
A Orquestra Sinfônica Nacional ofereceu um concerto sui generis, tanto que inaugurou nada menos que a 18ª edição da Festa do Tambor Guillermo Barreto em Memoriam.
Sob a batuta do seu regente principal Enrique Pérez Mesa, acolheu no Teatro Nacional o quarteto de percussão canadense Repercussion, instrumentistas impressionantes, um show no palco com uma interação entre si e com o público, e o pianista norte-americano Joaquim Horsley.
No final de um show altamente aclamado na Sala Covarrubias, com um público majoritariamente jovem, o regente Pérez Mesa comentou para nossa publicação:
«Foi uma experiência única. É a primeira vez que fazemos realmente um concerto completo com estes excelentes músicos canadenses que são precedidos por uma grande reputação e são muito respeitados no mundo. Também fazem música clássica, mas nesta apresentação fizeram Un Noel para cinco continentes, tocaram a Obertura, Austrália y África, e a peça Hong Kong, do compositor de Quebec Yves Lapierre».
Quanto ao pianista Horsley, o regente Pérez Mesa o considerou «um talentoso, muito jovem e já é capaz de compor, de atingir o público da rumba, da música popular com obras como Amadeus Guaguanco, sobre a Sinfonia 40 de Mozart; Beethoven en la Habana, sobre a Quinta de Beethoven; Lacrimoson, da Lacrimosa do Réquiem de Mozart e Rumbacabre, da Danza Macabra de Camille Saint-Saëns».
Foi um concerto muito novo para os amadores cubanos da música e, para a Orquestra?
«Eu acho que é uma maneira de ir à procura de novos sons e novos shows que precisa o público, para quem realmente trabalhamos, e devemos estar à par de como vai a vida, estamos no século 21. Se a música estiver tão bem escrita, teremos o prazer de participar nestes eventos».
«Agradecer ao maestro Giraldo Piloto, que também é músico acadêmico, embora já se dedique à música popular, que nos fizesse este convite. Penso que a resposta do público foi fabulosa, muitos jovens. Dizem que a percussão é um dos instrumentos mais acompanhado pelos cubanos, não só pelos tambores bata, as congas, a timba, mas pela percussão sinfônica, e esta foi uma oportunidade de ver tantos instrumentos de percussão no palco e ver como conseguem sons tão interessantes, quase coros orquestrais».
Apreciei que o senhor se sentiu confortável dirigindo os músicos convidados...
«Eu me senti muito confortável porque não é menos difícil, mas tem um pouco menos de complexidade e a gente se deixa levar pela percussão. Contra a percussão ninguém pode, tem que acompanhá-la. Fizemos um único ensaio e desde o primeiro dia nos levamos muito bem. Valeu a pena que o Quarteto e Horsley fizessem o concerto com a Sinfônica Nacional.
O regente Pérez Mesa acrescentou que os membros do Repercussion fizeram uma doação à Orquestra de cinco pratos dos mais caros e um triângulo. «Um gesto muito simpático, são pessoas acostumadas a ajudar, são Embaixadores da Boa Vontade e amam muito Cuba».
Por seu lado, Aldo Mazza, líder do Repercussion, disse ao Granma Internacional que para eles «Cuba é muito especial e também tocar no concerto de abertura do Festival com a Orquestra Sinfônica é muito impressionante».
«De Un Noel para cinco continentes disse que foi composta para eles e é uma viagem musical e de vida, enquanto Hong Kong, foi escrita «depois de nossa turnê pela Ásia, que nós gostamos muito».
Em outra breve conversa, o pianista Joaquim Horsley, lembrou sua participação, em 2015, nos workshops em Havana de Aldo Mazza, e «deles nasceu o projeto de combinar grandes obras da música clássica com ritmos cubanos e afro-caribenhos. Por exemplo, a peça Beethoven en la Habana é um estilo de rumba cubana. Entendi que músicas aparentemente tão diferentes podem ser unidas em algo maravilhoso».
Horsley comentou que está imerso no projeto Rumba del nuevo mundo «que vai de Los Angeles ao Caribe passando por Havana e no verão esperamos filmar um vídeo aqui».
Concerto sui generis da Orquestra Sinfônica Nacional este de A percussão na música clássica, mas tão espetacular como acostumado sob a batuta do regente Enrique Pérez Mesa.