
Na terra cubana repousam, desde 16 de junho, os restos mortais dessa joia de nossa cultura que foi e será, por sempre, Rosita Fornés. Com o enterro, no cemitério Colombo, é cumprida a ultima vontade de quem ganhou o respeito e o carinho imperecedouro de várias gerações dos seus conterrâneos.
Em uma cerimônia íntima teve lugar o enterro da Vedete de Cuba, e o poeta e etnologista Miguel Barnet teve a seu cargo proferir a oração fúnebre, na qual se referiu a Rosita como a mais versátil e carismática artista cubana de todos os tempos.

Foto: Ariel Cecilio Lemus
Nas empolgantes palavras reconheceu a fidelidade desta entranhável cubana a todos os públicos, e, especialmente, ao de Cuba, e a generosidade do seu coração, que não desestimou ninguém. E sublinhou que em qualquer latitude do mundo em que respire um cubano o uma cubana Rosita vai achar absoluta admiração.
«Cuba mostrou-a com orgulho como o mais prezado troféu do teatro musical, a opereta, a zarzuela, a boate, a música e o cinema do continente. A rádio e a televisão foram palcos onde ela desdobrou também sua graça e seu talento», resumiu Barnet, sem deixar de qualificá-la como «a rainha da rádio e da televisão nas décadas dos anos 40 e 50», aplaudida como uma de suas figuras mais célebres, «porque ela não foi outra coisa que um povo vestido de luz».
Foto: Ariel Cecilio Lemus
O texto reconheceu que, se bem a Rosa de Cuba mereceu, entre outras coisas, três prêmios Nacionais; o de Teatro, o de Música e o de Televisão, o que sempre ela mais agradeceria é o de seu público, uma sentença que esta estrela dos palcos e da tela repetiu, em muitas ocasiões, ao longo de sua vida.
Rosita viveu entre aplausos, bem ganhos com a força de oferecer um talento que agitou o ânimo de um auditório infinito, e foi tudo ao que ela aspirou como artista. Cuba bem sabe disso e por isso não para de aplaudir.
Foto: Ariel Cecilio Lemus
Com louvores e brados de: Bravo, Rosita! ela foi despedida, em 16 de junho, durante o funeral no teatro Martí. Aplausos dados em meio da rua, na passagem do carro fúnebre, acompanharam-na até a sua morada final; outros mais fortes se sentiram às 21 horas, pois se pediu a povo cubano que, na já habitual homenagem aos nossos médicos, ela fosse também lembrada, pois seu desaparecimento físico, segundo o poeta é «uma ressureição da sua incandescência».




