto os que fazem parte da geração distribuída. A estratégia é criar tanto pequenos sistemas isolados quanto microssistemas na região leste. Além disso, um esforço significativo tem sido feito para proteger os parques solares fotovoltaicos. A primeira vice-ministra da Saúde Pública, Tania Margarita Cruz, informou sobre as medidas para garantir atendimento médico nas áreas afetadas e nos centros de evacuação.

Comentou que 30% dos leitos hospitalares foram liberados para atender emergências e que o atendimento aos pacientes de hemodiálise está garantido.

Acrescentou que, além das equipes cirúrgicas já em campo, outras estão disponíveis nas regiões oeste e central do país, caso sejam necessárias.

Informou sobre a presença de profissionais de saúde na Jamaica, protegidos em locais seguros, e mais de 70 trabalhando em centros de saúde.

Os grupos e subgrupos de Água, Alimentos, Cooperação Internacional, Transporte, Educação, Construção, Turismo e Reservas Estatais explicaram como, em suas respectivas áreas, o país está se preparando para enfrentar o ciclone e iniciar uma rápida recuperação.