
O compromisso com o avanço do Programa Nacional contra o Racismo e a Discriminação Racial nas comunidades, escolas e meios de comunicação foi destacado no intercâmbio realizado pela primeira vice-ministra Inés María Chapman Waugh com cerca de trinta ativistas que, por iniciativa própria, ao longo dos anos, lutaram contra manifestações, atitudes e preconceitos que dilaceram a dignidade humana e por colocar em sua própria dimensão o legado das culturas africanas na configuração e desenvolvimento da identidade cubana.
Convocados pela Comissão José Antonio Aponte da Uneac, os ativistas não só contribuíram com experiências e inquietações, mas também com propostas pontuais que visam promover valores éticos, transformar mentalidades, banir estereótipos e promover uma sociedade plenamente inclusiva.
Dois anos após o lançamento do Programa pelo Conselho de Ministros, com a participação de 18 organismos estatais e igual número de organizações sociais, é necessário comunicar de forma mais eficaz os resultados registados.
A primeira vice-ministra descreveu este último como uma contribuição substancial da ciência baseada no Programa, que por sua abrangência transversal e inclusiva deve ser criativamente conhecido e apropriado por todas as instâncias, incluindo o muito que o ativismo pode contribuir na esfera comunitária.
Ao mesmo tempo, instou a que a equipe coordenadora, chefiada pelo Ministério da Cultura, promova, dentro das comissões do Programa em nível nacional e territorial, o conhecimento e debate de pesquisas e teses de doutorado e mestrado que tenham abordado a questão racial em Cuba.
No decorrer do intercâmbio, o capítulo cubano da Rede de Mulheres Afro-Latino-Americanas expôs suas experiências, ao tornar visíveis as contribuições científicas, pedagógicas e culturais de tantas mulheres negras e mestiças formadas pela Revolução; o projeto Afrodiverso, que reúne lésbicas e transexuais para sensibilizar as comunidades, defender as propostas do Código da Família submetidas à consulta popular e combater a marginalidade, a indecência e a ignorância; a Aliança de Unidade Racial, na educação jurídica, na disseminação de preceitos constitucionais e legais que garantam a igualdade de direitos e oportunidades, e a formação de uma consciência cívica participativa.
Também o projeto animado pelo escultor Pedro González Pulido, em La Dionisia; a comunidade haitiana agrupada na Associação Caribenha de Cuba, empenhada em resgatar a memória histórica e atender às particularidades materiais e espirituais dos descendentes dos habitantes da ilha vizinha; Bárbara's, empreendimento de roupas e acessórios de inspiração africana, que precisa de reconhecimento institucional em Havana Velha; e a Cátedra Nelson Mandela, que do Centro de Pesquisas Psicológicas e Sociológicas do Citma combinou ciência e ativismo em várias regiões do país.
Precisamente a responsável por este projeto, Dra. Rosa Campoalegre, partilhou um princípio central: «Podemos ter divergências epistémicas e conceptuais entre nós, mas devemos assumir uma plataforma política única à altura do destino da nação».
Houve abordagens relacionadas à necessidade de gerar conteúdo audiovisual para a TV e as redes digitais, possibilitar espaços para exaltar expressões culturais de matriz africana sem cair em reducionismos folclóricos e apoiar projetos que vinculem a arte aos objetivos do Programa, como a narração oral da cena ou o do ator Jorge Enrique Caballero no bairro El Canal de Cerro.
Uma oportunidade de aprofundar os objetivos propostos é com a comemoração, este ano, dos 120 anos de nascimento de Nicolás Guillén. A Fundação que leva o nome de Poeta Nacional lançou um vasto plano de ação.
«Este foi um dia de aprendizado que sistematizaremos como parte do estilo de trabalho de diálogo permanente com vários setores da sociedade realizado pelo primeiro-secretário do Partido e presidente da República», destacou Inés María Chapman, que especificou que o Partido tem priorizado o monitoramento do Programa Nacional contra o Racismo e a Discriminação Racial por sua importância na salvaguarda e desenvolvimento do modelo socialista cubano.
«Nesta cor cubana, definida por Guillén como uma aspiração inalienável, que todos temos, a unidade é a melhor maneira de enfrentar os desafios e consolidar a Pátria que queremos», concluiu a primeira vice-ministra.