Na cerimônia de entrega da Presidência do G77 + China, agora com Cuba ao leme pela primeira vez, o membro do Bureau Político do Partido e ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla, assegurou que «os grandes desafios que a atual ordem econômica gerou para o mundo em desenvolvimento atingem sua expressão mais aguda nestes tempos de crise sistêmica».
Em um discurso no qual expressou sua gratidão pela confiança depositada na Ilha maior das Antilhas, o ministro das Relações Exteriores referiu-se às crises sanitária, climática, energética, alimentar e econômica, bem como à escalada das tensões geopolíticas e às formas renovadas de dominação e hegemonia.
Advertiu que o modesto progresso alcançado na Agenda 2030 promovida pelas Nações Unidas (ONU), «corre o risco de ser revertido em um mundo pós-pandêmico mais dividido e egoísta».
Disse que «não vamos nos arrepender em nossa justa exigência de que os países desenvolvidos cumpram seus compromissos de assistência oficial ao desenvolvimento, financiamento climático e cooperação Norte-Sul».
«Enfrentaremos qualquer tentativa de colocar sobre nossos ombros as promessas descumpridas das nações mais poderosas, que gastam bilhões em armas e não em desenvolvimento», disse.
«Vamos trabalhar para que, no final deste ano, sejamos mais fortes e mais unidos», disse Bruno, acrescentando que para Cuba, isto será uma expressão do dever cumprido, enquanto para o grupo «representará um passo inestimável no caminho para alcançar nossas aspirações históricas como nações em desenvolvimento».
O presidente da 77ª sessão da Assembleia Geral da ONU, Csaba Korösi, apelou para a unidade das 134 nações para enfrentar os atuais desafios do sistema financeiro global; apelou para defender os objetivos do desenvolvimento sustentável e uma ordem mais justa do grupo, e previu que a presidência de Cuba do G77 + China será bem sucedida.
Por sua vez, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que o G77 + China «reflete um exemplo inspirador de multilateralismo em ação», e garantiu seu apoio «para promover a igualdade de gênero e a representação geográfica equitativa dentro de nossa força de trabalho global».
No início da cerimônia, o ministro das Relações Exteriores da República Islâmica do Paquistão, Bilawal Bhutto Zardari, como parte da entrega formal, partiu com a confiança de que, sob a liderança da Ilha maior das Antilhas, o G77+China continuará o trabalho de seus membros para alcançar uma ordem internacional mais justa.
