Buenos Aires, Argentina.—«Estou convencido de que continuaremos avançando e consolidando as nossas relações, e que cada vez mais os projetos que estamos desenvolvendo juntos serão de crescente benefício para ambas as partes».
Esta certeza, expressa pelo primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista e presidente da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, marcou o diálogo que o chefe de Estado realizou no início da manhã de segunda-feira, 23 de janeiro, nesta cidade com empresários argentinos de setores como indústria, alimentação, biotecnologia e turismo.
Uma reunião semelhante havia sido realizada em 2019, ano em que se realizou a visita anterior do dignitário à terra de Che Guevara, e da qual várias questões foram retomadas nesta ocasião, pois é intenção de Cuba e da comunidade empresarial deste país, não só expandir seus laços de cooperação, mas também consolidá-los e trabalhar para resolver tudo o que possa constituir um freio ao seu desenvolvimento.
Quatro anos após esse evento, Cuba continua dando vital importância ao comércio com a Argentina, que é um de seus principais parceiros na região. Enquanto isso, a Argentina, como garantiu Jorge Neme, secretário de Planejamento do Desenvolvimento e Competitividade Federal, considera que «as relações para o desenvolvimento produtivo podem ir nos dois sentidos, já que na Ilha maior das Antilhas existem condições favoráveis para a produção de alimentos impossíveis de serem sustentados neste país devido ao clima».
«Obrigado pela oportunidade de reencontrar-nos», disse Jorge Neme em suas observações, lembrando suas mais recentes visitas a Cuba, que foram de grande importância para melhorar as relações comerciais e produtivas entre os dois países. A este respeito, lembrou as avaliações feitas por especialistas de sua nação para realizar o projeto agrícola de produção de grãos na Ilha, que é de extrema importância para ambos os países.
Segundo o ministro do Comércio Exterior e o Investimento, Rodrigo Malmierca Díaz, este é um dos projetos mais promissores que temos com a Argentina.
«Para nós é um prazer trabalhar com vocês», disse Hipólito Benso, presidente da Trading Sur, que comentou que há vários anos mantêm relações comerciais com a nação caribenha. Em suas palavras, enfatizou que no momento têm três projetos de investimento em andamento, associados a questões como a promoção do mercado atacadista e a produção de ração balanceada.
«Vamos abrir o caminho e dar confiança ao resto dos investidores», confirmou o empresário durante a reunião, na qual também participaram o membro do Bureau Político e ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla, e o embaixador cubano Pedro Pablo Prada.
Tomando a palavra, Claudio Palacios, diretor da agência Julia Tours, salientou que estão muito ansiosos para que a companhia aérea Cubana de Aviación retome seus voos à Argentina. «Os turistas anseiam por retornar a Cuba, por desfrutar de suas praias, de seu maravilhoso povo», disse.
A este respeito, o presidente Díaz-Canel explicou que se espera que as operações aéreas possam ser retomadas em breve, ao mesmo tempo em que destaca o fato de que os voos da Aerolíneas Argentinas para Cuba vêm aumentando e também significam uma revitalização da presença de turistas.
O encontro aconteceu no início da segunda-feira, 23 de janeiro, na Argentina, em uma reunião que marcou a disposição dos empresários deste país do sul de abrir novos caminhos e dar confiança a outros produtores em seu país, para que também possam desenvolver linhas de intercâmbio comercial com a Ilha maior das Antilhas.
CUBA E ARGENTINA: RELAÇÕES MUITO ESTREITAS EM COOPERAÇÃO
«Com a Argentina», disse o chefe de Estado cubano no final da reunião, «temos relações muito estreitas em termos de cooperação, intercâmbio político, econômico e comercial e, apesar da pandemia, não paramos nossos esforços para chegar a projetos conjuntos».
Lembrando a reunião de 2019, Díaz-Canel destacou que «contribuiu muito, e ideias muito úteis foram compartilhadas para expandir a cooperação conjunta». Depois de comentar que a chegada da Covid-19 «nos impediu de avançar nestes anos como gostaríamos», o dignitário explicou alguns elementos sobre a situação econômica em Cuba, tornada ainda mais complexa pela intensificação do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelo governo norte-americano.
O líder cubano também explicou como conseguimos enfrentar com sucesso a pandemia, seus desafios e lições aprendidas para a ilha. Naquela época, concentramos «nossos esforços e recursos em salvar a população, quase tivemos que parar a economia, quase todos os nossos processos de produção e serviços foram desacelerados, e nos concentramos totalmente na população», explicou.
Díaz-Canel também explicou o trabalho que tem sido realizado nos últimos dois anos como parte do programa de Soberania Alimentar e Nutricional, visando não somente a produção de alimentos, mas também a promoção de hábitos alimentares saudáveis entre a população. «Os programas de desenvolvimento agrícola que estão sendo realizados com o governo argentinorepresentam um apoio importante neste caminho», disse.
O presidente cubano falou aos empresários argentinos sobre outros temas, como o desenvolvimento conjunto do turismo, o uso de medicamentos cubanos, a cooperação em biotecnologia e na indústria biofarmacêutica, entre outros.
Também considerou que o intercâmbio técnico-científico poderia ser muito útil, uma área na qual «muitas coisas podem ser feitas».
«Tudo o que temos feito juntos», disse Díaz-Canel, «ratifica a vontade que existe entre os governos cubano e argentino de continuar fortalecendo as relações de intercâmbio econômico e comercial, cooperação e colaboração».
«Além da resistência criativa com a qual nós, em Cuba, temos enfrentado as complexidades dos últimos anos», disse o presidente da República, «há o componente que vocês trazem, esse componente de cooperação e compreensão».
Apesar do bloqueio, o fato de «vocês estarem apostando em Cuba, de estarem participando em Cuba e fazendo negócios conosco, além do que isso pode significar em termos econômicos e comerciais, nos dá um encorajamento moral, porque percebemos que não estamos sozinhos, que somos apoiados apesar das pressões que o mundo dos negócios está sofrendo», enfatizou.
Por esta razão, disse Díaz-Canel, «queremos agradecer mais uma vez, por sua contribuição à causa de nosso país, pelo apoio que nosso povo recebe de todos vocês».
