ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
«Mais do que satisfeitos, estamos muito comprometidos com a causa argelina, estamos muito comprometidos com o governo argelino e com o povo argelino», ressaltou Díaz-Canel. Foto: Alejandro Azcuy Domínguez. 

ARGEL.— «Cuba e Argélia são dois países que mantiveram um vínculo exemplar durante sessenta anos. Nossa amizade não tem sido qualquer amizade; nosso relacionamento tem sido de verdadeira fraternidade e solidariedade, de apoio mútuo nos momentos mais difíceis».

Foi assim que o primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista e presidente da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, valorizou a história que ambas as nações têm em comum. Fez esta declaração à imprensa na quinta-feira, 17 de novembro, do Palácio Presidencial El Muradia, onde horas antes foi recebido por Sua Excelência Abdelmadjid Tebboune, presidente da República Democrática Popular da Argélia.

O líder cubano enfatizou aos repórteres reunidos na sua frente e ao seu homólogo argelino que a presença da delegação de alto nível da Ilha, que chegou ao país magrebino para realizar uma visita oficial, «é um sinal da importância que atribuímos ao desenvolvimento das relações bilaterais». Durante as declarações à imprensa do dia, os dois chefes de Estado apareceram em seus respectivos pódios, dos quais compartilharam boas notícias nascidas de uma reunião privada, e também de conversas oficiais entre as delegações dos dois países.

Esta visita, disse o presidente cubano, «reafirma a vontade de continuar a fraternidade cimentada pelos líderes históricos de nossas nações».

«Hoje confirmamos com o presidente Tebboune» ꟷ valorizou o dignitário do país do Caribe ꟷ «o excelente estado de nossas relações políticas, e também nosso amplo acordo, em organizações internacionais, bem como sobre os temas da agenda internacional. Também concordamos em promover os laços econômicos, comerciais, financeiros e de cooperação, e em levá-los ao nível dos laços políticos».

Díaz-Canel Bermúdez disse que foram identificadas áreas e projetos de colaboração que «são importantes e nos quais vamos trabalhar juntos». A este respeito, disse que estas questões «mostram benefício mútuo, mas acima de tudo significam para nosso país um apoio importante que demonstra a compreensão que o governo argelino tem para nossa situação».

De acordo com o chefe de Estado, as áreas identificadas para a cooperação incluem «saúde; energia; fontes renováveis; indústria médico-farmacêutica; e intercâmbio cultural, educacional, científico e tecnológico». E se referiu a estas esferas como «as mais promissoras para a colaboração».

Além disso, como o presidente explicou à imprensa, falou-se de um trabalho conjunto sobre a produção de açúcar, e acrescentou que haviam avaliado conjuntamente «uma possibilidade, uma forma de renegociar ou reestruturar a dívida que Cuba tem com a Argélia».

Díaz-Canel Bermúdez declarou que «há muitas razões para se sentir muito satisfeito». E enfatizou: «Mais do que satisfeitos, estamos muito comprometidos com a causa argelina, estamos muito comprometidos com o governo e o povo argelino, e a Argélia pode sempre ter a certeza, e nós a ratificamos aqui hoje, de que pode contar com o apoio do governo e do povo cubanos».

Na presença dos repórteres, o líder cubano referiu-se a «toda uma história de eventos, de trocas, de colaborações que fortaleceram nosso relacionamento». E falou da visita em termos de «um desejo cumprido», e afirmou: «Acho que nas horas em que estivemos aqui na Argélia, tivemos uma emoção tremenda, um sentimento; recebemos o calor, o apoio, a amizade e a solidariedade do povo argelino, e também de seus principais líderes e, em particular, de você, senhor presidente».

Por esta razão, o dignitário expressou sua sincera gratidão «ao presidente (Abdelmadjid) por sua calorosa acolhida e pela oportunidade de trocar abertamente sobre questões de interesse bilateral e sobre a agenda internacional, precisamente no momento em que o presidente está comemorando seu aniversário hoje; e embora já lhe tenhamos dito em particular, embora também o tenhamos compartilhado com a delegação argelina, queríamos, em nome do povo e do governo cubanos, e em meu próprio nome, estender nossas felicitações por seu aniversário e desejar-lhe boa saúde e uma longa vida».

