Kingstown.— «Desde que chegamos na manhã de 3 de dezembro a São Vicente e as Granadinas temos recebido muito carinho deste povo; no caminho as pessoas têm saído de suas casas com sinais para cumprimentar Cuba, e esse carinho tem muito a ver com o trabalho que vocês têm feito».
Isto foi declarado pelo primeiro-secretário do Comitê Central do Partido e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, em uma reunião no sábado, 3 de dezembro, à noite, com membros da missão estatal cubana em São Vicente e as Granadinas, da brigada médica, e com representantes da sociedade de amizade com a Ilha maior das Antilhas, e cubanos que residem aqui.
Após felicitar a brigada médica pela celebração do Dia da Medicina Latino-americana, em 3 de dezembro, Díaz-Canel se interessou pela atitude do pessoal cubano durante a explosão do vulcão La Soufrière, em 9 de abril do ano passado.
«Graças a medidas preventivas e de biossegurança», explicou, «a vida e o trabalho desses especialistas foram preservados. Eles se juntaram imediatamente aos serviços de emergência e, entre outros gestos de humanidade e altruísmo, acolheram e cuidaram das crianças afetadas, especialmente aquelas sem proteção familiar».
Atualmente, 77 trabalhadores da saúde pública e quatro trabalhadores da construção civil estão cooperando em São Vicente e as Granadinas. Desde o estabelecimento de relações bilaterais, em maio de 1992, 308 estudantes se formaram em Cuba: 164 nos centros de treinamento do ministério da Saúde, 125 dos centros de ensino superior, 16 no Instituto de Esportes (Inder) e três no ministério de Educação (Mined).
UM MAR DE SOLIDARIEDADE
O intercâmbio ouviu uma variedade de histórias descrevendo os gestos profundos de solidariedade entre os dois países. Renwick Rose, membro da Sociedade de Amizade São Vicente e as Granadinas-Cuba, indicou que esta é uma das associações de solidariedade mais antigas da região.
Foi formada em 26 de julho de 1976. Rose falou de como naqueles anos, quando a consciência nacional em seu país estava crescendo como um mar que se cristalizou com a independência, em 19 de setembro de 1983, Cuba era para os jovens um farol, um guia.
A vida e o trabalho de Fidel astro e de Che Guevara foram muito importantes para nós, e tiveram grande influência. Apesar do isolamento a que Cuba estava sujeita, apesar das mentiras, um grupo de jovens na casa dos vinte anos procurava a verdade, e nós estávamos olhando para ela.
Na reunião também apresentaram o jovem Fared Bernal, que estudará Odontologia na Ilha maior das Antilhas, para manter o legado de seu pai, Edduys Bernal, um cubano que está estabelecido aqui há muitos anos. Seu filho estudará na ilha através do programa de bolsas de estudo para filhos de cubanos que moram no exterior.
Edduys falou do compromisso dos cubanos que moram em São Vicente e as Granadinas, que, disse, «estão determinados a representar nossa pátria de uma maneira digna».
Também foi anunciado que o jovem Shamarr Morgan, um nativo destas ilhas do Caribe oriental, se formou nesta sexta-feira como engenheiro de computação na Cujae, ao qual Díaz-Canel acrescentou que acabara de se formar no ensino superior em um dia simbólico, 2 de dezembro, quando este centro de estudos superiores comemorou 58 anos de ter sido inaugurado pelo Comandante-em-chefe Fidel Castro Ruz.
CUMPRIMENTO DE UMA DÍVIDA
«Esta visita estava pendente desde 2019», salientou o presidente Díaz-Canel. «É quase uma dívida, lembrando que o primeiro-ministro Ralph Gonsalves visitou Cuba várias vezes nos últimos anos. O Caribe é nossa amada região, nossa região natural».
«Quando planejamos estas visitas (que incluem viagens oficiais a São Vicente e as Granadinas, Barbados e Granada, e participação na 8ª Cúpula Caricom-Cuba, em 6 de dezembro em Bridgetown), eu estava dizendo aos meus colegas», explicou o chefe de Estado, «que íamos deixar o Caribe e vir para o Caribe».
Ressaltou que sua estadia coincidiu com o 30º aniversário das relações diplomáticas bilaterais. «As nossas são relações exemplares; e entre nossos países existe um alto nível de diálogo político e de acordo sobre questões internacionais. E agora, temos que aprofundar a complementaridade e a colaboração, inclusive em questões econômicas e financeiras», reafirmou.
E trago, disse, «saudações do povo cubano, e gratidão ao povo de São Vicente e as Granadinas, que nos últimos tempos também tem feito muitos gestos em relação a Cuba. Seu apoio e solidariedade vieram durante a pandemia da Covid-19, após o acidente no hotel Saratoga e o incêndio em grande escala no terminal de combustível de Matanzas, e agora após a passagem de um furacão».
Díaz-Canel informou os são-vicentinos e cubanos sobre a situação atual em Cuba e as ações para superar os tempos difíceis, o que está sendo alcançado através da resistência do povo cubano, «mas estamos falando» — disse — «de uma capacidade de resistência criativa, para a qual sua solidariedade, as associações como a sua, que com suas ações alimentam essa resistência criativa, contribui muito».
Na reunião, o chefe de Estado presenteou a Sociedade de Amizade São Vicente e Granadinas-Cuba com o Selo Comemorativo dos 60 anos do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP), concedido por essa organização. A distinção foi recebida pelo líder da associação, Bernal Hamilton, que apresentou a Díaz-Canel, e através dele o povo cubano, com uma obra de arte como um sinal dos laços estreitos que unem as duas nações.
O intercâmbio, que foi conduzido aqui pelo embaixador cubano, José Manuel Leyva Ventura, contou com a presença do membro do Bureau Político e ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla; do ministro do Comércio Exterior e o Investimento Estrangeiro, Rodrigo Malmierca Díaz; da Saúde Pública, José Angel Portal Miranda; e da Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, Elba Rosa Pérez Montoya, bem como de outros membros da delegação.
