
Entre 1961 e 2002, 1.085 estudantes formados em Cuba dos países que, a partir de 1º de agosto de 1973, foram progressivamente integrados à Comunidade Caribenha (Caricom); e tinham se formado em mais de 33 especialidades, 818 em nível universitário.
Os dados foram apresentados pelo Comandante-em-chefe Fidel Castro Ruz em 8 de dezembro de 2002, na celebração em Havana dos 30 anos do estabelecimento de laços diplomáticos com as quatro nações de língua inglesa independentes da região.
Elas haviam alcançado a soberania nos anos 60, durante a onda anticolonial para a qual a Revolução Cubana e sua constante denúncia do status colonial do Caribe, da África e de outras partes do mundo também haviam contribuído.
A decisão irrevogável dos líderes da Jamaica (Michael Manley), Trinidad e Tobago (Eric Williams), Guiana (Forbes Burnham) e Barbados (Errol Barrow), que pôs fim ao isolamento da América Latina e do Caribe ao qual Cuba havia sido submetida pelos EUA e pela OEA, foi tornada oficial em 8 de dezembro de 1972.
Nesse dia, representantes dos quatro estados e da Ilha maior das Antilhas assinaram o acordo formal em eventos paralelos, realizados na missão jamaicana junto à ONU e na sede diplomática de Cuba em Ottawa. Hoje, todos os países independentes da Comunidade do Caribe possuem embaixadas em Havana e vice-versa.
A formação dos jovens da região nas escolas cubanas continuou a aumentar ano após ano. Em 8 de dezembro de 2002, o Comandante-em-chefe reiterou que nossos centros de ensino superior estavam disponíveis para milhares deles, incluindo cerca de mil estudantes de medicina, e sem nenhum custo.
Hoje, Fidel acrescentou nessa ocasião, «Cuba contribui com 1.174 trabalhadores civis nos países da Caricom. Destes, 964 estão no setor da saúde, mais de dois terços como doação de serviços», porque alguns «países irmãos não teriam os recursos econômicos para pagar por estes serviços profissionais vitais».
A relação de solidariedade e cooperação entre nossas nações tem sido permanente e sempre em crescimento desde então, e neste 6 de dezembro o primeiro-secretário do Comitê Central do Partido e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, chefia a delegação à 8ª Cúpula Caricom-Cuba, que está sendo realizada em Bridgetown, Barbados, para celebrar o 50º aniversário do estabelecimento de relações mútuas, e o 20º aniversário do início dessas reuniões entre chefes de Estado e de Governo.
Em resumo, no final de junho do ano passado, 6.164 jovens da Comunidade Caribenha haviam se formado em centros de estudos cubanos e outros 869 estão atualmente estudando em nossas universidades.
CUBA-CARICOM TAMBÉM SIGNIFICA SOLIDARIEDADE
Existem atualmente 1.698 trabalhadores cubanos da saúde em 13 países da Caricom e um território não-independente. Destes, 351 são membros das brigadas do Contingente Internacional Henry Reeve.
Durante a resposta à pandemia, Cuba enviou 17 brigadas do contingente Henry Reeve a 12 países da Caricom e a cinco territórios não-independentes, para um total de 670 profissionais. Além da Saúde, a Comunidade Caribenha recebe atualmente a apoio de 600 profissionais dos ministérios da Educação e a Construção, em esportes e Recursos Hídricos, entre outros.
Os membros da Comunidade do Caribe têm mantido uma postura vertical em defesa de Cuba. Sua solidariedade e apoio incondicional é demonstrada, por exemplo, na denúncia permanente do bloqueio econômico, comercial e financeiro do governo dos EUA contra a Ilha e no voto em bloco a favor da resolução que a cada ano na ONU pede o fim dessas medidas arbitrárias.
