
NASSAU, Bahamas.—«Reafirmamos a decisão de não poupar esforços na luta contra a mudança climática e para o desenvolvimento de nossos países, bem como a disposição de apoiar todas as nações caribenhas neste assunto, e em qualquer outro que possa ser necessário».
Isto foi declarado na terça-feira, 16 de agosto, pelo membro do Bureau Político e primeiro-ministro, Manuel Marrero Cruz, enquanto falava no diálogo de alto nível da Primeira Reunião Regional de Chefes de Governo do Caribe, que durará até a 18ª e servirá como preparação para a 27ª Conferência das Partes da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP27).
Do Centro de Convenções de Nassau, onde o evento está sendo realizado, Marrero Cruz também reiterou «a convicção de que um mundo melhor é possível se todos os países em desenvolvimento, com firmeza e com nossos próprios critérios, fizerem progressos na solução de nossos problemas».
Em seu discurso, Marrero agradeceu as declarações de apoio da Comunidade Caribenha e de vários Estados da região, em resposta ao incêndio em grande escala no depósito de combustível de Matanzas, e destacou, acima de tudo, a solidariedade da Venezuela e do México.
«A atual crise climática», disse Marrero Cruz, «exige compromissos mais ambiciosos de todos os Estados, antes de tudo dos desenvolvidos. É essencial pôr um fim aos padrões irracionais de produção e consumo do capitalismo».
Quanto a Cuba, informou que em setembro de 2020 apresentou uma atualização da Contribuição Nacional Determinada, com compromissos mais elevados até 2030, incluindo um aumento de até 24% na geração de eletricidade a partir do uso de energias renováveis, e um aumento de 33% na cobertura florestal.
«Apesar das sérias limitações decorrentes do bloqueio, que se intensificou até níveis extremos, Cuba fez progressos», reconheceu o chefe de governo, «embora a realização destes e outros objetivos mais ambiciosos também dependa da disponibilidade dos recursos necessários para apoiar os esforços nacionais».
Neste contexto, disse, «começamos a explorar o potencial do mercado de carbono, e esta é uma área em que devemos fortalecer as capacidades regionais».
Mais tarde, em uma segunda intervenção, focalizando especificamente as questões de adaptação às mudanças climáticas, o primeiro-ministro disse que esta é uma prioridade, uma questão de sobrevivência, particularmente para as pequenas nações em desenvolvimento insulares.
Diante da audiência, explicou as particularidades da Tarefa Vida, o plano do Estado cubano para enfrentar a mudança climática, e insistiu na necessidade de avançar com ações concretas, «porque o que não façamos hoje podemos lamentar amanhã, e estamos falando sobre o futuro de nossas nações e sobre salvar vidas».
O primeiro-ministro da Comunidade das Bahamas, Philip Davis, já havia solicitado a integração e a busca de posições comuns entre todos os países do Caribe na cerimônia de abertura. O desenvolvimento, disse, «requer uma ação coletiva. Juntos somos mais fortes».
CUBA, A ILHA DA SOLIDARIEDADE
No contexto do conclave regional, o chefe de Governo cubano realizou reuniões fraternas com o primeiro-ministro da Comunidade da Dominica, Roosevelt Skerrit; a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley; bem como com a ministra da Educação das Bahamas, Glenys Hanna-Martin.
Solidariedade, condenação do bloqueio, gratidão por cada sinal de apoio após o desastre em Matanzas, as muitas coisas que nos unem no Caribe e o legado duradouro do Comandante-em-chefe foram discutidos em cada uma das trocas.
Roosevelt Skerrit, que também é ministro da Fazenda, Resiliência, Assuntos Econômicos e outras pastas, reiterou o «compromisso inabalável» de seu país com Cuba: «Somos amigos e estamos a seu serviço em qualquer aspecto que possamos contribuir».
Por sua vez, Marrero Cruz expressou a vontade de seu país de continuar consolidando as relações bilaterais e de ampliar os acordos assinados na área de cooperação. «Agora devemos estar mais unidos do que nunca, integrar-nos e apoiar-nos mutuamente», disse.
«Se aprendemos alguma coisa», refletiu o primeiro-ministro cubano, é que «não há armas que possam derrotar a firmeza e resistência de um povo. E quando isso é assegurado, convence-se de que a vitória é possível».
«Não podemos ceder», concordou Roosevelt Skerrit, «conscientes de que o destino de um país só pode ser decidido pela maioria de seus filhos».
Perto do final do primeiro dia, Marrero Cruz falou com a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, uma recém-chegada ao evento, que ficou satisfeita por este ter sido o início de sua agenda.
No ano que marca o 50º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países, Mottley destacou a cooperação, a fraternidade, o alto nível de diálogo político e manifestou seu interesse em fortalecer os laços em todas as áreas que possam contribuir para a melhoria das economias de Cuba e Barbados.
«Acredito na amizade profunda», enfatizou o primeiro-ministro cubano, ao mesmo tempo em que destacou o trabalho dos médicos cubanos na luta contra a Covid-19, e o quanto eles ajudaram seu povo.
Outra reunião emocionante foi realizada com a ministra da Educação da Comunidade das Bahamas, Glenys Hanna-Martin, cujas palavras estavam sempre de acordo com seu reconhecimento e admiração por Cuba.
Ela perguntou sobre a estrutura do sistema educacional na Ilha maior das Antilhas, elogiou o trabalho dos colaboradores em solo bahamiano e colocou ênfase especial no papel da mulher cubana nas transformações do país.
«No Caribe», concordou o primeiro-ministro, sempre houve um denominador comum: apoio e respeito por Cuba. A históriamostrou o que podemos fazer juntos, especialmente na área de cooperação».
A educação e os desafios enfrentados pelo setor também foram discutidos, e houve consenso sobre a necessidade de defender tudo o que nos identifica e define como nação.
«Um país», resumiu o chefe de Governo, «tem que dar importância ao ensino de sua história, sua cultura, porque as grandes potências querem que os cidadãos esqueçam suas raízes, e isso é o que deve ser preservado».
