Dezembro e o cinema têm suas alianças. Têm-nas para Havana e para os povos da América. Pelo 45º ano consecutivo, o melhor e mais representativo da filmografia da região chega às telas do Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano.
O festival mexe com o coração dos cinéfilos, e muitos estão se preparando para vivenciá-lo. Contemplar imagens continentais do cinema nos une e estimula o sentimento latino-americanista. Não importa o tema: mesmo que um filme não explicite o propósito descolonizador – que moveu os fundadores do evento – ele tem como pano de fundo o que a América viveu.
O filme Los domingos mueren más personas, do diretor argentino Iair Said, foi escolhido para abrir o Festival, que vai até o dia 15, na quinta-feira, 5, à noite, no cinema Charles Chaplin.
Para a edição deste ano, que tem como objetivo, em sua essência, ser um ponto de encontro para a resistência cultural, foram recebidos 2.017 filmes, dos quais 256 foram selecionados, de 42 países. Há 110 trabalhos em competição.
As salas de cinemas La Rampa, Yara, Riviera, Charles Chaplin, 23 e 12 e Acapulco; e as sedes alternas, Multicine Infanta, a sala Glauber Rocha da Fundação do Novo Cinema Latino-Americano e a sala Alfredo Guevara do Colégio de San Gerónimo, sediarão as exibições. O resto do país também viverá o Festival, pois serão exibidos filmes importantes do evento, enquanto filmes de ficção serão exibidos no canal de televisão Multivisión e os documentários no Canal Caribe.
Entre as surpresas mais agradáveis está a apresentação dos dois primeiros capítulos da série Cem Anos de Solidão, produzida pela Netflix, no cinema Yara, na sexta-feira, 6 de dezembro. Uma homenagem a Alfredo Guevara, em seu centenário, o II2o Foro de Animación Juan Padrón In Memoriam e a mostra de filmes palestinos fazem parte da programação do Festival.
Viver um cinema vivo é o convite para este festival que, a partir de 5 de dezembro, transformará Havana na capital de uma filmografia que nos inclui e nos representa.
