ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
A importância de fortalecer as relações econômicas e comerciais entre os dois países também foi discutida na reunião. Foto: Alejandro Azcuy Domínguez. 

Moscou, Federação Russa.— «Estou convencido de que podemos avançar», disse na manhã da quinta-feira, 8 de março, o presidente da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, em uma reunião com dezenas de representantes da missão estatal da Ilha na Federação Russa.
 O chefe de Estado disse a seus interlocutores que era um prazer estar com eles e depois se referiu ao gigante eurasiático como «um país importante para nós», que estará cada vez mais envolvido na vida econômica de Cuba.
 Em um relato compartilhado sobre a essência dessa visita oficial, Díaz-Canel comentou que o itinerário da delegação de alto nível da Ilha maior das Antilhas começou na cidade de São Petersburgo. «Que importância atribuímos a esta visita», disse o presidente, antes de continuar dizendo que os representantes do país caribenho chegaram ao solo russo para participar, em primeiro lugar, da celebração do 80º aniversário da Grande Vitória sobre o fascismo na Grande Guerra Patriótica.
 O primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba refletiu que, em tempos como os atuais, quando se trata de reescrever a história a partir de posições ocidentais, é necessário defender o retorno à memória histórica e comemorar o aniversário da vitória soviética com rigor.
 «Estar aqui era fundamental», disse o presidente, referindo-se ao 65º aniversário do restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e Rússia como sendo de especial importância.
 «Deve-se dizer que as relações entre Cuba e Rússia resistiram ao teste do tempo», disse. «São 65 anos em que muitas emoções e projetos foram compartilhados, em que a chama da amizade e da solidariedade nunca se perdeu». O chefe de Estado falou em termos de «relações familiares», porque em «todos os nossos lares há elementos dessas relações».
 Enfatizou que «no momento, é preciso dizer que temos um relacionamento importante e que o nível de consulta política é alto».
 «Observamos que o presidente Putin é sensível aos problemas de Cuba», disse Díaz-Canel. E afirmou que, na reunião de quarta-feira, 7 de maio, com o líder russo, «conseguimos fortalecer um grupo de propostas que havíamos trazido conosco. Queremos projetos que sejam mutuamente benéficos», acrescentou.
 Também explicou a importância de ter estado em São Petersburgo, «porque o governador dessa grande cidade tem sido muito ativo em nos aproximar do país caribenho, e porque há acordos de geminação que estão sendo revitalizados».
 Desta vez, informou o presidente, «pudemos apreciar o potencial biotecnológico de São Petersburgo, uma cidade que também se distingue por sua história. A homenagem às vítimas de Leningrado é algo que emociona», destacou o chefe de Estado.
REFLEXÕES SOBRE A CUBA QUE RESISTE
 O presidente falou aos representantes da missão oficial cubana na Federação Russa sobre a complexa realidade enfrentada pelo país caribenho: «Deve ficar claro para nós que podemos superar o bloqueio, e temos que fazê-lo trabalhando, com talento e inteligência».
 O chefe de Estado detalhou como «um sistema de trabalho é aplicado, pelo qual vamos todos os meses a todas as províncias».
 Em sua opinião, essas visitas nos permitem «ver o que está errado; mas há muitas coisas que estão sendo feitas por coletivos de trabalho que têm lideranças diferentes, que dão maior participação a seus trabalhadores; pessoas que não reclamam e saem para fazer coisas».
 O presidente falou sobre a importância de ampliar as boas práticas e enfatizou que o contexto adverso «não pode ser mudado de uma só vez, e que o que é necessário é acumular resultados até darmos um salto qualitativo».
 «Há muitas pessoas inovando, fazendo coisas verdadeiramente heróicas e transformadoras», afirmou. E depois explicou aos membros da missão oficial as prioridades atuais da liderança do Partido e do Governo em Cuba; entre elas, a unidade, com base no chamado feito pelo general-de-exército Raúl Castro Ruz, para defender essa força como algo vital.
 «Se as pessoas participarem, alcançaremos vitórias juntos; é aí que estamos nos unindo, é aí que estamos fortalecendo a unidade e, acima de tudo, com uma visão para os jovens».
 O presidente também falou sobre os encontros com a história em lugares de todo o país.
 Lembrou as visitas ao Comando de La Plata, à praia de Duaba, a San Lorenzo, à praia de Girón, a Mangos de Baraguá, e destacou que, além do primeiro encontro, o transcendental é como outros grupos de jovens estão repetindo essa abordagem da história.
 O presidente cubano falou sobre o Programa de Governo para resolver os problemas estruturais da economia; sobre as fontes de energia renováveis e como, a partir de 2025, Cuba terá mil megawatts de energia solar fotovoltaica; sobre como «conseguimos fechar os três primeiros meses do ano sem déficit orçamentário em nível nacional e como seis províncias já estão registrando superávits», disse o presidente cubano.
 Enfatizou que «o desafio não é apenas crescer economicamente, mas alcançar o crescimento econômico, mas com justiça social».
 «A situação é difícil, mas há saídas», reafirmou o dignitário. E enfatizou que «o importante é continuar vivendo e lutando, não se deixar humilhar, porque a história tem mostrado que quando se enfrenta o império com dignidade, o império não pode reagir como gostaria».
 Sobre o mais recente 1º de maio e a tremenda marcha popular liderada por mais de cinco milhões de cubanos, Díaz-Canel enfatizou que aqueles que não nos entendem e se opõem a nós sentiram essa marcha: «Que eles me encontrem um lugar no mundo onde foi realizada uma marcha mais massiva do que em Cuba», disse.
 Na reunião de quinta-feira, 8 de maio, os representantes da missão estatal  falaram sobre o trabalho de seus funcionários para fortalecer as relações econômicas e comerciais entre os dois países, bem como para continuar promovendo a formação de profissionais altamente qualificados em universidades e outras instituições acadêmicas da Federação Russa.

Foto: Conta X da Presidência Cubana.