Excelentíssimo senhor Nikol Pashinián, primeiro-ministro da República da Armênia e presidente da União Econômica Euroasiática;
Excelentíssimo e estimado senhor Vladímir Putin, presidente da Federação da Rússia, nossos mais sinceros parabéns por sua eleição como presidente com altíssimo apoio popular;
Excelentíssimos chefes de delegações dos países membros do Conselho Supremo Econômico Euroasiático;
Distintos convidados:
Sempre é uma honra participar destas reuniões do Conselho Supremo Econômico Euroasiático. A essa honra, hoje se adiciona a alegria de fazê-lo de forma presencial na entranhável cidade de Moscou, em um dia memorável, quando se estão completando 64 anos do estabelecimento das relações entre a então União Soviética e a jovem Revolução da República de Cuba, um vínculo de amizade e cooperação ao qual o povo cubano deve tanto do seu desenvolvimento social e humano.
Encoraja-nos, também, participar da celebração – no contexto do Conselho Supremo ampliado – do décimo aniversário da assinatura do Tratado da União Econômica Euroasiática (UEEA), e na véspera do 79º aniversário do Dia da Vitória.
Tal como temos dito outras vezes, o governo cubano concede grande importância às relações econômico-comerciais, financeiras e de cooperação com a União Econômica Euroasiática e seus Estados membros, tendo como premissa as relações históricas que nos unem com esse grupo de países.
Esta é uma oportunidade para parabenizar a Armênia pela presidência da União no ano de 2024 e ao senhor Bakytzhan Sagintaev por sua nominação como presidente do Colégio da Comissão Econômica Euroasiática. Nossos maiores desejos de sucesso no exercício destas importantes funções.
Da mesma maneira, junto-me ao reconhecimento à Comissão Econômica Euroasiática e ao governo da Federação da Rússia pela iniciativa de organizar esta Cúpula em circunstâncias tão complexas e decisivas como as que está vivendo o mundo agora mesmo.
A agitada situação em vários recantos do planeta concita preocupação em nível internacional e nos convoca à ação para contribuir ao processo de formação de uma nova ordem mundial mais justa, inclusiva e equitativa.
Cuba aprecia que os dez anos transcorridos com resultados significativos em todos os âmbitos de interação demonstram que a UEEA é um projeto de integração bem-sucedido, atraente e sustentável.
Uma mostra fervente são os indicadores macroeconômicos, como por exemplo: um PIB agregado de 2,4 bilhões de dólares; a quase duplicação do comércio mútuo entre os Estados membros e o aumento em 60% do volume de negócios do comércio exterior, para apenas mencionar alguns dados significativos.
Desde a sua fundação, e sobretudo nos últimos anos, a União teve muito bem definida a sua projeção em função das prioridades do desenvolvimento, o que se aprecia na aprovação da Declaração denominada Via Econômica Euroasiática e a adopção de um mapa com os mecanismos e atividades, bem como os prazos e formas para a sua implementação.
Estimados colegas:
Cuba, a partir de sua condição de Estado Observador, reitera a sua vontade e interesse de ter maior participação nos mecanismos da União a fim de avançar rumo a uma integração mais profunda.
Acredito sinceramente que todos precisamos de melhor coordenação para impulsionar projetos conjuntos em áreas de interesse mútuo.
Neste sentido, é imprescindível promover um relacionamento mais sistemático e prático entre os ministérios e organismos setoriais da Comissão e os Estados membros e observadores.
Não será difícil. O Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social de Cuba até 2030 tem ampla coincidência com as prioridades, em médio e longo prazos, recolhidas na Declaração da UEEA, com ênfase no papel da ciência e da inovação.
A celebração da 3ª Comissão Conjunta entre Cuba e a Comissão Econômica Euroasiática, em Havana, em janeiro deste ano, representou um marco nas relações, mas também confirmou a necessidade de dar um novo impulso às ações para diversificar os vínculos entre nossos países e avançar qualitativa e quantitativamente para patamares superiores nos intercâmbios comerciais, de cooperação e não investimento estrangeiro intra e extrarregional.
