ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Díaz-Canel expressou sua satisfação em ver a recuperação do papa Francisco após sua recente cirurgia. Photo: Estudios Revolución

Roma, Cidade do Vaticano.— Às dez horas da manhã desta terça-feira, 20 de junyo, (horário local), o primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, foi recebido em audiência privada pelo papa Francisco, no Escritório da Aula Paolo VI, da Santa Sé.

«É um prazer vê-lo», disse o chefe de Estado cubano ao Sumo Pontífice ao apertar sua mão pouco antes do início da reunião, que durou cerca de 37 minutos. «Estou muito feliz por sua presença», respondeu Sua Santidade.

O diálogo, em que Díaz-Canel expressou sua satisfação por ver o papa Francisco recuperado após a recente cirurgia a que foi submetido, aconteceu no mesmo local em que o general-de-exército Raúl Castro Ruz, então presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, foi recebido pelo Sumo Pontífice, em 2015.

«Foi uma conversa franca. Confirmamos amplas coincidências sobre temas prementes da agenda internacional da humanidade», disse o líder cubano em sua conta oficial no Twitter, logo após a reunião, que também destacou que «foi abordada a atual realidade cubana, em particular o grave impacto sobre nossa população da intensificação do bloqueio econômico».

«Fiquei grato por seus sinais de proximidade e incentivo em favor de nosso país», compartilhou o presidente da República.

De acordo com uma nota oficial divulgada pelo ministério das Relações Exteriores, o dignitário cubano também ratificou a vontade do nosso país de continuar fortalecendo os laços entre os dois Estados, ao mesmo tempo em que reconheceu o papel ativo do Sumo Pontífice na busca de soluções para os graves problemas que afetam a humanidade atualmente.

No final da reunião privada, Sua Santidade saudou Lis Cuesta Peraza, companheira do presidente Díaz-Canel, bem como os membros da delegação, composta pelo membro do Bureau Político e ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla; Caridad Diego Bello, chefe do Gabinete dos Assuntos Religiosos do Comitê Central do Partido Comunista; e outros representantes do ministério das Relações Exteriores.

Ao trocar os presentes, o líder cubano assegurou ao papa que estes haviam sido trazidos a ele «em nome do povo cubano». Com infinito respeito, Díaz-Canel apresentou dois textos do casal de poetas Cintio Vitier e Fina García Marruz, ambos católicos convictos, que são considerados pilares de nossa história cultural, pois são figuras fundadoras da melhor tradição dos intelectuais cubanos.

Junto com os livros de poesia, o presidente também presenteou Sua Santidade com uma obra intitulada Lector, escrita por Miguel Ángel Martínez Pulgarón, que «transmite o amor do povo cubano pela cultura».

De acordo com uma publicação da Agência de Notícias EFE, o papa Francisco entregou ao chefe de Estado cubano uma obra de arte em bronze, representando uma pomba carregando um ramo de oliveira, com a inscrição «Sejam mensageiros da paz»; a Mensagem para a Paz deste ano; o documento sobre a fraternidade humana e o livro sobre a Statio Orbis de 27 de março de 2020.

Após a reunião com Sua Santidade, o presidente da República se reuniu com o cardeal Pietro Parolin na secretaria de Estado. A esse respeito, Díaz-Canel disse em sua conta oficial no Twitter: «Concordamos em destacar com satisfação o desenvolvimento positivo das relações entre Cuba e a Santa Sé. Ratificamos a vontade de continuar fortalecendo-as».

O passeio pelo Museu do Vaticano, incluindo uma visita à Capela Sistina, à Basílica de São Pedro e à Cripta dos Papas, feito pelo líder cubano e pela delegação que o acompanhava, foi extremamente impressionante.

As relações bilaterais entre Cuba e a Santa Sé, que datam de 7 de fevereiro de 1935, são positivas e foram construídas sobre as bases do respeito, do reconhecimento mútuo e da diplomacia ética e responsável.

Presidente cubano se reúne com o papa Francisco Photo: Estudios Revolución
Intercâmbio com o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano Photo: Estudios Revolución