
Roma, Itália.— O primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, descreveu como «frutífera» a reunião que teve com seu homólogo italiano Sergio Mattarella, realizada após o meio-dia de terça-feira (horário local).
«Enfatizamos», disse o presidente no Twitter, «o interesse comum em continuar fortalecendo o diálogo político de alto nível e desenvolver laços econômicos, comerciais e de investimento».
Essa é a primeira visita de Díaz-Canel à República da Itália depois de assumir o cargo de chefe de Estado, e ocorre precisamente no ano em que as duas nações comemoram o 120º aniversário do início de suas relações diplomáticas, estabelecidas em 4 de fevereiro de 1903.
Em um comunicado de imprensa emitido pelo ministério das Relações Exteriores da Ilha maior das Antilhas, também se afirma que, durante o diálogo, os dois dignitários «reafirmaram a vontade de continuar desenvolvendo os laços bilaterais em áreas de interesse mútuo, em particular as relações econômico-comerciais e a cooperação em cultura, saúde e outros setores».
Observa-se também que, durante a conversa, o presidente Díaz-Canel agradeceu ao povo e ao governo italiano por sua posição histórica contra o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelo governo dos EUA à Ilha.
Todos esses gestos ratificam a vontade comum de continuar avançando na consolidação dos laços históricos e estáveis que, por mais de um século, marcaram a relação entre os dois países.
FAO E CUBA, UMA RELAÇÃO DE APOIO MÚTUO
«É uma grande honra recebê-lo aqui», assegurou o presidente Díaz-Canel na tarde de terça-feira, 20 de junho, durante uma reunião entre os dois na sede da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), na sede dessa organização internacional.
«É um grande prazer para nós estarmos aqui», disse o líder cubano, que foi acompanhado durante o diálogo pelo membro do Bureau Político e ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla.
Esta é a segunda vez, lembrou Díaz-Canel, «que visitamos este lugar e, em ambas as ocasiões, isso esteve relacionado a reuniões realizadas com Sua Santidade». A primeira vez foi há dez anos, quando participou da cerimônia de entronização do papa Francisco, e agora no contexto da reunião realizada com o Sumo Pontífice na Santa Sé.
«Se estivéssemos na Itália, seria muito importante visitar a sede da FAO e conversar com vocês, porque temos que ser muito gratos pelo apoio que a Organização tem dado em todos esses anos para a solução dos problemas alimentares em nosso país», disse.
Díaz-Caneltambém reconheceu as «relações ativas que o atual diretor-geral da FAO promoveu com Cuba».
Em suas observações, Díaz-Canel referiu-se a duas questões fundamentais que foram fortalecidas em nível internacional desde o mandato de QU Dongyu. Uma delas, assinalou o presidente, é o dos «sistemas sustentáveis para o desenvolvimento da produção de alimentos e da soberania alimentar, com os quais Cuba está plenamente identificada».
Acrescentou que o Plano Nacional de Soberania Alimentar e Educação Nutricional foi aprovado e implementado em nosso país, com o apoio da FAO, cujo representante em Cuba, Marcelo Resende, desempenhou um papel muito ativo, assim como Frei Betto.
Por sua vez, explicou Díaz-Canel, «também estamos trabalhando no desenvolvimento de sistemas sustentáveis de agricultura e produção de alimentos». A esse respeito, nas condições atuais em que Cuba se encontra, como resultado da intensificação do bloqueio, das medidas aplicadas por Trump e mantidas por Biden, bem como da inclusão de nossa nação na lista de supostos países patrocinadores do terrorismo, «tivemos um suprimento insuficiente de insumos para a agricultura. Portanto, tivemos que desenvolver a agroecologia como um elemento fundamental para a produção de alimentos».
«Gratidão eterna pelo apoio incondicional e permanente a Cuba. A FAO sempre pode contar com o apoio de nosso país», escreveu o dignitário no livro de visitas ao final da calorosa reunião.
