ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA

PANAMÁ.— Diversas organizações sociais de nosso continente aderiram, na quinta-feira, 9 de abril, ao respaldo da posição cubana nas mesas de trabalho do Fórum da Sociedade Civil e exigiram a expulsão do grupo de mercenários credenciados no evento.

Photo: Juvenal Balán

Edgardo Voitier, da Frente Ampla Colonesa, leu uma comunicação em nome de organizações da sociedade civil panamenha, criticando a presença de pessoas que “não acreditam nem na prosperidade nem na paz e que não vêm contribuir, mas sim provocar”.

Voitier disse que as organizações panamenhas vieram a este Fórum, que tem lugar no hotel El Panamá da capital, porque acreditavam na possibilidade de discutir sobre o lema da 7ª Cúpula das Américas, “Prosperidade com equidade”, mas se depararam com que o evento está sendo utilizado como plataforma política de pessoas com laços terroristas.

Lembrou que alguns dos mercenários cubanos presentes no evento têm ligações com Luis Posada Carriles, a mesma pessoa que tentou fazer explodir o Auditório da Universidade de Panamá, no ano 2000, para assassinar Fidel Castro e outras 3 mil pessoas.

“Caso não tivesse sido pela segurança de outro país (Cuba), eu mesmo estaria morto”, disse Voitier, quem esteve presente no histórico discurso de Fidel.

“Como defensores dos direitos humanos, acrescentou, não podemos apoiar essas pessoas que não querem falar de paz, mas sim vier demonstrar sua impunidade”, assegurou.

A Aliança Estratégica Nacional, um grupo de mais de 80 organizações sociais, gremiais e sindicais panamenhas, aderiu ao apoio a Cuba.

FRATURA NAS MESAS DE TRABALHO E RESPALDO A CUBA E À VENEZUELA

O jornalista enviado do Granma pôde constatar no lugar que as mesas de “Governabilidade democrática” e “Participação cidadã” concluíram suas sessões fraturadas, devido ao apoio de várias organizações da sociedade civil de nosso continente à posição de Cuba de não aceitar como interlocutores contrarrevolucionários com ligações com terroristas.

“O problema não é de Cuba e da Venezuela”, disse uma delegada brasileira na mesa de Governabilidade, “mas sim da América Latina e o Caribe todo”.

Nesse mesmo espaço, outros representantes latino-americanos manifestaram seu rechaço à presença de mercenários cubanos, que se incorporaram quase no fim da primeira jornada do evento.

Entretanto, quando a delegação cubana entrou na mesa de Participação Cidadã, já estava instalado no local um grupo importante de contrarrevolucionários.

Ricardo Guardia Lugo, Presidente da Organização Continental Latino-americana e Caribenha de Estudantes (OCLAE), contou ao Granma que nossos representantes contataram os organizadores para reclamar a expulsão dessas pessoas como condição para começar os debates.

Delegados do Panamá, Venezuela, México, Colômbia e Equador apoiaram essa postura, o que gerou enfrentamentos.

Fontes da equipe de segurança da 7ª Cúpula das Américas asseguraram que o conflito foi verbal e não chegou à violência física.

As mesas de Participação e Governabilidade terminaram a jornada fraturadas. Uma parte dos assistentes de ambos os espaços saiu das salas antes do horário estabelecido, com a ideia de fazer uma discussão paralela.

Ainda não se sabe o procedimento se aplicará a relatoria do Fórum, para confeccionar o documento final, que deve ser entregue formalmente aos presidentes participantes do 7º encontro hemisférico, que começa esta sexta-feira.

Segundo membros da delegação cubana, outras mesas de trabalho em temas como Educação e Saúde, se reuniram de maneira normal e nelas foi reconhecido o prestígio e os resultados exemplares de nosso país.