
Tal como acontece desde 1992, Cuba recebeu, em 1 de novembro, na Assembleia Geral das Nações Unidas, o apoio da comunidade internacional em relação ao seu projeto de resolução «Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América à Ilha».
Nesse sentido, numerosas nações, na voz de seus representantes, reiteraram não apenas sua posição de rejeição a uma política que se mostrou hostil e arbitrária, mas também sua solidariedade com a nação cubana, que, apesar dos constantes bloqueios impostos pelo bloqueio, continua sendo um ponto de referência internacional em cooperação, na luta pela justiça social e contra o terrorismo.
CUBA É UMA NAÇÃO AMIGA
Como parte do primeiro dia de debate antes da votação do projeto de resolução para exigir o fim do bloqueio, a delegação da Namíbia reafirmou seu compromisso de defender o fim dessa política hostil, enfatizando que «é imperativo que o povo de Cuba tenha o direito a uma vida digna».
A representante da nação do sul da África enfatizou que nosso país «é considerado uma nação amiga e amante da paz, razão pela qual prejudicá-lo dessa forma é injustificável».
O bloqueio, disse, «continua corroendo os princípios do multilateralismo, e sua manutenção por parte dos Estados Unidos mina a credibilidade do sistema das Nações Unidas».
«O bloqueio é desumano e reconhecemos que muitos cubanos estiveram ao nosso lado quando lutamos por nossa independência; a causa contra o bloqueio também é nossa», disse.
Por sua vez, a representante do México disse que «pedimos o fim do bloqueio porque ele é contrário ao direito internacional e alheio aos valores nos quais se baseia a coexistência pacífica».
O orador asteca, que também condenou a aplicação do Título III da Lei Helms-Burton, afirmou que a inclusão de Cuba na lista de países patrocinadores do terrorismo teve consequências notáveis para a economia cubana, devido à aplicação de medidas injustificadas que devem ser suspensas o mais rápido possível.
Da mesma forma, com a certeza de que Cuba ensinou o verdadeiro valor da solidariedade, o representante venezuelano pediu o fim do bloqueio unilateral que os EUA mantêm contra a Ilha.
O funcionário venezuelano afirmou que seria difícil esquecer o apoio de dezenas de brigadas de médicos cubanos que foram enviados ao redor do mundo para ajudar a combater a pandemia de Covid-19, e o fato de que a Ilha conseguiu obter cinco vacinas que colocou à disposição da comunidade internacional.
«Essa é a diferença entre Cuba e os Estados Unidos», enfatizou. E se perguntou quanto mais a nação caribenha poderia contribuir e expandir sua colaboração internacional se os obstáculos que sofreu por mais de 60 anos fossem removidos.
«O mundo não precisa de mais bloqueios nem de mais unilateralismo», disse, acrescentando que a política obsoleta e injustificável de asfixia imposta por Washington é o sistema de medidas mais prolongado e severo já adotado contra qualquer país, cujo efeito econômico é de vários bilhões de dólares.
POR UM MUNDO DE PAZ E SEGURANÇA
Assim como os oradores anteriores, a China também condenou o genocida bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba e sua inclusão na lista de países que patrocinam o terrorismo.
«A comunidade internacional não deve olhar para o outro lado e deve condenar essa política», disse o diplomata chinês, que pediu a promoção da solidariedade global, tendo como premissas a paz e a harmonia mundiais.
Também elogiou o papel de Cuba na cooperação Sul-Sul e seu desempenho como presidente de outros grupos regionais e globais. Reconheceu que todos os países formam uma comunidade na qual os interesses comuns devem prevalecer sobre os interesses imperiais e egoístas de algumas potências que querem dominar o planeta.
A representante da África do Sul também enfatizou que seu país adere às declarações dos grupos anteriores que apoiaram a resolução cubana, pois, segundo ela, essa política hostil «continua sendo uma grave violação do direito internacional, e esse tipo de ação unilateral não pode ser justificado», afirmou.
Por sua vez, o representante da Etiópia rejeitou a aplicação do bloqueio que, «ilegalmente, durante seis décadas, impediu o desenvolvimento do povo cubano e que o coloca em grave desvantagem, apesar de sua admirável resiliencia».
A nação africana também incentivou o estabelecimento de «um diálogo aberto e construtivo entre os Estados Unidos e Cuba para normalizar as relações, o que só será possível sem o bloqueio».
