ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
«Foi uma Cúpula de compromisso, de unidade na diversidade», disse o ministro das Relações Exteriores Bruno Rodríguez Parrilla. Photo: Estudios Revolución

Buenos Aires, Argentina.—«Tem sido uma excelente Cúpula». Assim, em breves e contundentes palavras, o ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez Parrilla, descreveu a 7ª Cúpula da Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe (Celac), realizada na terça-feira, 24 de janeiro, nesta cidade, com a participação dos 33 países de Nossa América.

O ministro das Relações Exteriores fez estes e outros comentários à equipe de imprensa da Presidência da República, logo após a conclusão da reunião na nação sul-americana, onde postulados comuns convergiram para nossos povos, que são essenciais para fortalecer o processo de revitalização e fortalecimento da Comunidade.

«É uma cúpula histórica», salientou Rodríguez Parrilla, «de continuidade do processo de revitalização, ao qual o México deu um impulso considerável, que a Argentina continuou, e que agora está nas mãos do Caribe, em particular sob a liderança de São Vicente e Granadinas e do tão amado primeiro-ministro Ralph Gonsalves, para dar continuidade a esse esforço».

«Foi uma Cúpula de compromisso, de unidade na diversidade, de propostas em termos de atenção a problemas fundamentais como a mudança climática, a situação do mundo pós-Covid, iniciativas sobre epidemias e sua prevenção, bem como questões relacionadas ao desenvolvimento, ao exercício dos direitos humanos e da democracia», disse o ministro das Relações Exteriores.

Questionado pela equipe de imprensa sobre a importância dos debates, Rodríguez Parrilla os descreveu como excelentes, nos quais o discurso do presidente Miguel Díaz-Canel «brilhou e foi muito bem recebido», e onde uma dúzia de países se pronunciou enfaticamente contra o bloqueio de Cuba.

Referindo-se aos principais documentos aprovados durante a reunião, comentou que estes foram, fundamentalmente, a Declaração de Buenos Aires e uma dúzia de declarações especiais.

Detalhou que na Declaração principal há dois parágrafos referentes a Cuba: um é contundente, em relação à necessidade de pôr um fim ao bloqueio, e o outro está associado à presença daIlha maior das Antilhas na espúria lista de países patrocinadores do terrorismo. «Além disso, outros comunicados referentes ao bloqueio em si, ao flagelo do terrorismo e do desarmamento foram apresentados por iniciativa de Cuba», expressou.

«O balanço é muito positivo, promissor», reiterou o ministro das Relações Exteriores, que também comentou o significado de São Vicente e as Granadinas ter sido eleito para a presidência pro tempore da Comunidade. «Pela primeira vez, um país caribenho de língua inglesa detém esta responsabilidade», e lembrou que Cuba, representando o Caribe, havia anteriormente assumido a Presidência.

«Estou confianteque, com o apoio de todo o Caribe, São Vicente e as Granadinas terão uma presidência memorável», disse.

O CAMINHO DA CELAC ESTÁ SENDO REFORÇADO

O senhor poderia afirmar que esta Cúpula consolida o caminho para a revitalização da Celac, que começou no México há dois anos, perguntou nossa equipe de imprensa ao ministro das Relações Exteriores cubano, que expressou categoricamente sua convicção de que há continuidade em todo o trabalho realizado ao longo dos últimos anos, o que dá força à Comunidade.

«A Celac tem sido uma criação extraordinária, autóctone e soberana, pela primeira vez após 200 anos de independência do que José Martí chamou de Nossa América», disse.

Embora reconhecendo os vários desafios que a Comunidade teve que enfrentar no último período, no qual «as vicissitudes das oscilações do pêndulo e a sabotagem dos governos de direita interessados em enfraquecê-la estiveram presentes», Rodríguez Parrilla destacou que «felizmente, as melhores causas foram superadas, e existe atualmente uma correlação política favorável na região, semelhante à que deu origem à criação da Celac».

«Eu sintoque há uma perspectiva muito promissora», disse.

Segundo o ministro das Relações Exteriores cubano, um sinal desse fortalecimento e revitalização da Comunidade dos Estados da América Latina e Caribe foi também «a oportunidade de ouvir no contexto da Cúpula os líderes de outros países que não pertencem à nossa região e que foram convidados para a reunião».

«Uma intervenção memorávelfoi a do presidente chinês Xi Jinping», disse.A este respeito, Rodríguez Parrilla lembrou que foi precisamente no Brasil que foi fundado o fórum Celac-China. «A ênfase na retomada deste espaçooferece à região a possibilidade de participar mais ativamente das iniciativas chinesas para a segurança global, para o desenvolvimento, para a criação de uma comunidade de destino compartilhado».

Também se referiu a outras intervenções que ocorreram durante a reunião, como a do presidente do Conselho Europeu; o representante do presidente norte-americano Joe Biden, com um discurso respeitoso à região, oferecendo cooperação a partir de uma posição de respeito à independência e soberania; bem como os agrupamentos africanos. «Tudo issodeu à Cúpula uma dimensão ainda mais ampla», afirmou.