
O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, falou nesta segunda-feira, 24 de fevereiro, na Conferência sobre Desarmamento, realizada no segmento de alto nível da 43ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra
Durante seu discurso, reafirmou o compromisso inevitável de Cuba com o multilateralismo e os esforços para avançar em direção a uma ordem internacional democrática, justa e equitativa que responda à demanda de paz e desenvolvimento sustentável de todos os povos.
As palavras de nosso Chanceler destacaram como é essencial preservar o multilateralismo e o respeito aos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas e do Direito Internacional, especialmente em um cenário internacional cada vez mais perigoso e complexo, no qual a segurança e o bem-estar de nossas nações enfrenta desafios sem precedentes.
«Proliferam as guerras de rapina e a corrida armamentista, guerras não convencionais, atos de agressão, sanções unilaterais, manipulação e politização dos direitos humanos e desrespeito pelo direito à autodeterminação dos povos», destacou Rodriguez Parrilla.
Referiu-se a como o desenvolvimento de novos sistemas de armas nucleares, a modernização das forças e arsenais existentes e o fortalecimento do papel dessas armas nas doutrinas militares de defesa e segurança dos Estados Unidos minam a paz e a segurança internacionais e desgastam o maquinário de desarmamento das Nações Unidas.
«Em 2018, o orçamento militar global atingiu 1,8 trilhão de dólares. Gastos militares dos EUA pela primeira vez desde 2010, cresceram 4,6%, atingindo US$ 649 bilhões em 2018», afirmou o ministro das Relações Exteriores de Cuba.
Também enfatizou que, neste contexto, a conduta do atual governo dos Estados Unidos e sua estratégia de dominação militar, que mantém mais de 800 bases e instituições militares em todo o mundo, é motivo de grande preocupação.
«Rejeitamos a decisão do governo dos Estados Unidos de se retirar do Tratado de Mísseis de Curto e Intermediário alcance, assinado com a União Soviética em 1987, bem como o Plano de Ação Conjunto ou Acordo Nuclear com a República Islâmica do Irã», afirmou.
Bruno pediu à comunidade internacional que não permanecesse passiva ou silenciosa diante da ameaça representada pela Revisão da Postura Nuclear dos EUA.
Em relação à posição de nosso país, enfatizou que «Cuba reitera a plena validade da Proclamação da América Latina e do Caribe como zona de paz, adotada na 2ª Cúpula da Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe (Celac), em uma época em que que políticas unilaterais e de interferência que buscam desestabilizar nossa região prevalecem e que o governo dos EUA aplica uma política externa inspirada na Doutrina Monroe».
«Denunciamos as campanhas dos Estados Unidos contra forças políticas, líderes de esquerda e governos progressistas da América Latina e do Caribe. Rejeitamos a guerra não convencional que os Estados Unidos estão realizando para tentar derrubar o governo legitimamente constituído do presidente Nicolás Maduro Moros, na irmã República Bolivariana da Venezuela», afirmou.
Indicou que hoje, mais do que antes, atenção é indispensável à nossa alegação de que todos os Estados se abstenham de exercer pressão ou coerção sobre outros países, incluindo a aplicação e promoção de qualquer medida unilateral de natureza coercitiva, contrária ao Direito Internacional.
«Vamos trabalhar incansavelmente pelo desarmamento geral e completo, especialmente o nuclear; vamos preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra e conquistar uma paz duradoura e sustentável para todos», concluiu.





