ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
A Bolívia está de pé Photo:diariodemexico.com

O Estado Plurinacional da Bolívia está hoje em uma encruzilhada. Por um lado, os grupos de direita promovem racismo, violência e repressão contra os mais humildes e atropelam a Constituição com o apoio do Exército e da Polícia. Por outro lado, na luta, setores populares, indígenas e camponeses rejeitam o golpe contra Evo Morales.

Na terça-feira, 12, a senadora da oposição Jeanine Áñez declarou-se presidenta do Senado e depois presidenta interina do país, sem o quorum legislativo necessário, em uma sessão ilegal atormentada por ações inconstitucionais. «Coincidentemente», a faixa presidencial foi-lhe imposta por um chefe militar e os primeiros países a reconhecer esta presidenta «provisória» auto-designada foram os Estados Unidos e o Brasil, além de outro personagem autoproclamado: Juan Guaidó. Para um bom entendimento, as provas deste golpe são suficientes.

Na tentativa de se legitimar «democraticamente», Añez nomeou o novo comandante-chefe das Forças Armadas e jurou inconstitucionalmente seu gabinete de fato.

Mas outra é a realidade dentro da sociedade. Militares e tanques abundam nas ruas, sobrevoos de baixa altitude e tiros, além de balas de borracha e gás lacrimogêneo para civis, como uma pacificação. Apesar da onda de violência e repressão, os movimentos sociais de El Alto e dos Ponchos Vermelhos chegaram a La Paz para condenar o golpe e rejeitar a «racista Jeanine Áñez». Segundo o promotor boliviano, várias pessoas já morreram nestes dias de conflito.

Na quarta-feira, 13, a presidente do Senado, Adriana Salvatierra, denunciou as ações da Polícia que não lhe permitiram entrar no prédio do Senado e que atacaram os legisladores do Movimento ao Socialismo (MAS). No México, Evo Morales ofereceu uma entrevista coletiva no dia anterior, destacando que a única maneira de parar a situação atual é um diálogo nacional e solicitou que as Forças Armadas não usassem balas para assassinar o povo. «Se o meu povo pedir estamos dispostos a voltar (...). Melhor o antes possível para pacificar a Bolívia», afirmou.