Em 1º de março de 1565, Estácio de Sá, sobrinho de Mem de Sá, fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, na região que jaz entre o Pão de Açúcar e a colina Cara de Cão, atual bairro de Urca.
Desde então, a populosa cidade brasileira acolheu diferentes eventos de diversa índole.
O Cristo Redentor, inaugurado em 1931, no topo do Morro do Corcovado, com seus braços abertos, acolherá a partir da sexta-feira 5 de julho, a 31ª edição dos Jogos Olímpicos (oficialmente os 28os, pois três deles foram suspensos por causa das Guerras Mundiais).
Uma festa em cada quatro anos à qual se estima assistam mais de 10.5 mil atletas de 206 nações, os quais lidarão em 306 provas, entre as mesmas sobressai o retorno do golfe, após 112 anos, e o rugby, após 92 anos de ausência.
As autoridades brasileiras mostraram muito interesse em garantir o sucesso do encontro multiesportivo, especialmente em matéria epidemiológica, com uma forte ofensiva sanitária para erradicar o vírus do Zika, transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti e que já marcou presença nessa nação.
Em outros fronts, no dizer do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e do Comitê Organizador do encontro, Carlos Arthur Nuzman, serão postos à venda 7.5 milhões de ingressos, além de que uma força de 45 mil voluntários, 85 mil contratados e 6,5 mil profissionais igualmente oferecerão sua contribuição como parte da engrenagem do magno evento.
Serão 32 as instalações de competição, concentradas em quatro zonas da cidade carioca: Barra, Deodoro, Maracanã e Copacabana, para tentar marcar uma época quanto à qualidade, na condição de ser a primeira cidade da América do Sul que celebra um certame olímpico.
CRUZADA CLASSIFICATÓRIA
Desde a província de Las Tunas, na competição Memorial Aurelio Janet, os arremessadores de disco cubanos Jorge Fernández (65.35 metros) e Yarelis Barrios (62.50) conseguiram outras duas marcas de classificação rumo à Cidade Maravilhosa. Seus arremessos elevaram momentaneamente para 60 o número de esportistas da Ilha maior das Antilhas classificados para o encontro olímpico do Rio de Janeiro.
O número de classificados (43 homens e 17 mulheres) com certeza se incrementará, pois ainda 143 pré-selecionados estão no processo para conseguir seu apuramento.
O diretor de Alto Rendimento do Instituto Nacional dos Esportes, Educação Física e Recreação (Inder), José Miranda, explicou que até agora o atletismo, com 12 especialistas em modalidades para homens e 13 para as mulheres e o voleibol masculino (12), na qualidade do único esporte coletivo agraciado, lideram a lista.
Completam o quadro momentâneo o boxe e o tiro esportivo, com sete atletas inscritos per capita, remo (3), pentatlo moderno e luta grecorromana (2), e a ginástica artística e a canoagem, com um em cada uma.
No total, para a Ilha, serão 23 os esportes com possibilidades de concorrer no Rio, e para materializar tal objetivo se preparou uma pré-seleção de 268 atletas, deles 146 são homens e 122 mulheres, cuja média de idade é de 25 anos.
Miranda precisou que Cuba não estará presente em 138 provas das 306 que contempla o programa do encontro brasileiro, no qual tem previsto colocar-se entre as 20 primeiras posições por países e superar a atuação de Londres 2012, onde ficamos na 16ª colocação entre 204 nações, com balanço de cinco medalhas douradas, três de prata e seis de bronze, para concretizar a melhor atuação da América Latina e o Caribe.
Quanto ao andamento da preparação da pré-seleção olímpica, Miranda destacou que vieram sendo cumpridos todos os parâmetros previstos para cada uma das etapas e se continua com maior rigor o treino dos 39 atletas com possibilidades reais de subir ao pódio de premiações.
DISCIPLINAS DE AVANÇADA
Sem dúvida, o boxe constitui a disciplina de vanguarda antilhana no palco olímpico, pois das 72 medalhas de ouro, 67 de prata e 70 de bronze que os atletas cubanos acumulam em 19 comparecimentos olímpicos, nossos pugilistas contribuíram com 34 medalhas douradas, 19 de prata e 14 de bronze, para a segunda praça do quadro de medalhas histórico dessa disciplina, apenas superados pelos Estados Unidos (50-23-38).
