NÃO é surpreendente que Cuba, a Ilha maior das Antilhas, continue ocupando a segunda colocação como destino turístico no Caribe, de acordo com um relatório recente da Organização do Turismo do Caribe.
Vários fatores têm contribuído para isso. Não podemos esquecer que no ano passado chegaram a Cuba 3.002.745 visitantes, número apenas superado pela República Dominicana, com pouco mais de cinco milhões, país que ocupa o topo como destino turístico no Caribe.
Segundo a imprensa especializada, os números sugerem que vai ser reduzida a distância registrada. Já no primeiro trimestre de 2015, a maior ilha do Caribe recebeu 1.136.948 de visitantes, enquanto que República Dominicana registrou 1.499.402 visitantes, na mesma época. À primeira vista, se aprecia uma aproximação substancial entre o número de visitantes recebidos pelos dois países.
Não ficamos surpresos quando sabemos os esforços feitos em Cuba no turismo, tanto para melhorar sua infraestrutura de alojamento, na abertura de novos complexos e a incorporação de proprietários de casas particulares, bem como para fornecer um excelente serviço. Foram assinados acordos com companhias aéreas de várias latitudes para melhorar e expandir as ligações aéreas e até mesmo iniciar novas rotas para o arquipélago.
E entre os fatores que contribuem para o aumento é importante, sem dúvida, a abertura de novas oportunidades comerciais, oferecidas pela abertura da Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel, onde representantes do governo, investidores e inúmeras empresas de todo o mundo têm valorizado as oportunidades de negócios e de investimentos em Cuba.
Também não podem ser ignoradas as perspectivas que surgiram com a aproximação Cuba-EUA, devido ao interesse do público americano de conhecer o país para o qual lhe foi proibido viajar por mais de 50 anos.
Recentemente, uma publicação americana especializada na Internet lançava esta manchete: “O sonho de todo mergulhador: os primitivos corais de Cuba” e reconhecia que “se as restrições de viagem que pesam sobre turistas norte-americanos para viajar a ilha são retiradas, a atual e remota península de Guanahacabibes poderia se tornar um destino popular”.
E precisamente esse ponto extremo ocidental de Cuba foi distinguido pela Unesco como uma Reserva da Biosfera, por causa de sua natureza especial, com ecossistemas muito frágeis. De acordo com os estudos, Guanacahabibes tem um dos mais bem preservados corais do arquipélago e do mundo. Além de outras plantas e animais únicos, tem 22 praias e não menos importante, se estima que no fundo de seus mares há dezenas de navios piratas naufragados da era colonial.
A ILHA CARIBENHA COM MAIOR DIVERSIDADE DE ESPÉCIES
A península mais ocidental do país é um exemplo, mas existem dezenas de áreas protegidas espalhadas por todo o território nacional que podem ser alvo da atenção dos visitantes.
A natureza dotou do arquipélago cubano de uma particular flora e fauna, causada por sua posição geográfica, forma alongada e estreita, estrutura geológica e isolamento, de modo que esta é considerada pelos especialistas como a ilha caribenha de maior diversidade de espécies.
Essa riqueza espalhada no arquipélago (que consiste em 4.195 pequenas ilhas, ilhotas e rochedos) está protegida pelo Estado cubano em refúgios de fauna, reservas ecológicas, parques nacionais, ou outras categorias de manejo que foram criadas após o triunfo da Revolução.
Cuba dispõe de 211 áreas protegidas em áreas que incluem plataforma insular marinha até 200 metros de profundidade, como disse a diretora do Centro Nacional de Áreas Protegidas do país. Segundo a especialista, a cobertura total é de 20% da superfície do país, o equivalente a uma quinta parte do seu território.
Reconhecido mundialmente por instituições internacionais, o país tem seis Reservas da Biosfera, categoria outorgada pela Unesco para os locais de demonstração de biodiversidade global e que podem ser habitados de forma sustentável.
Essa diversidade pode ser vista em lugares exclusivos, devido à fragilidade dos seus ecossistemas, pelo qual é impossível fazer um turismo em massa, totalmente incompatível com essa modalidade turística.
As Reservas da Biofera são: Sierra del Rosario, na província Artemisa, a primeira declarada, em 1985; depois a Península de Guanahacabibes, em Pinar del Rio; Cuchillas de Toa ao leste do país, nas províncias de Guantánamo e Holguín; Baconao, em Santiago de Cuba e Buenavista, no centro, cobrindo Villa Clara, Sancti Spiritus e Ciego de Avila) Finalmente, a de Ciénaga de Zapata, localizada na província de Matanzas.