ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Foto: Yeilén Delgado Calvo

Não há livro escrito sobre Fidel Castro que não desperte interesse imediato: embora cada um tenha uma abordagem pessoal sobre sua figura, há também um consenso de que o líder histórico da Revolução Cubana – sua vida, obra e pensamento – constitui um universo ainda a ser estudado.
 Algumas delas são reveladas no livro Fidel Castro Ruz: El oficio de rebelde, de Romelia Pino Freyre; um texto que, segundo as palavras de Roberto Hernández, PhD em Ciências, seu apresentador, reúne abordagens filosóficas, históricas e educacionais, tanto em sua intenção quanto em sua estrutura, e não erra no didatismo simplista, para fornecer argumentos, apoiados em fatos, que endossam uma afirmação: Fidel é o melhor discípulo de José Martí.
 Apresentado nesta quarta-feira, 2 de abril, no salão polivalente do Centro Fidel Castro Ruz, em La Plata, o texto – publicado sob os selos Ruth Casa Editorial e Ciencias Sociales, do grupo editorial Nuevo Milenio – destina-se, de acordo com sua sinopse, «a um público amplo que precisa aprender a partir da juventude ou lembrar a partir da maturidade a beleza e o ritmo vertiginoso de nossa Revolução em seus três primeiros anos».
 Para isso, a autora se volta para a análise histórica e filosófica das grandes batalhas travadas pelo Comandante-em-chefe naquela fase de fundação, quando o diálogo com o povo, os discursos e os comparecimentos tiveram um papel decisivo: «Foi um processo de educação das massas que transformou sua antiga mentalidade até que elas se tornassem o sujeito indiscutível da Revolução».
 Em resumo, as 385 páginas do volume contêm processos transformadores, com base nos fatos e na teoria que os sustentam. Hernández enfatizou que o livro não se furta ao debate e, portanto, reflete sobre aspectos como o fato de que identificar a ideologia da Revolução apenas com o marxismo-leninismo é um reducionismo.
 Carlos Tablada Pérez, presidente da Ruth Casa Editorial, afirmou que era impossível pensar em fazer uma Revolução tão próxima dos Estados Unidos, e que essa revolução foi possível porque Fidel cubanizou o marxismo-leninismo e fez um contributo à aliança operário-camponesa e à ditadura do proletariado: criou a categoria do povo; «ele tornou possível o impossível».
 «A principal coisa sobre a Revolução Cubana é sua ética», acrescentou Tablada, «que foi feita por uma geração que colocou o ser humano no centro». E acredita que esse livro contribui para fornecer elementos práticos das ações do Comandante-em-chefe a esse respeito.
 A autora, doutora em ciências filosóficas, pesquisadora e professora, disse que «carregamos Fidel em nossos corações, e esse é o melhor monumento que pode ser feito a ele». E disse que se sentia filha da Revolução, que permitiu que uma mulata, filha de um sapateiro, nascida em um ambiente marginal, se tornasse uma intelectual orgânica.