ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Lavrov falou sobre o propósito de construir a base legal para a proximidade entre o país caribenho e a nação eurasiática. Photo: Estudios Revolución

Primeiro foi a saudação particularmente afetuosa, no Salão dos Próceres do Palácio da Revolução; o enfático «bem-vindo» que o presidente da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, deu em 19 de fevereiro, à tarde, ao ministro das Relações Exteriores da Federação Russa, Sua Excelência Sergey V. Lavrov.

Posteriormente, no início de um diálogo que durou cerca de uma hora, o dignitário disse ao especialista diplomático: «Para nós é um prazer, é um prazer recebê-lo novamente em Cuba. Fazemos isso com a sensação de que estamos recebendo um verdadeiro amigo de Cuba, alguém que demonstrou uma enorme sensibilidade e compreensão por nossos problemas, e com quem sempre tivemos uma relação fluida de intercâmbio».

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O chefe de Estado lembrou ao amigo – que veio à Ilha maior das Antilhas em uma visita de trabalho pela nona vez, desde que assumiu seu cargo atual – que em poucos dias se completarão 20 anos desde que assumiu o cargo de ministro das Relações Exteriores. Também lhe disse: «Estamos muito satisfeitos por você ter vindo nesta visita com uma delegação tão grande do seu ministério; sabemos que as conversas e reuniões foram frutíferas».

«Tudo isso, sem dúvida, é mais uma expressão do fortalecimento diário das relações bilaterais entre Cuba e a Federação Russa», disse o primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba. «São relações que têm uma base histórica muito sólida».

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O ministro das Relações Exteriores da Rússia falou à imprensa da Presidência da República de Cuba, e fez referência ao fato de que ele e o presidente falaram sobre as relações que unem os dois Estados, que já havia discutido com seu homólogo, Bruno Rodríguez Parrilla.

Falou de questões fundamentais de interesse bilateral e mencionou, em primeiro lugar, o propósito de construir as bases legais da proximidade entre o país caribenho e a nação eurasiática, e de continuar nos caminhos da cooperação econômica, comercial e de investimentos.

Recentemente, disse o diplomata, «foram tomadas decisões para fortalecer a base política da aproximação permanente». Mencionou frentes como o fornecimento a Cuba de petróleo, seus derivados e fertilizantes, e também se referiu às oportunidades de negócios e investimentos russos na Ilha.

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Em uma explicação que tem a ver, como ele disse, com «fundamentos para o desenvolvimento em longo prazo da economia cubana», referiu-se a «muitas boas perspectivas no turismo».

Sobre essa última questão, Lavrov enfatizou que, «em termos de número de voos diretos da Rússia para Cuba, há mais de um voo por semana; e se houver demanda, haverá mais voos, e é certo que haverá demanda».

Outra área destacada por ele – porque Cuba e a nação eurasiática têm «laços muito ativos» — foi a da Educação. Disse que «temos um programa muito bom e muito favorável para os cubanos estudarem em nossas universidades».

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Na mesma linha, enfatizou os «laços culturais, que são tradicionalmente muito bons». Não deixou de lado os laços esportivos, que, segundo ele, continuarão crescendo, e resumiu tudo isso como «uma pequena parte de nossas relações bilaterais».

Dedicou atenção especial às áreas de cooperação que Cuba e Rússia mantêm no cenário internacional, que descreveu como «coordenação muito importante». «Juntamente com os cubanos e outros amigos de países com ideias semelhantes, continuaremos defendendo a proteção da Carta das Nações Unidas e, ao mesmo tempo, manteremos uma posição contra sanções unilaterais e ilegais», disse.

Sobre este último, afirmou: «É uma situação flagrante que o bloqueio comercial, econômico e financeiro de Cuba pelos Estados Unidos continue existindo, apesar do fato de que todos os Estados o condenam».

Com relação ao interesse da Ilha maior das Antilhas em aumentar a cooperação com os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), disse que sua nação, que atualmente ocupa a presidência desse grupo, «apoiará Cuba. Também apoiaremos Cuba no desenvolvimento de suas relações com a União Econômica Eurasiática», disse.

De acordo com uma declaração emitida pelo ministério das Relações Exteriores da Rússia, a presença de Lavrov faz parte de sua turnê por outros países da região latino-americana, que o levará à República Bolivariana da Venezuela e ao Brasil, onde nos dias 21 e 22 de fevereiro participará de uma reunião de ministros das Relações Exteriores do Grupo dos 20, no Rio de Janeiro.