
GENEBRA.— O Conselho de Direitos Humanos, atualmente em sessão em Genebra, ouviu na parte da manhã da quarta-feira, 2 de março, um grupo de intervenções dos chefes das delegações a esse organismo das Nações Unidas.
Uma delas foi a proferida pelo sr. Antony Blinken, subsecretário de Estado dos Estados Unidos, que, como de costume, fez críticas a um grupo de países, entre os quais estiveram Venezuela, China, Rússia e não poderia faltar, Cuba.
Na Venezuela, ele pediu a libertação de Leopoldo Lopez e Antonio Ledezma, presos nesse país sul-americano por crimes contra o povo venezuelano, incluindo assassinatos durante as ‘guarimbas’, com o qual tentaram desestabilizar a sociedade venezuelana.
A China, submetida a uma forte propaganda ocidental, foi acusada, entre outras coisas, de ameaçar com a expulsão ou a não renovação dos seus vistos a jornalistas estrangeiros, culpados por essa ofensiva de propaganda; e à Rússia pela incorporação da Crimeia, medida tomada por esse país diante das ações da OTAN nas suas fronteiras.
No que diz respeito ao nosso país, na véspera da visita do presidente dos Estados Unidos, ele disse que o presidente Obama enfatizará acerca da importância de que o povo cubano seja livre para escolher seus líderes, de expressar suas ideias e de que a sociedade civil possa florescer, ignorando o fato de que já o povo cubano decidiu livremente seu destino em janeiro de 1959.
Curiosamente, o Sr. Blinken, que não se esqueceu em seu discurso de incluir uma apologia a Israel, culpado de crimes graves contra o povo palestino nos territórios ocupados desde 1967 e da Faixa de Gaza, esqueceu então de mencionar as graves violações que são cometidas diariamente em seu próprio país e em outros, onde a situação dos migrantes e dos refugiados está se tornando dia mais onerosa.
A delegação cubana, encabeçada por Pedro Nuñez Mosquera, director-geral dos Assuntos Multilaterais e de Direito Internacional do Ministério das Relações Exteriores de Cuba, sim teve isso muito presente, ao criticar fortemente a discriminação racial, a violência policial, os maus tratos de imigrantes e as torturas dos detidos, tal como ocorre no centro de detenção que o governo dos EUA opera no território ocupado ilegalmente na província cubana de Guantánamo e em seu próprio país.
Ao mesmo tempo, ele ressaltou a necessidade de que se ponha fim sem demora ao bloqueio econômico, comercial e financeiro que os Estados Unidos aplicam contra Cuba, que é a principal violação cometida contra os direitos humanos de todo um povo, e que durante últimos meses tem sido agravado pela imposição de sanções milionárias a instituições bancárias e financeiras internacionais, a fim de intimidá-las e impedir as transações econômicas e financeiras em Cuba.
O Conselho de Direitos Humanos, que agora completa dez anos de ter sido criado, deve ser dedicado, ao abrigo das disposições da Carta das Nações Unidas, como corretamente apontou a delegação cubana em Genebra, para promover a cooperação entre as nações para a promoção e proteção desses direitos, incluindo a direito ao desenvolvimento, à alimentação, saúde e cultura, e não para ser usado seletivamente, de forma politizada e discriminatória contra os países que não estão relacionados ao governo dos Estados Unidos.





