ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Foto: Capa do livro 

Antonio Gades dançava e o tempo ficava suspenso: era sua presença poderosa no palco, os movimentos de seus braços, a expressão de seu rosto, a maestria... mas esse poder magnético também se estendia para fora do palco, porque Gades era um vanguardista e um revolucionário, tanto em seu trabalho artístico quanto em sua atitude em relação ao mundo.
 Isso foi discutido em profundidade na quinta-feira, 24 de abril, no lançamento do livro Antonio Gades. Arte y Revolución, do jornalista, escritor e professor argentino Julio Ferrer, que aconteceu na Casa da Alba Cultural, como parte das atividades do Festival La Huella de España, que está sendo realizado em Havana.
 Miguel Cabrera, historiador do Balé Nacional de Cuba, que moderou um grande painel, na presença de personalidades como Stella Arauzo, diretora artística da Fundação Antonio Gades, descreveu o dançarino espanhol, cujos restos mortais repousam no Mausoléu do Front Frank País II, como uma figura extraordinária, e lembrou sua declaração de que Cuba era o porto de sua vida. «Esse texto não é um exercício literário, mas um ato de fé, de comunhão de ideais», disse Cabrera.
 Ferrer comentou que tentou refletir nesta, que é a primeira biografia completa de Antonio, todas as facetas de um homem que era antifacista e comprometido com seu tempo, que acreditava na condição humana e na igualdade de todos. «Ele era um rebelde e um sonhador e, nestes tempos em que a condição humana está em perigo, a vida deve continuar dando à luz figuras como Antonio Gades», disse.
 Cabrera acrescentou, citando Alicia Alonso, que os entes queridos – e os artistas estão entre eles – só morrem quando não são lembrados, e a arte de Gades ainda está vivente. O dr. José Ángel García, que cuidou do criador por um longo período, acrescentou que era «mais um grande ser humano do que um artista, e como artista ele era ótimo».
 O autor, que é membro da Rede de Intelectuais e Artistas em Defesa da Humanidade, disse que se sentia honrado por estar de volta à Ilha de uma «Revolução que tanto contribuiu para a história da humanidade. Essa Cuba revolucionária me formou como homem, devo o que sou a ela e a seu povo, e acredito que ambos continuam sendo um farol».