Três divisões restam ainda por inscrever-se para a festa olímpica. Trata-se dos pesos de 49, 56 e 91 quilos, as quais buscarão, com a força dos golpes, assegurar sua classificação olímpica entre os dias 6 e 20 de março, no torneio Pré-olímpico de boxe em Buenos Aires, Argentina.
Nessa linha de rendimentos com os esportes de combate e o atletismo à vanguarda, o judô terá uma importante responsabilidade. Nossos judocas aparecem na quinta colocação no quadro de medalhas, graças a seis medalhas de ouro, 13 de prata e 16 de bronze. O Japão (34-18-18), a França (12-8-24), a Coreia do Sul (11-14-15), e a China (8-3-9), nos antecedem.
Rumo ao Rio de Janeiro uma legião de dez judocas, cinco em cada sexo, buscará tirar o maior número de pontos para o ranking em certames acumulativos, processo que fechará no coliseu da Cidade Esportiva, em Havana, com o Campeonato Pan-americano, torneio que outorgará 400 pontos aos campeões de cada categoria.
Praticamente assegurados estão Idalys Ortiz (+78 kg) solidamente ancorada na terceira colocação do ranking (1.926 pontos); Asley González (90 quilos) na nona colocação (com 1.232 pontos); José Armenteros (11-944) nos 100 kg; Alex García (32-472) em mais de 100 kg; Magdiel Estrada dos 73 kg (39-394); e Iván Silva 81 kg (41-431), constituem as principais cartas do treinador Justo Noda no judô masculino. O encontro dará passes olímpicos diretos reservados para os primeiros 21 homens em cada divisão.
Entretanto, acompanham Idalys na carreira por conquistar os 14 postos para o Rio, em cada peso, Dayaris Mestre 48 kg (19-708); nos 78 Yalennis Castillo (22-505) e as judocas dos 63 Maricet Espinosa (23-454) e dos 70 Onix Cortés (25-495).
Agora falamos da luta, único esporte capaz de conseguir, de maneira ininterrupta, medalhas de ouro desde a Olimpíada de Barcelona, em 1992. O saldo cubano (6-5-7) permite à Ilha estar na 15ª colocação, em uma lista liderada pela extinta União Soviética (80-31-23). Possuem já sua classificação para o Rio de Janeiro, até este minuto, o bicampeão de Pequim 2008 e Londres 2012, Mijaín López (130 kg); e Ismael Borrero (59 kg), vice-campeão e rei do estilo grecorromano no Mundial de Las Vegas 2015, respectivamente.
Só atletas de taekwondo de 15 nações puderam obter uma medalha de ouro depois que este esporte irrompesse de maneira oficial no encontro de Sydney 2000. Antes, tinha estado presente como exibição em Seul 1988 e em Barcelona 1992. Para a Ilha maior das Antilhas, estabelecida na 10ª colocação (1-2-2) da festa de medalhas, apenas Ángel Volodia Matos foi capaz de obter uma medalha de ouro.
Rumo ao Rio quatro ases cubanos tentarão tudo ou nada no certame de classificação de Aguascalientes, México neste mês de março. Trata-se de Rafael Alba (+ 80 kg) e Glenhis Hernández (+67), acompanhados de José Ángel Cobas (80) e Yamicel Núñez (57).
Fecho a avançada retomando o atletismo. O panorama no chamado esporte rei nos situa na 20ª colocação na lista de todos os tempos (10-14-15). A temporada competitiva precedente e o início desta deixaram boas notícias com a saltadora de vara Yarisley Silva e a arremessadora de disco Denia Caballero, rainhas do mundo; e Pedro Pablo Pichardo, no salto triplo, em papel de líderes.
O corredor curto Dayron Robles (12.93 segundos) foi nosso último campeão olímpico, no estádio Ninho de Pássaro, de Pequim, a capital da China.
Hoje, tal como muitos outros esportistas, Dayron tenta conseguir a marca exigida pela Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF por suas siglas em inglês) para se inscrever.
Há outros esportistas cubanos com elevadas expectativas. Eis o caso do ginasta Manrique Larduet; de Leuris Pupo e Eglys de la Cruz, na disciplina de tiro esportivo e Ángel Fournier, no remo, que aparecem entre os de maiores aspirações.
A partir da minha perspectiva um grupo que flutua entre os 10 ou 15 esportistas tem potencial para lidar por uma medalha de ouro no Rio. Só resta ver se quando se corram as cortinas, conjugam todos seus recursos e conseguem isso.
