ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
A partir da diversidade de ideias, a Cúpula dos Povos tenta levantar o maior número possível de vozes, sem exclusões baseadas em interesses políticos; essa é a diferença entre uma Cúpula e a outra. Foto: tirada do Twitter de Dominio Cuba 

A sessão de alto nível da 9ª Cúpula das Américas começa em 7 de junho, em Los Angeles, Califórnia. Os Estados Unidos estão sediando novamente o conclave, depois do primeiro em Miami, em 1994. Mas a hospedagem foi um pouco grande demais para eles, porque para «sua Cúpula» não só demoraram muito tempo para enviar convites ou para emaranhar questões organizacionais, mas ao invés de se concentrarem na discussão dos problemas reais que afetam a região com todos os envolvidos, decidiram colocar o véu da «democracia» para excluir e, como resultado, vários líderes relataram seu desacordo com a decisão, ou anunciaram que simplesmente não iriam participar.

Do outro lado estará a Cúpula dos Povos e da Democracia, que começará no mesmo dia. Mas isto não teve o consentimento e a boa vontade do governo, nem será realizado em grandes salões como a Cúpula das Américas. Pelo contrário, na sexta-feira passada, um grupo da extrema direita invadiu uma das instalações onde o evento está sendo coordenado, com o objetivo de ocupar o espaço através do uso da violência.

«Durante uma hora estivemos defendendo nosso espaço, e no meio disso a polícia chegou, e em vez de impedir o que estavam fazendo, apenas observaram e não intervieram de forma alguma. Além disso, nos impediram de poder remover esses ativistas da extrema direita», disse Manolo de los Santos, co-diretor do The People's Forum, uma das organizações norte-americanas encarregadas de preparar a Cúpula do Povo, em entrevista exclusiva ao Granma Internacional.

Disse que o ataque não era apenas contra seu espaço, «mas também contra o que ele simboliza, que são as ideias socialistas, o trabalho com as comunidades e as lutas dos trabalhadores».

De los Santos disse ao nosso semanário que a equipe organizadora continua com a mente e o moral elevados, que receberam expressões de solidariedade de diferentes partes do mundo. «Este tipo de ataque é um fenômeno que a esquerda tem que enfrentar hoje», denunciou.

Com relação à Cúpula dos Povos e pela Democracia, detalhou que já existem mais de 225 grupos que participarão para interagir no programa oficial, que inclui painéis e atividades culturais.

«Estamos muito motivados porque já confirmamos a presença de mais de mil pessoas, enquanto se espera que muitos mais participem da manifestação de 10 de junho, que chamamos de "Marcha contra a Cúpula da Exclusão". É importante lembrar que esta mobilização acontecerá após muitas negociações com o governo federal em Los Angeles, que inicialmente recusou a permissão».

Destacou que, sob o guarda-chuva político da Cúpula, outras ações serão realizadas na cidade, relacionadas com a defesa da Amazônia, em favor de Cuba e da Venezuela, do direito à moradia e dos migrantes.

«O importante para nós neste processo de organização da Cúpula Popular é romper com estas políticas de exclusão, para alcançar uma maior coesão social dos movimentos populares, dos sindicatos e dos povos que estão em luta em nosso continente», apontou Manolo de los Santos.

Este é um evento que, apesar da diversidade de ideias, tenta levantar o maior número possível de vozes, sem exclusões baseadas em interesses políticos; essa é a diferença entre uma Cúpula e outra.