ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
«O povo chinês sempre pode contar com o apoio da Revolução Cubana », disse o ministro das Relações Exteriores da Ilha. Photo: Estúdios Revolución
«China e Cuba estão unidas em um caminho comum de luta revolucionária para alcançar a plena independência e soberania, enfrentando agressões de todos os tipos», disse o membro do Bureau Político cubano e ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla na quinta-feira,15 de agosto,  falando no evento que marcou o 80º aniversário da vitória na guerra de resistência do povo chinês contra a agressão japonesa e na guerra mundial antifascista.
 
Liderada por Miguel Díaz-Canel Bermúdez, primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista e presidente da República, a comemoração reuniu no Palácio da Revolução líderes do Partido, do Estado e do governo, representantes das Forças Armadas Revolucionárias (FARs), do ministério do Interior (Minint), da União dos Jovens Comunistas e organizações de massa; assim como o embaixador da República Popular da China, Hua Xin, funcionários de sua embaixada, estudantes e líderes empresariais daquela nação irmã.
 
Rodríguez Parrilla enfatizou que a guerra travada pelo heroico povo chinês foi a primeira do gênero a começar e a mais longa. «Também marcou a primeira vitória completa da China após quase um século de agressão externa. Este grande triunfo também abriu caminho para a revitalização nacional».
 
«O que essa vitória representou para a China e para o mundo deve ser apreciado em seu verdadeiro valor», afirmou: «Ninguém pode subestimá-la ou minimizar sua importância, mesmo que haja uma tentativa imperialista persistente de apagar a história, distorcê-la e vulgarizá-la, como parte da restauração neoliberal e capitalista que eles estão tentando nos impor».
 
O chanceler cubano destacou como o povo chinês, com singular coragem, impediu que tropas inimigas cruzassem seu território e chegassem à fronteira com a então União Soviética, no exato momento em que a Alemanha nazista invadia a URSS.
 
«Lembrar esses eventos no momento presente, quando o mundo enfrenta novamente as consequências da guerra, e a paz e a estabilidade globais estão ameaçadas por interesses belicistas, quando as tendências neofascistas estão ganhando terreno, é também um chamado à humanidade para não esquecer as lições da história e um lembrete de que o que precisamos hoje é dedicar nossas energias e esforços para preservar a paz e promover o desenvolvimento e a justiça», afirmou.
 
Em meio a essa tenaz resistência, enfatizou o ministro das Relações Exteriores, «forjou-se um gigante, não só pela sua vasta geografia e tamanho inigualável, mas também pela acertada decisão de construir um futuro próspero, com o apoio coletivo dos homens e mulheres do povo, porque a batalha era de todos, não apenas de um exército».
 
«A subsequente fundação da Nova China em 1949 foi um marco na luta pela verdadeira independência e soberania popular. Somente um projeto genuíno como o liderado por Mao e os revolucionários chineses poderia restaurar a plena dignidade do altruísta povo chinês», afirmou o ministro.
 
Oitenta anos depois, a China, sob a liderança sábia e eficaz do Partido Comunista, permanece como um grande país, com força comprovada e determinação inabalável.
 
«Embora os desafios e dificuldades no caminho para o seu desenvolvimento tenham sido consideráveis, o gigante asiático perseverou na defesa de um modelo socialista com características próprias e únicas, que promove a paz, o respeito e a solidariedade como seus valores fundamentais».
 
Sobre as relações entre os dois países, o ministro das Relações Exteriores observou que «Cuba se sente honrada por ter sido o primeiro país do Hemisfério Ocidental a reconhecer o governo da República Popular da China como o único representante legítimo do povo chinês e, em 28 de setembro, celebraremos o 65º aniversário de laços diplomáticos ininterruptos».
 
Enfatizou que o Comandante-em-chefe Fidel Castro Ruz e o general-de-exército Raúl Castro Ruz, juntamente com as novas gerações de líderes do Partido e do governo, deram alta prioridade e atenção pessoal à promoção do desenvolvimento abrangente das relações com a China.
 
Rodríguez Parrilla saudou a ascensão de uma China próspera e socialista. «Seu desenvolvimento constitui um fator de estabilidade, equilíbrio e oportunidade para todo o planeta, em particular para os países em desenvolvimento e a região da América Latina e do Caribe», reconheceu.
 
O chefe do ministério das Relações Exteriores agradeceu à China por sua clara e contundente oposição ao bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos, bem como pela inclusão arbitrária de nosso país na lista espúria dos chamados patrocinadores do terrorismo.
 
«Cuba mantém e manterá apoio firme e irrestrito ao princípio de Uma Só China e se oporá resolutamente a qualquer tentativa de minar sua soberania e integridade territorial», reiterou.
 
«O povo chinês sempre pode contar com o apoio da Revolução Cubana; juntos contribuiremos para construir um futuro mais justo e equitativo para todas as nações», enfatizou o ministro das Relações Exteriores.
 
Por sua vez, o embaixador Hua Xin, em seu discurso no evento, lembrou que há 80 anos, sob a liderança do Partido Comunista da China, e após 14 anos de batalhas sangrentas e com o enorme sacrifício de mais de 35 milhões de pessoas, o povo chinês derrotou os invasores militaristas japoneses e alcançou uma grande vitória.
 
«Foi uma vitória não apenas para o povo chinês, mas também para os povos do mundo. Honrar os heróis que se sacrificaram na guerra e todos aqueles que contribuíram para a vitória do povo chinês é um sinal de respeito pela história», disse.
 
Informou que em 3 de setembro deste ano, um grande desfile militar será realizado em Pequim, «para o qual convidaremos amigos internacionais que contribuíram para a vitória da China para observar a cerimônia, comemorar a luta conjunta do passado e expandir as forças da justiça no mundo de hoje».
 
«As dolorosas lições da Segunda Guerra Mundial não acabaram», alertou, «e a história precisa avançar, e não retroceder; o mundo precisa se unir, e não se dividir. Comemoramos este dia importante para instar a comunidade internacional a aprender com a história e se opor firmemente a todas as formas de hegemonia e política de poder», afirmou.
 
O diplomata chinês acredita que os povos amantes da paz ao redor do mundo deveriam se lembrar da história escrita com sangue e vidas, defender firmemente as conquistas da vitória na Segunda Guerra Mundial, aderir ao verdadeiro multilateralismo e promover conjuntamente a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade, trabalhando juntos por um futuro mais brilhante.
 
Considerou China e Cuba forças importantes no Sul Global e «permaneceremos firmes no lado certo da história, fortalecendo a unidade e a cooperação, a fim de fazermos juntos maiores contribuições para a paz e o desenvolvimento globais e para a defesa da equidade e da justiça internacionais».