Prezados chefes e chefas de Estado e de Governo:
Distintos chefes e chefas de delegações:
Senhor secretário-geral das Nações Unidas:
Senhor presidente:
A instabilidade nas inúmeras regiões tem as suas raízes na situação de subdesenvolvimento em que vivem dois terços da população mundial.
Os avanços, depois de 15 anos de terem sido adotados os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, são insuficientes e desigualmente distribuídos. Os patamares inaceitáveis de pobreza e desigualdade social persistem, e até mesmo, agravam-se em muitos casos, inclusive nas próprias nações industrializadas. Acrescenta-se a fenda entre o Norte e o Sul e a polarização da riqueza.
Constatamos que, ainda ficamos muito longe de termos uma verdadeira associação mundial para o desenvolvimento.
Não menos de 2,7 bilhões de pessoas no mundo vivem na pobreza. A taxa global de mortalidade infantil em menores de cinco anos continua sendo várias vezes a taxa dos países desenvolvidos. A mortalidade materna nas regiões em desenvolvimento é 14 vezes mais alta do que naqueles.
No meio da atual crise econômica e financeira, os abastados, e as companhias transnacionais tornam-se cada vez mais ricos e aumentam de maneira dramática os pobres, os desempregados e as pessoas sem casa decorrente das cruéis políticas chamadas de “austeridade”. Ondas de imigrantes desesperados chegam à Europa fugindo da miséria e dos conflitos que foram estouradas por outros.
Os meios para a implementação da Agenda, sem compromissos avaliáveis nem calendários, não são proporcionais ao alcance de seus 17 objetivos de desenvolvimento sustentável.
Se quisermos um mundo habitável, de paz e concórdia entre as nações, de democracia, justiça social, dignidade e respeito aos direitos humanos de todos nos, teríamos de adotar antes de tudo, compromissos tangíveis em matéria de ajuda ao desenvolvimento, e resolver o problema da dívida já paga várias vezes. Teria de se construir outra arquitetura financeira internacional, suprimir o monopólio tecnológico e do conhecimento e mudar a ordem econômica internacional vigente.
Os países industrializados deveriam aceitar a sua dívida histórica e exercer o princípio de “responsabilidades comuns, mas diferenciadas”. Não se pode colocar como pretexto a ausência de recursos enquanto se fazem investimentos de 1,7 milhão de dólares anuais em despesas militares, sem cuja diminuição não serão possíveis o desenvolvimento, nem uma paz estável e duradoura.
Senhor presidente:
O restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e os Estados Unidos, a abertura de embaixadas e as mudanças que o presidente Barack Obama declarou na política para com o nosso país constituem um avanço importante, que tem provocado o mais amplo apoio da comunidade internacional.
Entretanto, persiste por mais de meio século, o bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba, o qual provoca danos e carências ao povo cubano, é o principal obstáculo para o desenvolvimento econômico do nosso país, prejudica outras nações por seu alcance extraterritorial e continua prejudicando os interesses dos cidadãos e das companhias estadunidenses. Esta política é rejeitada por 188 Estados membros das Nações Unidas os quais pedem seja eliminado.
Apesar disso, Cuba cumpriu com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e ofereceu a sua cooperação a outros países em desenvolvimento em vários setores, o que continuaremos fazendo na medida das nossas modestas possibilidades.
Nunca vamos renunciar à dignidade, a solidariedade humana e à justiça social, as quais são convicções profundas da nossa sociedade socialista.
Muito obrigado.





