O anúncio dos benefícios de libertação antecipada concedidos pelo governo cubano gerou imediatamente, como sempre acontece com qualquer notícia sobre a Ilha, uma maré de deturpações e narrativas maliciosas.
A verdade é que foi tomada uma decisão unilateral e soberana: conceder liberdade a 553 pessoas punidas por diversos crimes.
O cúmulo da alienação de alguns, especialmente em Miami, foi exigir que ninguém fosse libertado, considerando qualquer negociação da Casa Branca com o «regime» como uma «desgraça intolerável».
Nada poderia estar mais longe da verdade. Parece que o orgulho obscurece o raciocínio. Sim, houve um acordo, ou melhor, um gesto de fraternidade, mas não com o governo dos EUA, e sim com o papa Francisco.
A decisão fez parte das relações estreitas e fluidas com o Pontífice, no espírito do Jubileu Ordinário de 2025 declarado por Sua Santidade, que começou recentemente.
Isso não é algo novo, surpreendente ou sem precedentes em nosso país; pelo contrário, é uma tradição nascida de valores e princípios que são a essência da Revolução.
Desde a primeira batalha, a do quartel de La Plata, na serra Maestra, em 17 de janeiro de 1957, até a batalha de Las Mercedes, no início de agosto de 1958, mais de 600 soldados de Batista estiveram nas mãos do Exército Rebelde nesse único front. Todos foram devolvidos às suas famílias.
O número total de soldados, classes e oficiais inimigos libertados incondicionalmente, durante a contraofensiva rebelde, foi de 443.
Conforme mencionado pelo Comandante-em-chefe Fidel Castro Ruz, no livro La contraofensiva estratégica: «Em 24 de julho, 253 prisioneiros foram devolvidos em Las Vegas. Os atos de libertação foram assinados por Pierre Jequier e Jean Pierre Schoenhoenlzer, delegados do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que vieram de Genebra, na Suíça».
Com a Revolução no poder, a prática humanitária de libertar, usando a soberania e as leis do país, ex-membros do exército da ditadura responsáveis por ultrajes e crimes, bem como terroristas e mercenários a serviço de Washington, continuou.
No final de 2011, a Gaceta Oficial de Cuba publicou um decreto autorizando o Conselho de Estado a conceder indulto a mais de 2.900 prisioneiros, uma decisão anunciada pelo general-de-exército Raúl Castro Ruz na Assembleia Nacional do Poder Popular.
Na mesma linha, o Conselho de Estado da República de Cuba, por ocasião da visita de Sua Santidade o papa Francisco, em 2015, e como aconteceu durante a visita dos Sumos Pontífices João Paulo II e Bento XVI, concordou em perdoar 3.522 presos sancionados.
Por outro lado, em 2019, o Conselho de Estado, de acordo com a recém-aprovada Constituição da República, levando em conta as solicitações dos familiares e em conformidade com a política estabelecida pelo governo cubano há vários anos, concordou em perdoar 2.604 presos que receberam penas efetivas de prisão.
Esses são apenas alguns exemplos do que é uma prática permanente da Revolução Cubana. Os benefícios recentemente concedidos de liberdade condicional, mudanças de medida, entre outros, constituem um ato humanitário e soberano.





