ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA

O governo dos Estados Unidos busca a maneira de tornar irreversível o processo (de normalização das relações), e a visita de Obama ajudará nessa direcção, afirmou na manhã de 18 de fevereiro o assistente do presidente e assessor adjunto de Segurança Nacional, Ben Rhodes, em entrevista coletiva conjunta com o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.

O assessor do presidente Obama reconheceu que a política dos Estados Unidos para Cuba, particularmente o bloqueio, não funcionou e provocou danos ao povo cubano. Disse que o mandatário estadunidense valoriza adotar novas medidas regulatórias para modificar a aplicação do bloqueio, as quais não adiantou.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, confirmou na sexta-feira, 18 de fevereiro, que viajará a Cuba nos fins de março e se converterá assim no primeiro mandatário em exercício que visita a Ilha em 88 anos.

A esse respeito Rhodes afirmou que sua estada na Ilha, nos próximos 21 e 22 de março, ajudará a impulsionar as relações econômicas.

Nada pode ajudar mais do que viajar a Havana, acrescentou o assessor adjunto de Segurança Nacional e comentou que estão engajados em “abrir tudo o que possamos no marco que permitam as leis do bloqueio”.

Nesta jornada, Rhodes também publicou mais detalhes em seu blog na plataforma Medium acerca da visita de Obama a Cuba.

“Cuba está a só 90 milhas da Flórida; contudo, durante longo tempo a distância entre nossos dos países parecia muito maior.

“Por mais de cinquenta anos, Estados Unidos aplicou uma política de isolamento e pressão contra Cuba. Embora esta política tivesse suas raízes no contexto da Guerra Fria, nossos esforços continuaram muito tempo depois de que o resto do mundo já havia mudado”, expressa o texto.

Rhodes disse que a política dos EUA para Cuba não estava funcionando, e se manteve muito más além de sua data de caducidade.

Os Estados Unidos estavam isolados em nosso próprio hemisfério ─ e no resto do mundo que não concordava com nossa abordagem, acrescentou, explicando, ao mesmo tempo, que sua política para a Ilha não estava melhorando a vida do povo cubano; “em muitos aspectos, a estava piorando”.

O funcionário da Casa Branca lembrou que em 17 de dezembro Obama mudou o rumo e graças a isto será o primeiro presidente estadunidense em visitar Cuba desde que o fizesse Calvin Coolidge em 1928, quem ─ precisou ─ viajou a Cuba em um navio de guerra dos EUA, pelo que a de Obama, será uma visita de uma classe muito diferente.

Rhodes expôs que há muito mais que fazer por ambas as partes para avançar nesta abertura, de um modo que seja benéfico para os cubanos e para os Estados Unidos. “É por isso que o presidente Obama vai viajar a Cuba”, reafirmou.

Também reafirmou a posição do executivo estadunidense de que “o Congresso deve levantar um embargo que não favorece avanços no bem-estar individual e os direitos humanos do povo cubano, e eliminar as onerosas restrições encaminhadas a ditar aos estadunidenses aonde podem e não podem viajar”.

Igualmente sustentou as diferenças que persistem entre ambos os governos, sobretudo em matéria de direitos humanos. Previamente havia dito: “Sempre vamos ter diferenças com o governo cubano sobre o tema dos direitos humanos porque eles têm um sistema político diferente”. Por outro lado, destacou que os Estados Unidos trabalharam com Cuba e outros países para apoiar o presidente Santos e o povo colombiano enquanto buscam pôr fim a uma guerra civil de decênios de duração.