A visita do primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, a essa nação do Oriente Médio, de acordo com o convite que lhe foi feito por Sua Excelência o dr. Seyed Ebrahim Raisi, ilustre presidente da República Islâmica do Irã, foi motivada pelo propósito de consolidar e desenvolver as relações bilaterais.
Uma coisa une inquestionavelmente os dois países, que têm em seus horizontes a exploração de todos os potenciais em um caminho de mão dupla. Ambos estão lutando contra sanções injustas do governo dos EUA e sofreram e continuam sofrendo todos os tipos de bloqueios e estigmatização.
Ambas as nações rejeitam a intervenção de forças armadas estrangeiras em assuntos internos, bem como tentativas de minar a estabilidade e a segurança de suas respectivas sociedades.
O Irã se solidariza com a nação caribenha e apoia as políticas do Estado cubano para enfrentar o bloqueio econômico, comercial e financeiro que a Ilha maior das Antilhas vem sofrendo há mais de seis décadas, enquanto Cuba apoia o crescente papel dessa nação nos assuntos regionais e internacionais.
Essas confluências vieram à tona na reunião que ocorreu em 5 de dezembro, entre a delegação cubana e os amigos solidários em solo iraniano, bem como com os cubanos que residem aqui.
Díaz-Canel compartilhou suas impressões sobre a visita e disse que, em meio a essa intensa agenda, era essencial ter a possibilidade de um encontro com pessoas no Irã que têm feito da solidariedade com o país caribenho o centro de suas vidas.
O chefe de Estado disse que «retribuímos isso com toda a atividade solidária de Cuba em relação ao Irã; e, como sabem, Cuba está constantemente denunciando, em nível internacional, a interferência do governo dos Estados Unidos nos assuntos internos do Irã; Cuba está constantemente condenando a aplicação de sanções e políticas de agressão dos Estados Unidos em relação ao Irã».
De acordo com o site da Presidência, referiu-se à complexa situação pela qual Cuba está passando, à intensificação do bloqueio que torna tudo tão difícil e à injusta inclusão de Cuba na lista de países que supostamente patrocinam o terrorismo. Lembrou como os amigos solidários ajudaram nos momentos difíceis com doações ou com ações que neutralizaram as campanhas de difamação contra Cuba: «Vocês nos deram ânimo para enfrentar essas situações», disse aos iranianos.
Lembrou como o império negou a Cuba o oxigênio necessário para salvar suas crianças da Covid-19. Falou sobre os ventiladores pulmonares de alto desempenho que os jovens cubanos fabricaram para o país e lembrou como os cientistas cubanos salvaram um povo inteiro ao criar vacinas em tempo recorde.
Enfatizou que «ese resultado científico pudemos compartilhá-lo com vocês; compartilhamos com o Instituto Pasteur (do Irã); e por meio dessa colaboração o Irã também teve sua própria vacina, sua vacina nacional».
«Observando como fomos capazes de superar situações tão complexas, conseguimos capturar esse momento em uma expressão que chamamos de resistência criativa, que não é apenas resistir ao bloqueio, não é apenas resistir às sanções, mas também ver como, em meio ao bloqueio e em meio às sanções, desenvolvemos com nosso esforço, com nosso talento – o do povo, é claro – a capacidade de enfrentar a adversidade e enfrentá-la resistindo, mas também seguindo em frente».
Especificou que «fazer vacinas como as que foram feitas também é uma expressão de desenvolvimento, porque não mais do que dez nações no mundo foram capazes de fabricar vacinas de alta tecnologia, como as feitas em Cuba e no Irã». E assegurou que «vocês são parte dessa resistência criativa do povo cubano».
Díaz-Canel também pediu uma solidariedade crescente entre cubanos e iranianos com o povo palestino, que atualmente está sofrendo genocídio nas mãos de Israel.