ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
O que um intelectual deve contribuir para a humanidade no século XXI foi um dos temas debatidos na Conferência Internacional. . Photo: Ismael Batista

O digital como desafio, campo de batalha e instrumento e arma de luta, foi um dos muitos assuntos examinados por intelectuais de várias partes do mundo que se reuniram na quinta-feira, 26 de janeiro, na 5ª Conferência Internacional pelo Equilíbrio do Mundo.

Os intelectuais e os desafios do mundo contemporâneo foi o painel que acolheu as intervenções destes pensadores, que também centraram suas análises no papel transformador das vanguardas culturais e na liderança política, tomando como base as duas décadas de existência da Rede de Intelectuais em Defesa da Humanidade.

Entre as vozes que foram ouvidas no Palácio de Convenções de Havana esteve a de Abel Prieto, presidente da Casa das Américas, que revisou as origens dessa Rede, que foi fundada pelo líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, e que reuniu humanistas convencidos da importância de enfrentar o imperialismo.

O escritor lembrou as origens da organização e suas ligações com a fundação da Telesur, para neutralizar as informações sequestradas pelas elites. «Agora eles manipulam nossas emoções nas redes sociais», disse, ao mesmo tempo em que pedia um relançamento da rede e o uso de plataformas de Internet para nos unir.

A jovem cubana Lil María Pich, membro do Movimento Juvenil Martiano, falou sobre o que um intelectual deve contribuir para a humanidade no século XXI, quando o bombardeio da informação nos obriga a contrariar as matrizes da opinião e a dar voz àqueles que são silenciados.

«A capacidade de ter a própria opinião é ameaçada pela toxicidade e manipulação que se move nas redes sociais», acrescentou.

Manolo de los Santos, coordenador do Fórum dos Povos, propôs um projeto para resgatar a humanidade. «Devemos entender que estamos diante de um modelo de democracia participativa que herdamos da burguesia há 200 anos, e devemos enfrentá-lo».

«Ou transcendemos o atual modelo de democracia ou somos derrotados neste campo político», disse o jovem de origem dominicana, que sugeriu procurar nos povos a vanguarda capaz de alcançar, por meios eleitorais, a transformação do ambiente social, porque hoje se investe muito dinheiro para nos subverter e desarticular.

Sergio Barrios, vice-ministro da Cultura da República Bolivariana da Venezuela, acrescentou a importância de adquirir plena consciência das urgências e perigos da humanidade; e apelou para um retorno aos marcos conceituais e simbólicos da Rede de Intelectuais.

Como parte do painel, foi apresentada uma proposta para uma declaração de apoio aos povos peruano e colombiano, que sofrem de uma situação de insegurança para os líderes sociais; e foi feito um apelo para passar da academia à ação.