
DUBAN, Emirados Árabes Unidos.— A vontade e a disposição do governo cubano de apoiar qualquer tipo de investimento que os empresários dos Emirados Árabes desejem fazer na Ilha foram ratificadas pelo primeiro-secretário do Comitê Central do Partido e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, em uma reunião com empresários dessa nação.
O presidente informou aos presentes sobre a reunião que teve na quarta-feira, 29 de novembro, com Sua Alteza Sheikh Mohamed bin Zayed Al Nahyan, presidente dos Emirados Árabes Unidos (EAU) e emir de Abu Dhabi, de quem recebemos, disse, «expressões de amizade e admiração por nosso país».
Nós, acrescentou, «também temos esses sentimentos por essa nação e os compartilhamos com o presidente, ambos convencidos de que uma nova etapa, uma nova era nas relações entre os Emirados Árabes Unidos e Cuba está se abrindo».
Díaz-Canel disse aos empresários: «durante todos esses anos nossas relações políticas e diplomáticas têm estado em um nível muito alto, e ambos os lados se propuseram a elevar as relações econômicas e comerciais ao mesmo nível dessas excelentes relações políticas e diplomáticas».
O líder caribenho também analisou os importantes acordos firmados durante sua visita, que servirão de apoio, segundo ele, para que a comunidade empresarial dos Emirados se envolva como investidores no desenvolvimento dessa cooperação.
Avaliou como muito positivos, nesse sentido, os acordos relacionados à proteção recíproca de investimentos e à eliminação da dupla tributação; a criação de uma comissão intergovernamental, o estabelecimento de um comitê empresarial bilateral, a decisão de desenvolver uma agenda para a cooperação econômica e a assinatura de um memorando de entendimento entre os bancos centrais dos dois países.
O chefe de Estado analisou os bons resultados da cooperação desenvolvida até o momento entre os dois países, como o uso pela Ilha dos benefícios do Fundo de Abu Dhabi para o desenvolvimento de infraestrutura hídrica e fontes de energia renováveis, entre outros. «E agora também há a intenção de desenvolver novos negócios com esse fundo», disse.
O presidente também se referiu à disposição de Cuba para acessar o Fundo Mubadala, por meio de projetos e investimentos conjuntos nas áreas de produção de alimentos, turismo, fontes de energia renovável e biotecnologia, entre outros.
Dçestacou a proposta do presidente Mohamed bin Zayed Al Nahyan de buscar maneiras de expandir significativamente as viagens em ambas as direções, fortalecendo a interconexão aérea.
Informou sobre as propostas que Cuba está trazendo para a comunidade empresarial dos Emirados nas áreas de turismo e biotecnologia, que foram apresentadas pelo titular do ministério do Turismo, Juan Carlos García Granda, e pelo presidente da Biocubafarma, Doutor em Ciências Eduardo Martínez Díaz. Também discutiu as recentes decisões para impulsionar ainda mais o investimento estrangeiro em Cuba, incluindo o comércio atacadista e varejista.
«E enfatizamos todas essas possibilidades de investimentos conjuntos», resumiu Díaz-Canel, «mais do que qualquer outra coisa por causa do respeito e da admiração que nós, emiradenses, sentimos pelos cubanos e os cubanos pelos emiradenses».
Enfatizou que «em nossas relações predominam a amizade, o respeito e a admiração mútuos, e acredito que todas as possibilidades estão abertas neste momento para promover tudo em termos de desenvolvimento econômico e comercial mutuamente benéfico».
«E é por essas razões», enfatizou Díaz-Canel, «que foi essencial para nós, nessa visita, nos reunirmos com representantes da comunidade empresarial dos Emirados Árabes Unidos».
A reunião do presidente cubano com representantes da comunidade empresarial dos Emirados Árabes Unidos foi precedida pela reabertura da A Casa do Charuto Havana em Jumeirah Beach, uma das duas existentes nos Emirados Árabes Unidos.
O sr. Mohammed Mohebi, presidente da Baqer Mohebi Enterprises e distribuidor dos charutos nos Emirados Árabes Unidos, destacou o relacionamento de 40 anos de sua empresa com Cuba. Fundada em 2008, a A Casa do Charuto Havana em Jumeirah é a principal loja da empresa.

Na reunião, o presidente cubano esteve acompanhado pelo membro do Bureau Político e ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla; pela vice-ministra das Relações Exteriores, Anayansi Rodríguez Camejo, e pela vice-ministra do Comércio Exterior e o Investimento Estrangeiro, Déborah Rivas Saavedra, entre outras autoridades.
O que significam os acordos assinados?
«Os acordos assinados entre as autoridades dos Emirados e de Cuba terão um efeito dinâmico nas relações econômicas e comerciais», disse Déborah Rivas Saavedra, vice-ministra do Comércio Exterior e o Investimento Estrangeiro, em declarações à equipe de imprensa da Presidência da República.
Enfatizou que «essa visita estratégica e histórica é um marco nas relações bilaterais, pois foi assinado um grupo de instrumentos jurídicos internacionais que são da maior importância para os investidores de qualquer país do mundo».
Nessa ocasião, foram assinados um Acordo para a Promoção e Proteção Recíproca de Investimentos (Appri) e uma Convenção para evitar a dupla tributação, que são os chamados tratados internacionais de investimento, que normalmente são requisitos para que muitos investidores comecem a tomar medidas em outro país.
Referiu-se ao potencial dos investimentos dos Emirados em Cuba na produção de alimentos e na agricultura, tanto para abastecimento interno quanto para exportação para a América Latina e o Caribe, bem como no setor de geração de eletricidade a partir de fontes renováveis de energia, especialmente a energia solar fotovoltaica.
Também analisou o impacto que esses acordos terão no investimento em turismo e no campo da ciência, tecnologia e inovação.
Rivas Saavedra também destacou a relevância do Memorando de Entendimento entre os bancos centrais de ambos os países, e lembrou, a esse respeito, que uma das sanções mais duras do bloqueio do governo dos EUA contra Cuba, e das 243 medidas adotadas pela administração Trump, é a inclusão injusta do nosso país na lista de países supostamente patrocinadores do terrorismo, o que afetou substancialmente todas as relações bancárias e financeiras de Cuba no mundo.