
A pergunta chegou quase ao terminar a entrevista, e pôs a manchete: Qual você acha que tenha sido o maior legado de Andrés Manuel López Obrador?
«O amor ao povo. Definitivamente, pelo bem de todas e todos, primeiramente as e os pobres, com o povo todo, sem o povo nada. Posso reduzir isso em algo que soa muito simples mas que é muito profundo: o amor ao povo».
Quem assim fala é Carolina Rangel, eleita recentemente secretária-geral do Partido Movimento de Regeneração Nacional (Morena), que na segunda-feira, 30 de setembro, se reuniu na Cidade do México com o primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez. Carolina é uma jovem de 35 anos, que em sua conta da rede social X se declara «moreliana, obradorista, feminista, vegana, economista, quartotransformadora».
Ao terminar o encontro, na residência do embaixador de Cuba nesta nação, Carolina conversou com a equipe de imprensa que acompanha o presidente cubano em sua quinta visita ao México, depois que assumiu a presidência em 2018.
«O povo de Cuba e o povo do México sempre temos sido irmãos, historicamente. Este novo processo que nós chamamos de segundo piso da Quarta Transformação, também será para continuar caminhando juntos, continuar nos irmanando».
«O presidente Andrés Manuel López Obrador tem sido sempre um claro exemplo de dignidade, de carinho, de acompanhamento. Tem muito carinho do povo cubano, e muito agradecimento», comentou, «porque sempre esteve conosco nos momentos mais difíceis. Em uma das épocas mais complexas do mundo e de nosso país, durante a pandemia, sempre contamos com as autoridades e o povo cubano».
«Também quando atendemos um tema tão urgente como o da saúde, não somente na pandemia, porque era uma grande dívida que haviam deixado os governos neoliberais. E no povo cubano foi que encontramos este grande acompanhamento», disse.
Sobre a nova liderança do partido Morena, precisou que «a encabeça Luisa María Alcalde, uma extraordinária mulher, jovem de esquerda e de luta, com resultados em diferentes etapas da Quarta Transformação».
Falou do «grande comitê executivo nacional, que se conforma em sua maioria por jovens, mas com resultados, que viemos do ‘obradorismo’, dos princípios quartotransformadores».
Quanto muda na vida do México tantas mulheres assumindo altas responsabilidades?
«É uma enorme responsabilidade, porque em diferentes momentos históricos temos dito que as mulheres e as juventudes que estamos e que temos levantado a mão, podemos fazê-lo, e fazê-lo bem».
«Sim, somos juventude, mas ao mesmo tempo temos estado neste processo histórico de acompanhar AMLO nas boas e nas más. É um grande desafio fazer política com a ausência pública de López Obrador, mas sim com seu legado. Estas juventudes de Morena temos também a alta honra de acompanhar a primeira presidente no México».
«Quando falamos de que tempo de mulheres queremos, é que isso chegue ao âmbito público e ao privado. Que em cada um dos espaços, em cada um dos lares no México, chegue o tema de que este é tempo de mulheres».
«É uma mudança histórica para o país, que se vê refletida em sua Presidência, mas também na Presidência do Partido mais importante na atualidade. Não é somente pelo fato de sermos mulheres, mas de que são mulheres de esquerda, de luta, preparadas. É uma alta honra, mas uma alta responsabilidade também».
«Já não podemos recuar, as mulheres e as juventudes já não daremos nenhum passo atrás. É continuar conquistando direitos e buscar os direitos plenos para todo o povo, sobretudo para os setores historicamente vulnerados».