ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
O presidente da Namíbia reafirmou a decisão de implementar vários acordos de cooperação que serão mutuamente benéficos. Foto: Alejandro Azcuy. 

Windhoek, Namíbia.— «Nuestra casa es su casa» (Nossa casa é sua casa). Foi isso que o presidente da Namíbia, Hage Geingob, disse em espanhol ao primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista e presidente da República de Cuba no início das conversas oficiais entre as duas delegações na Casa de Estado, em 27 de agosto.

«Na Namíbia, consideramos os cubanos como irmãos, portanto, acredito que o senhor se sentirá em casa aqui», disse.

Essa cordialidade marcou todo o diálogo, que durou uma hora e foi precedido por um tête â tête, como se diz em termos diplomáticos.

«Reconhecemos em você», disse Díaz-Canel, «um continuador das relações iniciadas por Sam Nujoma, mantidas por Hifikepunye Pohamba, e que agora você está cultivando de maneira exemplar».

Por todas essas razões, por seus méritos e por sua amizade para com a Ilha maior das Antilhas, o presidente caribenho informou-o da decisão do Estado cubano de conceder a Hage Geingob a mais alta distinção que concede: a Ordem José Martí.

Também o convidou para fazer uma visita oficial à Ilha.

APOIO, AFETO E SOLIDARIEDADE A CUBA

O afeto por Cuba marcou as palavras do presidente Hage Geingob nas conversas oficiais de domingo, 27 de agosto.

«A Cuba, todo nosso reconhecimento e admiração pelo papel corajoso desempenhado, sob a liderança de Fidel Castro Ruz, na conquista de nossa independência definitiva», disse. «Naquela época, o único caminho que tínhamos era a luta, e nunca esqueceremos a coragem e a vontade dos combatentes internacionalistas cubanos que vieram apoiar nosso país» lembrou.

«Os cubanos não vieram nos ajudar para receber algo em troca, mas por uma questão de princípio; pela nossa liberdade e também pela de outros povos. Os cubanos lutaram na Namíbia como se estivessem lutando por Cuba», disse o presidente namibiano.

«Sempre seremos gratos e apoiaremos o povo de Cuba, e é por isso que nossas ações em defesa de Cuba se baseiam na gratidão que sentimos por vocês», enfatizou.

Reafirmou a decisão de trabalhar para a implementação de vários acordos de cooperação que serão mutuamente benéficos. Depois de expressar sua gratidão pela colaboração que existe entre Cuba e Namíbia há mais de 30 anos, disse que atualmente ela está sendo desenvolvida nas áreas de saúde, educação, pesca, construção, esportes e outras.

«Os profissionais de saúde cubanos são reconhecidos e admirados em todo o mundo, e temos a sorte de ter vários deles trabalhando em instituições médicas em todo o país», observou. «Alguns de nossos médicos não querem ir para as áreas rurais da Namíbia, mas os cubanos estão em toda parte», reconheceu.

Referindo-se ao bloqueio contra o povo cubano pelo governo dos EUA, o presidente da Namíbia reiterou que seu país continuará «exigindo que seja suspenso, porque é impossível entender essa situação, é uma questão de direitos humanos".

DE CUBA, GRATIDÃO PELA NAMÍBIA

«Esta visita é muito importante para nós», disse o presidente Díaz-Canel ao seu colega namibiano e, independentemente das condições em Cuba como resultado do bloqueio, «sempre estaremos prontos para colaborar, cooperar com o povo da Namíbia e continuar expandindo nossas relações de todos os tipos».

Em suas palavras, também evocou a bela amizade que existiu entre o Comandante-em-chefe e Sam Nujoma, que deixou um legado «que nós defendemos».

Com agradecimentos especiais, o dignitário caribenho referiu-se à coerência, à firmeza e à lealdade com que a Namíbia denunciou, ao longo dos anos, o injusto bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelo governo dos Estados Unidos a Cuba. Sua gratidão, acima de tudo, enfatizou, «pela Namíbia ser a promotora de uma iniciativa para que ano após ano, na União Africana, sejam aprovadas resoluções contra esse bloqueio e a favor de Cuba», e também pelo voto enérgico com o qual na Assembleia Geral das Nações Unidas eles defendem a resolução cubana contra essa política dos EUA em relação ao nosso país.

Díaz-Canel também agradeceu à Namíbia pelas doações enviadas à Ilha para nos ajudar a enfrentar cenários complexos, como a pandemia da Covid-19, a explosão do hotel Saratoga, o incêndio nos depósitos de combustível em Matanzas e outros.

Depois de expressar sua satisfação por tudo o que «avançamos em nossas relações» e os esforços para fortalecê-las, Díaz-Canel comentou sobre a expansão de projetos em áreas como Educação Superior, Cultura, Esportes e Saúde. Também convidou os empresários namibianos a participarem da próxima Feira Internacional em Havana.

Também comentou que, como resultado dessa visita, foi acordado retomar a Comissão Intergovernamental entre Cuba e Namíbia, a fim de aumentar os laços econômico-comerciais, em pé de igualdade com o excelente nível das relações políticas.

Ao final das conversações oficiais, na presença de ambos os líderes e suas respectivas delegações oficiais, foram assinados três acordos, associados principalmente ao desenvolvimento de relações institucionais de cooperação na esfera empresarial, bem como à realização de consultas político-diplomáticas para fortalecer as relações bilaterais e promover intercâmbios sobre assuntos de interesse comum.

ACRE DE HERÓIS, UM TRIBUTO À HISTÓRIA

Diretamente da Casa de Estado, o presidente da República de Cuba, acompanhado pela delegação oficial que participou dessa visita, foi ao Acre dos Heróis. Em nome do povo cubano, depositou uma coroa de flores no local e prestou homenagem à história desta nação e de seus heróis.