ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Photo: AFP

Há dias em que vale a pena dar uma olhada ao mundo das notícias, concentrando o olhar em um único elemento, como neste dia 1º de Maio, quando as forças do proletariado global aproveitaram a comemoração instituída desde o ano de 1880, para fazer lembrar aos seus governos e à comunidade internacional que suas lutas persistem e que são tão importantes como a paz, o desenvolvimento ou as alianças econômicas.
 Houve de tudo nos cinco continentes. Não faltaram passeatas pacíficas e também repressão, embora sempre destaquem alguns eventos, devido à sua singularidade por aquilo que representam, vasculhando no Google, aquelas notícias que ganharam destaque no oceano do disponível e daquilo que pode ser real… ou não.
 Na Europa, temos como exemplo a França, onde, segundo a central operária francesa, mobilizaram-se mais de 200 mil manifestantes no país todo; mas em Paris, a coisa acabou como costumam findar as fitas violentas do sábado à meia-noite.
 Ocorreu vandalismo, carros e depósitos de lixo incendiados, vidraças destroçadas, apedrejamentos…, e para desconcentrar as mais de 50 mil pessoas que marchavam rumo à Bastilha, as forças policiais laçaram mão da violência, gases lacrimogêneos e 45 detentos. Principais exigências? Salários, uma Europa mais protetora e o cessar-fogo em Gaza, indicam meios locais.
 Entretanto, na América Nossa, onde vários presidentes marcharam ao lado de seus povos, um caso digno de observar poderia ser o da Bolívia, onde o chefe de Estado, Luis Arce Catacora, e o vice-presidente David Choquehuanca, se fundiram com o povo em Cochabamba.
 «Desde o primeiro dia em que assumimos o Governo, a direita nacional e internacional continuou com a sua tarefa de conspirar contra o governo do MAS-IPSP», disse o presidente boliviano, ao expor as táticas políticas tradicionais no continente para separar os governos progressistas do movimento popular, gerando condições para a implosão a partir de «enfrentar-nos, confrontar-nos, dividir-nos, sabendo que essa era a forma de desfazer-se do instrumento político que nos levou à vitória».
 Infelizmente, tão só notícias desalentadoras chegam do Oriente Médio, onde continuam os ataques de Israel sobre Palestina, deixando uma pegada impossível de apagar de sangue e desamparo.
 O saldo humano da guerra, até agora, é de pelo menos 34.568 palestinos mortos, e 77.765 feridos, desde 7 de outubro, segundo a ONU. Muitas bandeiras palestinas, em solidariedade, tremularam nas mãos trabalhadoras de todas partes do mundo.
 Hoje, a partir de Cuba, também haverá um apelo internacional ao cessar imediato do genocídio, quando esteja reunido o Encontro Internacional de Solidariedade, com sede no Palácio das Convenções de Havana, local a partir do qual, mais de uma vez, foi defendido o direito de existir de cada país, sem que isso signifique cercear a existência dos demais.