
SANTO DOMINGO. — A denúncia das tentativas de militarização e intervenção por parte dos Estados Unidos, o direito à independência de Porto Rico, o fim do bloqueio a Cuba e a devolução do território ocupado pela Base Naval de Guantánamo, foram alguns dos pontos chaves da Declaração aprovada pelo Encontro de Movimentos Sociais e Forças Políticas, que se realizou na República Dominicana.
O evento, antes do começo da 5ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), teve o objetivo de apoiar a necessidade da existência e continuidade deste importante organismo de integração regional; e reforçar as denúncias contra o imperialismo. Igualmente, impulsionou o apoio ao direito à soberania, autodeterminação, paz, a unidade e a integração de cada país.
Também foi palco para que os líderes de movimentos sociais e forças políticas levantaram a voz dos povos contra o imperialismo, pela soberania e a autodeterminação e pela defesa da paz, a unidade e integração da Pátria grande, manifestou o comitê organizador do evento.
Uma característica desta reunião foi a reiteração por muitos participantes de seu mais firme apoio ao trabalho que realiza a Celac em termos de integração e o reclamo porque a entidade facilite maior participação aos povos nesses esforços unitários e solidários.
Por exemplo, Halim Khan, líder do movimento de solidariedade com Cuba na Guiana, propôs que toda a região eliminasse os vistos para facilitar arranjar emprego onde houver e que se trocaram culturas para garantir a segurança alimentar.
Outro participante no encontro, o sandinista dominicano Juan Hubieres, presidente da Federação Nacional dos Transporte A Nova Opção, comentou à Prensa Latina que a Celac deve ser reforçada para atuar me-lhor no contexto na qual foi criada.
Durante dois meses de trabalho, antes do encontro, debateram-se os temas: a soberania, a paz, a unidade e a integração; e a realidade dos direitos humanos na região.
MOVIMENTOS SOCIAIS APOIAM À CELAC
O encontro entre Movimentos Sociais e Forças Políticas começou em 23 de janeiro, na capital dominicana, como uma combativa demonstração de apoio à 5ª Cúpula da Celac.
Representantes de organizações sociais, sindicais, camponesas, populares, juvenis, estudantis e de solidariedade lotaram totalmente o salão de atos da escola de Economia da Universidade Autônoma de Santo Domingo (UASD) sede do evento.
Junto às delegações da Venezuela, Cuba e a República Dominicana assistiram entusiastas representantes da Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Guiana, Haiti, Nicarágua, Panamá, Porto Rico e Trinidad e Tobago.
O reitor da UASD, Iván Grullón, após dar as boas-vindas, lembrou-lhes que era essa, a universidade do povo e a primeira da América e agradeceu-lhes que escolheram este palco para concordar com as posições que projetarão na 5ª Cúpula da Celac.
«Vocês têm a responsabilidade de levar à Cúpula da Celac o pensamento das organizações que vocês representam sobre os principais temas do encontro regional como a migração na região, o bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba e o reclamo para a devolução do território de Guantánamo».
«Aqui também se debateram temas como a pobreza, a segurança alimentar, a problemática mundial das drogas, o desarmamento nuclear, o desenvolvimento da mulher, o conflito das Malvinas, e o flagelo que constitui a corrupção e a impunidade», asseverou Grullón.
Posteriormente a líder camponesa dominicana, Juana Ferrer, cumprimentou a presença no plenário do Herói da República de Cuba, Fernando González, que foi muito aplaudido, entretanto os assistentes exclamavam: «Fidel, Fidel, que tem Fidel, que os imperialistas não podem com ele».
Ferrer lembrou que a América Latina e o Caribe continuam sendo as regiões mais desiguais do mundo, com altos índices de exclusão social, desigualdade de gênero e discriminação racial.
Manifestou que a violação dos direitos sociais, econômicos, culturais, políticos, sexuais e reprodutivos geram violência, marginalidade, pobreza e constitui uma ameaça permanente à soberania nacional dos povos e à soberania alimentar.