ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Andy Cruz (esquerda) mantém a mesma preparação que o levou ao sucesso. Foto: Ismael Batista

Uma das principais possibilidades de Cuba para obter uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio é o boxeador Andy Cruz o qual, apesar do adiamento deste encontro esportivo até 2021, conserva enormes possibilidades para subir ao mais alto do pódio.

Andy Cruz, natural de Matanzas (63 quilos), encontra-se nestes dias em sua casa, como parte da desconcentração de todo o movimento esportivo cubano, diante o avanço da pandemia da Covid-19.

Andy declarou a este jornal que o principal é cuidar da saúde de todas as pessoas e que haverá tempo para voltar às competições do esporte de elite.

Acerca da preparação que faz em seu lar, expressou que todos os dias realiza um grupo de exercícios para não perder a boa forma esportiva e assim controlar seu peso em torno dos 63 quilos.

«Não estou em um ginásio, mas no lar faço exercícios com os braços, nas barras paralelas, atirar socos, exercícios abdominais e nas barras, isso tudo combinado com corridas de manhã bem cedo. Esse foi o plano que me aconselhou meu treinador, Emiliano Chirino, quando saímos da Escola Nacional de Boxe, Holveín Quesada.

Para Andy Cruz, a maior preocupação neste momento é o tempo que possa demorar o retorno à normalidade da atividade esportiva. Contudo, é confiante de que para ele em apenas duas semanas conseguirá 100% da forma esportiva, já que os exercícios no lar o mantêm ativo.

TREINAR NO LAR

«A diferença entre treinar no lar e no ginásio é bem grande, já que se deixam de fazer umas quantas rotinas do trabalho. A solidão requer de uma grande disposição e sacrifício, mas a gente não pode descurar a parte física, sob nenhuma hipótese», indicou Andy, bicampeão mundial.

Essa preparação, à que Andy pede não descurar em nenhum momento, é o fator fundamental que lhe permitiu ser o boxeador de melhores resultados em Cuba, desde o ano 2017.

«Não mudei nada meus planos de acondicionamento físico em técnico. Também não penso em fazer grandes mudanças na hora de subir ao ringue. Segundo as características do meu contrário, eu saio a boxear e procuro impor o estilo de combate que seja mais efetivo, sem que isso represente nenhum excesso de confiança», indicou ao Granma Internacional.

Falando dos possíveis contrários em uma final olímpica, na qual ele aparece hoje como o principal candidato nos pesos-leves (welter), mencionou o estadunidense Keyshawn Davis (vice-campeão mundial e pan-americano em 2019). É um dos boxeadores mais fortes dos que combateu e Andy pensa que tem muita chance de estar em frente dele, no combate final dos 63 quilos.

FAVORITO AO OURO OLÍMPICO

O fato de que Andy Cruz carregue com ele o título de «sério aspirante ao ouro em Tóquio não é incômodo; portanto, tenta assumir as coisas com calma e espera que cheguem os Jogos, para fazer seu boxe habitual.

«Não posso negar que sinto um pouco de pressão pelo fato de ser um dos favoritos antes da competição, mas venho lidando com isso, de maneira tranqüila, faz alguns meses. Quando eu era criança, sonhava em ser campeão olímpico e hoje estou a um passo de conseguí-lo».

Interrogado quanto às opções do restante da seleção nacional, o carismático pugilista referiu que somos capazes de chegar à capital japonesa com um time completo (oito homens).

«Todos estão focados em conseguir a classificação, assim que seja determinada a realização do torneio pré-olímpico da América. Depois, vamos prontificar-nos para defrontar o desafio de Tóquio. Temos qualidade para contribuir com uma boa atuação no evento olímpico», finalizou.