
“LUTAR pela paz é o dever mais sagrado de todos os seres humanos”. E, contudo, por ocasiões, essa luta deve ser travada com as armas na mão. José Martí entendeu desde bem cedo em sua vida que o amor à Pátria “é o ódio invencível àquele que a oprime, é o rancor eterno a quem a ataca”. E por causa desse amor, a guerra, às vezes, torna-se necessária.
Para Fidel, a defesa da Pátria tem sido uma constante nestes 90 anos. Está expresso em suas ações e em suas próprias palavras, quando disse que “[...] a defesa do país não é um fenômeno exclusivamente militar, é, perante tudo, um conjunto de medidas de caráter político e econômico, encaminhadas a criar as condições necessárias para enfrentar todos os perigos e obter a vitória [...]”.
Como estudante universitário sua trincheira de combate foi a Federação dos Estudantes Universitários (FEU), através da qual empreendeu a luta contra os corruptos. Depois, veio o enfrentamento a partir das fileiras do Partido Ortodoxo. Porém, quando o golpe de Estado de Batista fechou o caminho à política, as armas foram a única forma de abrir passagem para derrubar o opróbrio no qual tinham sumido a nação.
Aquele 26 de julho foi a primeira prova dos sacrifícios que Fidel e os jovens de sua geração estavam dispostos a fazer por amor ao seu país. Nem a prisão nem as vicissitudes do exílio enfraqueceram seu espírito. O ideal era muito maior do que as provas e por isso nem sequer os acontecimentos de Alegria de Pio conseguiram fazer decair suas convicções. Em 18 de dezembro de 1956, com apenas 12 homens, sete fuzis e um exército de 80 mil soldados e armas modernas perseguindo-o, Fidel ratificou que venceriam. Esse é que era o poder desse amor.
A história de Cuba está cheia de relatos de homens e de mulheres de paz, para os quais o compromisso com o destino de sua Pátria os levou a combater. Pessoas simples que em virtude desse afeto profundo se transformaram em grandes generais que levaram os cubanos à vitória. Fidel converteu-se em um deles.
A luta na Serra Maestra reafirmou-o como líder não somente no plano político, mas também trouxe à baila suas qualidades de estrategista militar, que soube remontar a cruenta ofensiva do exército da tirania e levar o triunfo a um grupo de homens que combateram com desvantagem numérica, pessimamente armados e, a grande maioria deles, sem experiência na guerra.
Mas o dia 1º de janeiro de 1959 apenas marcou uma mudança na forma em que a Pátria deveria ser defendida. Conquistada a verdadeira independência, a luta seria então por preservar essa soberania, a de determinar o destino do país e construir uma nação com todos e para o bem de todos.
Fidel compreendeu, como ninguém, que não há exército mais forte que um povo. Particularmente um, como o cubano, que tanto nas cidades como nas montanhas tinha feito enormes sacrifícios pela liberdade.
A salvaguarda dessa conquista tão prezada e cara só podia estar nas mãos do povo. É pó isso que, desde os primeiros momentos, a esses homens e mulheres humildes coube a proteção do país, bem fossem organizados em milícias para limpar nossas matas daqueles que matavam, pagos e armados a partir do estrangeiro, como parte do nascente exército da Revolução ou dos órgãos da Segurança do Estado, nos Comitês de Defesa da Revolução ou na trincheira de combate, tal como coube a muitos durante a invasão pela Baía dos Porcos e os dias da Crise de Outubro de 1962.
Essa concepção é a que perdura hoje, inclusive, convertida em lei, porque cada cubano tem o direito de lutar por seu país e preservá-lo daqueles que tentem fazer-lhe mal. Um espaço no qual a mulher está na primeira fila, desde as Marianas da Serra até a Brigada da Fronteira.
Fidel converteu a defesa da Pátria, em todos seus fronts, em parte essencial de sua vida e ao povo em seu melhor aliado, sua maior confiança e a forma maior. E tudo pela paz.
Se como estrategista venceu com a sua inteligência e sua condução das tropas contra os mercenários, em 1961; se como homem de Estado brilhou nos dias de Outubro de 1962, como disse Che Guevara; não foram menos importantes suas batalhas em defesa de Cuba durante a Operação Verdade, na ONU, esclarecendo o povo acerca dos perigos e ameaças que pairavam sobre nós em cada momento da vida do país.
Essa liderança foi essencial, ainda, nos triunfos que na esfera militar também conseguiu esta Ilha pequena assediada por ataques piratas, sabotagens, bloqueios e eternas campanhas da mídia. Cada denúncia perante o mundo era uma forma de dizer que Cuba não estava procurando o confronto; mas sim o respeito à sua decisão soberana de construir o socialismo; mas que, caso chegado o momento, não duvidaríamos em dar a vida.
Fidel nunca deixou de lutar por Cuba, e isso ele está fazendo hoje, no campo das ideias. Eternamente por amor a esta terra, a paz e o melhor do ser humano.






