
Não se pode entender o processo de forja da nação cubana, nem a luta da Ilha pela independência e por preservar a sua autodeterminação, sem lançar mão da cultura. Fernando Ortiz dizia que «a Cultura é a Pátria», e repensar ambas como uma unidade indissolúvel, da qual depende a força do projeto de país e seu futuro, é imprescindível.
Essa necessidade norteará o debate de escritores, músicos, artistas da cena e das artes plásticas, e criadores do cinema, a rádio e a televisão, nos dias 1º e 2 de novembro, no 10º Congresso da União dos Escritores e Artistas de Cuba (Uneac), cujo programa propõe como assuntos medulares o compromisso social da arte e a contribuição à descolonização cultural.
A esse respeito, Abel Prieto, presidente da Casa das Américas, disse que a organização nunca se concentrou em temas gremiais, pois embora defenda seus membros, sempre tem pensado «nos direitos da nação e as necessidades da cultura».
Acrescentou que a palavra dos escritores e artistas, os quais constituem a vanguarda intelectual e ética, pode ajudar muito no complexo e tenso momento atual.
O presidente de honra da Uneac, Miguel Barnet, insistiu em que a cultura salva e nos ajuda a fortalecer-nos frente a toda contingência: «A cultura é a Pátria, a Pátria é a humanidade, mas a humanidade é nossa casa, a quetemos que proteger, cuidar, salvaguardar, e amar».
O 10º Congresso inclui o trabalho em comissões por associações e o balanço do que foi feito durante os últimos cinco anos; e será avaliada a interrelação entre a vanguarda artística e as instituições culturais. Como preparação prévia ao congresso, os delegados tiveram encontros com funcionários e autoridades do país, os quais ofereceram palestras sobre suas esferas.
Marta Bonet, presidenta dessa organização, explicou que o processo foi pensado a partir da base, com as propostas e acordos que foram debatidos «em cada um dos espaços de confluência dos escritores e artistas, desde San Antonio até Maisí», e assistirá uma ampla representação, eleita «no processo de assembleias de secções, de filiais, e de comitês provinciais que começamos a fazer, desde janeiro do ano passado».
Vigente estará o espírito de unidade expresso por Fidel nas Palavras aos intelectuais – «vocês têm a chance de ser mais do que espectadores: de serem atores dessa Revolução, de escreverem sobre ela, de se expressarem sobre ela»– e ratificado pelo primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, no encerramento do Congresso anterior. Durante dois dias, o 10º Congresso da União dos Escritores e Artistas de Cuba pensará acerca do país e sua cultura, como unidade indissolúvel