ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
oto: Pintura de Alfredo Sosabravo. 
Na década de 1970, a Revolução Cubana tornou-se um símbolo de resistência e autodeterminação para muitas nações da região, que buscavam contrabalançar a influência dos Estados Unidos.
 
Essa atmosfera de busca por identidade permitiu que os estados caribenhos vissem a Ilha não apenas como uma vizinha, mas como uma potencial aliada em sua luta pela independência econômica e política.
 
Com essa certeza, em 8 de dezembro de 1972, simultaneamente, quatro países caribenhos de língua inglesa – Barbados, Guiana, Jamaica e Trinidad e Tobago – estabeleceram relações diplomáticas com a Ilha maior das Antilhas.
 
Embora o estabelecimento formal da Comunidade do Caribe (Caricom) e a assinatura do Tratado de Chaguaramas tenham ocorrido em 1973, as trocas e iniciativas de integração e coordenação regional que precederam e envolveram esses eventos fundadores explicam por que os primeiros contatos e compromissos são comemorados nesta data.
 
Desde o seu início, essa relação representou um desafio às políticas isolacionistas de Washington em relação à Ilha. Naqueles primeiros tempos, para Cuba, a Caricom representava um caminho para fortalecer sua posição no Caribe, enquanto os países membros viam Havana como um modelo a ser seguido em termos de educação e saúde.
 
A Caricom, criada no início da década de 1970 (consolidando a integração caribenha após processos anteriores), buscou afirmar sua autonomia e diversificar suas relações externas.
 
A convergência de interesses facilitou o estabelecimento de relações, que se materializaram em uma data que ambas as partes concordaram em preservar oficialmente.
 
Com o tempo, a relação foi construída sobre pilares de solidariedade, cooperação e um senso compartilhado dos desafios que enfrentavam como povos caribenhos, mas não se limitou a aspectos diplomáticos; expandiu-se para áreas cruciais para alcançar um futuro mais próspero e sustentável para a região.
 
O envio de médicos cubanos para diversos países da Caricom tornou-se um símbolo de amizade. Essa abordagem humanitária, com seu impacto tangível na qualidade de vida de muitas comunidades caribenhas, fortaleceu ainda mais os laços entre Cuba e os países da região.
 
Há mais de 50 anos que a Ilha presta serviços médicos nos Estados-Membros e também concede bolsas de estudo e assistência médica gratuita em situações de catástrofes naturais, como aconteceu no Haiti, quando um grande número de médicos foi destacado para combater a epidemia de cólera em 2010.
 
Entretanto, o apoio incondicional da Caricom tem sido constante em todos os fóruns internacionais contra o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos EUA à nação caribenha, bem como contra sua exclusão da lista de supostos Estados patrocinadores do terrorismo.