Como vocês conhecem, Cuba concede grande importância à gestão de governo baseada na ciência e na inovação, e, ainda que se trate de um processo que exige muita aprendizagem, posso lhes afirmar que avançamos em sua implementação. Sem dúvida, o caminho do conhecimento é chave no desenvolvimento das nações e, pela mesma razão, é uma das linhas de trabalho nas que queremos aprofundar as relações com a União.
Queremos apostar no fortalecimento desses vínculos, pondo ênfase na esfera da indústria, o turismo, as regulações técnicas e de acreditação, bem como as medidas sanitárias, fitossanitárias e veterinárias, aspectos essenciais para poder avançar na introdução de novos produtos cubanos e manter o registro dos já existentes no mercado euroasiático.
Pomos à disposição dos Estados membros as experiências e conquistas que obtivemos na esfera da indústria médica, farmacêutica e biofarmacêutica, para uma futura colaboração neste campo.
Podemos, igualmente, juntar esforços e continuar avançando na esfera sanitária e reguladora para a circulação de medicamentos e dispositivos médicos cubanos nos países da União.
Apreciamos as possibilidades de fortalecer a interação na esfera da indústria, a partir do convite recebido para que companhias cubanas participem da criação de instrumentos de desenvolvimento de produções inovadoras e de alta tecnologia e inovação, tais como as 18 plataformas digitais concebidas na União.
Temos insistido em propiciar intercâmbios entre as estruturas da Comissão Econômica Euroasiática, os empresários dos países da União e Cuba, com o fim de estabelecer vínculos diretos para identificar interesses no comércio, a cooperação e o investimento estrangeiro direto.
Vale destacar o intercâmbio reatado em nível empresarial entre a Câmera do Comércio de Cuba e o Conselho Empresarial da Comissão, o que permitiu definir um mecanismo de trabalho conjunto para propiciar a descolagem das relações inter-empresariais.
Estimados participantes desta Cúpula:
Desejo reafirmar, mais uma vez, o interesse e o compromisso de Cuba com o desenvolvimento de uma cooperação mutuamente benéfica com a União Econômica Euroasiática e seus Estados membros.
Somos um país pequeno, submetido há seis décadas a um bloqueio econômico, comercial e financeiro, recrudescido nos últimos anos com medidas especialmente desenhadas para impedir o sucesso dos planos de desenvolvimento e tornar mais difícil a vida cotidiana do povo.
A injusta inclusão de Cuba na lista estadunidense de Estados que supostamente patrocinam o terrorismo teve um efeito nefasto na operabilidade financeira do país, provocando uma situação muito tensa na economia, que o povo cubano enfrenta com admirável valentia e criatividade.
Sob tais condições, a histórica compreensão, amizade e apoio de países como os que integram a UEEA tem um valor inestimável, que Cuba agradece profundamente.
Quero fazer chegar a todos vocês o sentimento de gratidão do povo e do governo cubanos pelo voto a favor da resolução contra o bloqueio que de forma esmagadora adota cada ano a Assembleia Geral das Nações Unidas, e que continuaremos apresentando enquanto se mantiver essa política ilegal, injusta e genocida.
Aqueles que nos bloqueiam jamais poderão compreender e, portanto, também não impedir, as excelentes relações entre nossos países e a visão compartilhada de que é possível um mundo melhor, e podemos fazê-lo juntos, baseados em princípios de cooperação, respeito mútuo e bem-estar compartilhado, valores todos que distinguem esta União.
Estimados amigos:
No limiar do décimo aniversário desta formidável associação reiteramos os parabéns, com a absoluta confiança de que os resultados desta década e as decisões emanadas da reunião de hoje vão servir de base para continuar dando impulso e fortalecendo o desenvolvimento econômico sustentável de todas as nações envolvidas, em prol de maior prosperidade para nossos povos. Nesse empenho, sempre podem contar com Cuba.
Muito obrigado (Aplausos).
