
São Petersburgo, Federação Russa.— Talvez «complementaridade» seja a palavra-chave que marcou os primeiros momentos desta terça-feira, 6 de maio, na cidade-porto. Ela foi pronunciada pelo presidente da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, em seu intercâmbio com os diretores da Biocad, a maior empresa inovadora de biotecnologia dessa nação eurasiática.
Nesse importante centro científico – o primeiro visitado pela delegação cubana de alto nível na terça-feira – os anfitriões expressaram ao chefe de Estado que a Federação Russa e a República de Cuba estão unidas por muitos anos de profunda amizade.
Uma ideia fundamental emergiu da apresentação dos cientistas russos: a história diz que somente trabalhando juntos é possível superar todos os obstáculos.
Entre outras finalidades, a Biocad realiza o ciclo completo de desenvolvimento, pesquisa e produção de medicamentos para tratar doenças oncológicas, autoimunes e órfãs (doenças crônicas, graves e raras, que afetam uma em cada 5.000 pessoas). A entidade tem seis instalações industriais, cerca de 3.000 funcionários e 40 laboratórios. Após 24 anos de existência, garante a produção de milhares de medicamentos para a população russa.
O que a Biocad produz – conforme relatado na reunião da manhã – é exportado para mais de 30 países, especialmente os do sul da Ásia, África e América Latina, incluindo a Ilha maior das Antilhas, onde três dos produtos do centro científico já estão registrados.
Com relação às perspectivas para o desenvolvimento da cooperação entre os dois países, os diretores da Biocad disseram que são enormes, com a possibilidade de aumentar o fornecimento de medicamentos já presentes no país caribenho.
O presidente Díaz-Canel disse que a Biocad é uma empresa conhecida por seu prestígio no campo biofarmacêutico e fez uma analogia entre o centro russo e a BioCubaFarma, porque ambas as entidades compartilham conceitos fundamentais, como o ciclo fechado ou as formas pelas quais o desenvolvimento de negócios evoluiu.
«Vemos uma grande semelhança e talvez complementaridade entre os produtos desenvolvidos por vocês e por nós», disse o dignitário, que também comentou que os passos adiante já dados respondem ao consenso sobre a agenda alcançada com o presidente Vladimir Putin.
O primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba agradeceu a seus interlocutores «os fornecimentos que fizeram como ajuda humanitária a nosso país». Também enfatizou que as propostas estavam abertas para estudo de ambos os lados, em termos de desenvolvimento de produtos inovadores.
O segundo ponto do itinerário da manhã de terça-feira foi a Geropharm, uma empresa de biotecnologia que colocou a Federação Russa entre os líderes em expectativa de vida ativa, empregando atualmente 350 pesquisadores, e cujo portfólio inclui uma gama de todas as insulinas mais procuradas.
Um intercâmbio entre o chefe de Estado e os anfitriões da empresa revelou que cinco insulinas produzidas pela Geropharm em Cuba já obtiveram registros sanitários do Cecmed (Centro de Controle Estatal de Medicamentos, Equipamentos e Dispositivos Médicos), enquanto três medicamentos estão em processo de registro.
Antes de percorrer o coração da fábrica de medicamentos, o presidente Díaz-Canel Bermúdez comentou sobre a possibilidade de realizar projetos conjuntos, além de afirmar que na Ilha «sua insulina é bem conhecida e que eles, os amigos russos, são hóspedes permanentes na Ilha maior das Antilhas».
