ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Fidel colocando o título de Herói do Trabalho no peito de Salvador Wood. Foto: Internet

AQUELE habitante de Santiago impressionado com os anúncios de La Manzana de Gómez. Aquele lutador que veio para Havana com a ilusão de trabalhar na rádio como ator. Aquele Wood, com um sobrenome que, segundo lhe disseram no início, confundiria as pessoas com Wong, porque parecia chinês. Esse salvador do cinema, amado e presente na memória do povo cubano. Esse Salvador, Cepillo ou Juanchín. Esse ator de destaque que fez do amor por seu país e por seu povo, sua razão de vida, foi embora.

Um rosto e rosas brancas, destacaram-se na Sala Avellaneda do Teatro Nacional. Junto com seus restos, a distinção de Herói do Trabalho da República de Cuba e as medalhas Alejo Carpentier e Frank País. Ele foi acompanhado pela última vez por sua família, seus colegas de vida, seus amigos e admiradores de seu trabalho. Quando chegaram, mostraram suas condolências e tiveram algumas últimas palavras com ele.

Aos poucos, todos participaram da guarda de honra de seus restos mortais. Momentos de dor e saudade aparecem às vezes. A admiração profunda e o respeito se unem no tempo e no espaço. Uma sala cheia de pessoas tentando fechar a ferida deixada por sua partida na essência do mais puro cubano.

Uma mistura de humildade, simplicidade e fidelidade revolucionária que pertence ao povo de Cuba de uma maneira única. Homem de altura humana tão grande quanto revolucionária e artística. Da raiz estoica de Martí e Fidel. Ser humano que não importa o quanto se leia sobre sua vida, nunca se conhecerá totalmente sua contribuição para a cultura de Cuba. Salvador Wood, aquele, impossível de descrever com palavras.

NO CONTEXTO

- Oferendas florais do general-de-exército Raúl Castro Ruz e Miguel Díaz-Canel, presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, foram enviadas para o Teatro Nacional, onde estiveram expostas as cinzas do proeminente ator

- Salvador Wood que fez parte do Movimento 26 de Julho, onde as atividades realizadas e sua participação da greve de 9 de abril de 1958, forçaram-no ao exílio nos anos em que Cuba estava lutando contra a ditadura de Batista.