
Enquanto olhava em volta e reconhecia os amigos que estavam presentes, o poeta e editor Alex Pausides Licea, na cerimônia de entrega do Prêmio Nacional de Publicações-2024, no último domingo, 16 de fevereiro, dedicou suas palavras de agradecimento a um grande ausente, seu colega e amigo Sacha, que faleceu no próprio dia.
Pausides, coordenador-geral do Festival Internacional de Poesia de Havana, relembrou a coleção de romances ilustrados que tinha quando adolescente, que «me abriu, não só as portas do conhecimento e da seleção que exerceria uma vocação, mas também o mistério revelado de para que servem os livros, que uso têm, quem os escreve, quem os faz, quem os produz, como chegam até aqui».
As palavras de elogio, a cargo da editora Neyda Izquierdo, enfatizaram que o trabalho de Pausides incluiu, entre outras tarefas, a direção de El Caimán Barbudo e a fundação da Sur Editores, na qual promoveu obras de poetas e contadores de histórias cubanos e internacionais.
Na ocasião, o prêmio nacional de Design de Livros-2024 também foi concedido a Ricardo Rafael Villares Alfonso.
«Lembro-me da década de 1970, do menino que ia com o pai à revista Bohemia, onde era jornalista, e passava horas no Departamento de Design. Naquele lugar, em 1984, Antonio Mariño (Ñico), o conhecido cartunista de O melhor Amigo, abriu as páginas da revista para que ele aprendesse e desenhasse algumas delas, durante seu estágio pré-profissional no Instituto de Design Industrial.
Assim explicou o convidado de honra, que recordou com Chino Heras, quando teve em suas mãos os primeiros livros da coleção Premio, nos quais trabalharam juntos, e disse que lhe pareciam livros que convidam a olhar para eles, a senti-los desde a capa, a lê-los e, em um momento de pausa na leitura, a contemplar novamente a capa ou a contracapa.
O pesquisador Jorge R. Bermúdez disse que Rafael «pertence à linhagem de designers gráficos cubanos que fizeram do livro impresso uma expressão de nossa melhor cultura visual de todos os tempos».
Outro dos prêmios concedidos na Feira foi o Prêmio Nacional de Ciências Sociais e Humanísticas-2024.
«Assumir a responsabilidade de construir um mundo sem colonialismo cultural ou dependências internas e externas onerosas, sempre olhando para dentro, é o grande desafio para os cientistas que amam, acima de tudo, esta grande e luminosa pátria».
Com essas palavras, a dr.ª Mildred de la Torre, acadêmica titular da Academia Cubana de Ciências e professora da Universidade de Havana, encerrou seu discurso de agradecimento na cerimônia de premiação.
As palavras de elogio foram proferidas pela dr.ª Francisca López Civeira, uma das escritoras a quem a Feira é dedicada. Paquita falou dos relevantes títulos de sua colega Mildred, bem como de sua constante busca por novos temas, abordagens e áreas de pesquisa; de sua condição de formadora de novas gerações de profissionais e de sua capacidade de luta diante das dificuldades.