Na cúpula Cuba-Caricom 2020, realizada virtualmente entre as diferentes capitais devido à pandemia da Covid-19, o presidente Díaz-Canel observou: «Apreciamos que as relações estreitas que a Caricom e Cuba forjaram e que foram os esforços pessoais do Comandante-em-chefe da Revolução Cubana Fidel Castro Ruz e do general-de-exército Raúl Castro Ruz foram consolidadas. A ideia de nossos líderes de cooperar solidariamente, de apoiar uns aos outros diante dos desafios impostos pelo passado colonial e de defender a essência de nossa amizade, permanece firmemente defendida por todos nós».
«Sou mais uma vez grato pela solidariedade, respeito e coragem do Caribe em sua relação com nosso país. Somos pequenos gigantes em um mundo onde reinam a hipocrisia e a crueldade».
Entre Cuba e a Caricom existe também um Acordo de Cooperação Comercial e Econômica que abrange uma ampla gama de áreas, incluindo saúde, educação, esporte e cultura, bem como serviços de turismo, viagens, transporte, construção, telecomunicações e tecnologia da informação, entre outros.
A vasta solidariedade entre esses países é mais do que eloquente; não houve furacão, terremoto, erupção vulcânica ou outro desastre natural no qual Cuba não tenha chegado a seus vizinhos.
Exemplos abundam ao longo dos anos, incluindo alguns pouco conhecidos, como o fato de que em 1997 a Ilha maior das Antilhas deu abrigo em Tarará a crianças e adolescentes de Montserrat após a erupção do vulcão La Soufrière, que enterrou Plymouth, capital do território britânico ultramarino habitado por 4.000 pessoas.
A solidariedade do Caribe para com Cuba também é bem conhecida, como o envio de medicamentos, alimentos e outros recursos durante a pandemia causada pela Covid-19 e diante dos recentes desastres naturais e tecnológicos sofridos na Ilha.
UMA COMUNIDADE MUITO CARIBENHA
Em 4 de julho de 1973, os pais fundadores da integração caribenha, os primeiros-ministros Michael Manley, Eric Williams, Forbes Burnham e Errol Barrow assinaram o Tratado de Chaguaramas, na cidade epônima de Trinidad e Tobago, e a Caricom nasceu e entrou em vigor em 1º de agosto daquele ano.
Os quatro países independentes da região, Jamaica, Trinidad e Tobago, Guiana e Barbados, empreenderam um caminho que não excluiu nenhum outro membro da organização regional que a precedeu: Carifta (Associação de Livre Comércio do Caribe).
O documento fundador do bloco formalizou assim que os então oito territórios não independentes (Antígua e Barbuda, Belize, Dominica, Granada, Santa Lúcia, Santa Lúcia, Montserrat, São Cristóvão e Nevis, e São Vicente e Granadinas) poderiam tornar-se membros de pleno direito em 1974, e assim o fizeram. As Bahamas, Suriname e Haiti o fizeram anos mais tarde.
FATOS RELEVANTES
Desde 2014, com a abertura da embaixada de St. Kitts e Nevis em Havana, a presença dos 14 Estados Membros da Caricom em nosso país com suas respectivas sedes diplomáticas foi concluída. Por sua vez, Cuba mantém um número igual de representações diplomáticas em cada um dos países membros da Caricom. A capital de Cuba tem a honra de ser a sede permanente das representações diplomáticas de todos esses países.
Nossos embaixadores em Santa Lúcia e Guiana também são credenciados junto à Organização dos Estados do Caribe Oriental e Caricom, respectivamente, e como membro da Associação dos Estados do Caribe, nosso chefe de missão é credenciado em Trinidad e Tobago, o que permitiu uma maior aproximação com essas organizações e suas secretarias.
Até o momento, foram realizadas sete Cúpulas Caricom-Cuba. Seu local alternou entre os países da Comunidade e Cuba. As reuniões ministeriais realizadas antes das Cúpulas têm sido um mecanismo eficaz para rever os aspectos mais importantes da relação bilateral.
Tanto as Cúpulas quanto as reuniões ministeriais provaram ser um instrumento útil para a consulta e cooperação política.
A cooperação histórica de nosso país, eixo fundamental dos laços bilaterais, tem um grande impacto e reconhecimento na Comunidade Caribenha. Cuba assinou acordos básicos de cooperação com os 14 estados membros independentes da Caricom.