UMA VISITA PARA FORTALECER A COOPERAÇÃO

O presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, havia falado um pouco antes à imprensa credenciada para cobrir esta visita oficial, falando de apoio e solidariedade. «Nossas relações históricas», disse, «foram alimentadas por valores que ambas as nações compartilham, tais como liberdade, paz e justiça».

Também expressou sua convicção de que «esta visita é uma oportunidade para reforçar a cooperação e a consulta entre os dois países», reiterando ao mesmo tempo a «permanente solidariedade da Argélia com o povo cubano em sua caminhada rumo ao levantamento do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto a seu país e ao qual tem sido submetido há mais de 60 anos».

«A Argélia sente que tem o dever de se comprometer com a República de Cuba, uma amiga e quase irmã», frisou.

«Compartilhamos relações do passado e do presente, e vamos construir juntos o futuro», disse o presidente, antes de informar que, no decorrer das conversações realizadas pouco antes entre as duas delegações, foi acordado «aliviar um pouco o contexto econômico cubano, cancelando os serviços da dívida e adiando seu reembolso por outro tempo».

De acordo com Abdelmadjid Tebboune, a Argélia também ofereceu «a Cuba irmã uma usina de energia solar para a produção de eletricidade», bem como para retomar o envio de combustível à nação caribenha para abastecer suas usinas elétricas.

Também detalhou a decisão dos dois governos de cooperar em questões como a produção de medicamentos e a criação de joint ventures para a fabricação de vacinas contra algumas doenças africanas e não africanas. «Os intercâmbios também serão promovidos em outras áreas do comércio e do ensino superior», disse.

No início de 2023, disse, «será realizada uma sessão da Comissão Mista entre os dois países, durante a qual a delegação argelina irá a Havana com um grupo de 150 investidores que examinarão as possibilidades de investimento na Ilha maior das Antilhas».

No final das declarações dos dois presidentes, o líder da nação magrebina enviou saudações ao povo cubano, e especialmente a seus jovens, que têm a responsabilidade de continuar uma história de fraternidade. O dignitário também pediu para enviar saudações ao general-de-exército Raúl Castro Ruz, que tem sido um amigo muito querido na Argélia.

HOMENAGEM AO POVO ARGELINO E SUA HISTÓRIA

O presidente da República de Cuba e a delegação que o acompanhou iniciaram seu primeiro dia de atividades na Argélia honrando a história argelina e os mártires. No Monumento dos Mártires, um lugar emblemático na capital argelina que se ergue em uma das colinas da paisagem, o chefe de Estado colocou uma coroa de flores em cuja fita estava escrito: «Em nome do povo de Cuba, aos mártires da independência argelina».

O santuário, inaugurado em 1982, é um símbolo de respeito e simbolismo. Sua construção simula três folhas de palmeira com uma chama eterna debaixo delas; na borda de cada uma delas está uma estátua de um soldado representando as diferentes etapas da luta de libertação argelina.

No santuário, o primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista, acompanhado pelo ministro da Saúde argelino, Abdelhak Saihi, enxergou a majestosa vista da baía e da cidade de cor clara de Argel, banhada pelo Mar Mediterrâneo.

Pouco tempo depois, a delegação visitou o Museu Nacional dos Combatentes, localizado sob o Monumento. Escrevendo no Livro de Visitas da instituição, o líder cubano enfatizou a «imensa honra e a grande satisfação de estar neste importante museu argelino, que abriga as tradições de luta, resistência e combate do heróico povo argelino».

É um «povo heróico, sempre pronto para lutar até a morte em defesa de sua independência e soberania».

Foi um dia rentável e emocionante para Cuba na Argélia. Em um de seus tweets do dia, no qual Díaz-Canel parabenizou os estudantes cubanos pela celebração do Dia Internacional dos Estudantes em 17 de novembro, o chefe de Estado resumiu em breves palavras a agenda de uma quinta-feira boa para o futuro: «chegamos a excelentes acordos para nossa economia com nossos irmãos argelinos».

O dignitário Abdelmadjid Tebboune também pediu para enviar saudações ao general-de-exército Raúl Castro Ruz, que tem sido um amigo muito querido na Argélia. Foto: Alejandro Azcuy Domínguez. 
Foto: Alejandro Azcuy Domínguez. 
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