Além disso, com um apelo para pôr fim a essa injustiça prolongada, o representante da Argentina tomou a palavra durante a sessão, expressando que seu país tem tradicionalmente rejeitado a política de bloqueio, uma prática moralmente injustificável e que viola a Carta das Nações Unidas.
A esse respeito, assinalou que causa danos irreparáveis e afeta aspectos básicos como a saúde, além de impedir a mobilização de capitais e a inserção do país na economia mundial.
Considerou que a inclusão de Cuba na lista de patrocinadores do terrorismo é uma categorização infundada, que agravou as possibilidades da nação caribenha de estabelecer relações financeiras e econômicas com parceiros internacionais.
A República da Bielorrússia, na pessoa de seu representante na Assembleia Geral da ONU, qualificou o bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba como «genocídio, de acordo com a Convenção para a Prevenção do Genocídio», que está em vigor há mais de 60 anos.
O diplomata também advertiu que «tem um impacto direto em cada cubano, todos os dias do ano, e que não só infringe os direitos humanos, mas também limita os investimentos e viola o direito de todos os Estados de cooperar com Havana».
O representante do Quênia enfatizou que «Cuba é vítima de uma política de dois pesos e duas medidas que prejudica a honestidade dos Estados». E acrescentou que «o bloqueio faz parte de um sistema de grandes sanções que viola a paz dos países do Sul e impede a prosperidade que os países ricos defendiam quando falavam de globalização».
O BLOQUEIO É UM OBSTÁCULO AO DESENVOLVIMENTO
Dirigindo-se ao plenário, o representante argelino disse que o resultado das votações anteriores refletia o apoio da comunidade internacional ao levantamento do bloqueio, que é uma violação da Carta da ONU.
«A Argélia sempre defendeu que Cuba deveria poder se beneficiar da liberdade de navegação e comércio, e expandir seus laços comerciais de acordo com a posição do Mnoal».
A delegação vietnamita acrescentou que o bloqueio «gera danos socioeconômicos ao povo cubano, com um impacto particularmente severo durante a pandemia», disse.
Também disse que o Vietnã entende essas medidas porque foi vítima delas e, portanto, votará inequivocamente a favor da resolução cubana.
«Estamos fazendo isso há mais de 30 anos. É injusto não apenas para o povo cubano, mas para todos aqueles que poderiam se beneficiar de uma maior presença de Cuba em nível internacional», enfatizou.
O representante da República Unida da Tanzânia, uma nação africana com relações estreitas com Cuba, disse que «é hora de darmos o exemplo para que o povo cubano possa desfrutar dos direitos humanos e desenvolver plenamente sua economía».
Enquanto isso, a delegação angolana endossou as declarações do Grupo Africano, do Mnoal, do G77 mais a China, expressando que o bloqueio tem sido mantido por décadas, apesar do fato de que viola o direito internacional em termos de direitos humanos.
O representante dessa nação africana referiu-se aos efeitos econômicos dessa política cruel e afirmou que, devido a eles, o país está limitado na aquisição de equipamentos e insumos, e é forçado a recorrer a terceiros para ter acesso, mas a preços exorbitantes.
O representante da Malásia assinalou que as medidas coercitivas se converteram em um obstáculo para o desenvolvimento sustentável de Cuba, enquanto que a delegação de Dominica apoiou essa posição, afirmando que o bloqueio «continua sendo o principal obstáculo para o pleno desenvolvimento da economia cubana, que há mais de 60 anos está submetida a pressões extraordinárias em todos os sentidos».
«Cuba tem sido uma defensora da Carta das Nações Unidas, portanto, isso também deve ser aplicado em sua defesa», disse o representante de Dominica, que pediu que «fique registrado que sejam tomadas medidas imediatas para suspender o bloqueio».
O representante russo denunciou o fato de que os EUA preferem ignorar as demandas dos países e punir um povo com sanções genocidas.
«O bloqueio é um obstáculo à integração total e impossibilita o comércio justo entre as nações», disse. «Essa atitude imperial viola os direitos humanos elementares em áreas muito sensíveis, como educação, saúde, alimentação, energia e outras».
«A continuação do bloqueio é contraproducente, ilegal e desumana», alertou.
«Esperamos que os EUA atendam ao apelo internacional e levantem o bloqueio imediatamente», disse o representante da Rússia, que apoia a resolução cubana e votará a favor dela em 2 de novembro.