
DEPOIS de duas semanas e mais de 1,4 mil quilômetros percorridos, finalizou o Circuito Nacional de Estrada ou o Clássico Ciclístico Guantánamo-Pinar-Havana, como foi chamado o tradicional evento de pedal em Cuba, que luta por resgatar seu antológico e prestigiado nome: a Volta.
Isso quase parece um trava-línguas, mas essa é a realidade do certame das bicicletas em nosso país, cujo desenvolvimento, durante os últimos três anos, tem sido sem a participação estrangeira, detalhe que espera recuperar na próxima temporada, o qual devolveria, em boa media, o crédito a uma lide que passa pelas mais afastadas paragens da geografia cubana.
Por enquanto, só com a participação dos melhores ciclistas do arquipélago ficou bem estabelecido o domínio do representante da província de Artemisa, José Mujica, triunfador pelo segundo ano consecutivo, quem se consolidou no topo da lide, após vencer a etapa de montanha de Topes de Collantes, no centro do país, e finalizar na segunda colocação na prova contrarrelógio individual, efetuada na província de Pinar del Río, no Ocidente da Ilha.
Fora disso, este ciclista de 28 anos de idade, dedicou-se a avançar na competição com o apoio de seu time, sem deixar-se arrastar em nenhuma das fugas e não entrando nas carreiras curtas de velocidade que se produzem pouco antes de chegar à meta.
“Pode ser que acelere alguma vez, mas minha especialidade é a montanha e a prova contrarrelógio. Não tenho nem força física nem potência para entrar em uma corrida de velocidade, sob o risco de me cair ou provocar algum acidente aos restantes concorrentes. Isso só serviria para incomodar, sem obviar que posso prejudicá-los, pois uma lesão lhes faria perder horas de treinos e preparação” acrescentou o ciclista de 28 anos.
E, justamente, o fato de ter muito presente suas fortalezas e fraquezas tem sido a chave do sucesso para este magro ciclista, nascido no povoado de Guanajay, na província de Artemisa, quem a partir do mês de março concorrerá vestindo a camiseta do clube continental Start Ciclying, da Argentina.
Essa participação em lides internacionais, lutando em iguais condições com ciclistas profissionais, elevará seu patamar e trará maior qualidade para o ciclismo cubano, cuja principal aspiração é renascer, após vários anos cinzentos.