ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA

NO sábado 23 de janeiro teve lugar uma reunião de trabalho e de intercâmbio em que foram examinados temas como a exploração da terra por parte dos usufrutuários e outros temas de interesse nacional, como parte de um processo que — iniciado na província de Mayabeque e depois na de Artemisa— se estenderá paulatinamente às demais províncias.

Pela primeira vez — conforme ratificou ao jornal Granma o segundo secretário do Comitê Central do Partido, José Ramón Machado ventura — se realiza um controle com este nível de profundidade e exigência, mediante visitas a fazendas, sete anos após ter sido implementadas em Cuba as normas jurídicas que permitiram incorporar, ao âmbito agrícola da nação, a estes produtores de gestão não estatal que podem ligar-se, voluntariamente, a cooperativas agropecuárias de qualquer denominação: CCSs, CPAs e UBPCs.

Dois momentos principais determinaram as discussões: o primeiro, uma radiografia para saber em que medida está sendo aproveitado o usufruto e, segundo, como produzir maiores volumes de alimentos (com o conseguinte abastecimento a Havana, na qualidade de principal destinatário das produções da província de Artemisa) e fazer com que diminuam os preços desses genéricos.

O segundo secretário do Partido insistiu em que devem ser resolvidas sem demora as lacunas que puderam existir nos primeiros anos, determinando as responsabilidades de cada um, os tramites pertinentes, que estão definidos nas disposições legais.

Lembrou que já se deram alguns passos para fortalecer o setor dos usufrutuários, como o encontro efetuado com eles em 2011, o pacote de medidas adotadas para permitir o bom andamento das Unidades Básicas de Produção Cooperada (UBPCs), o 11º Congresso da Associação Nacional de Camponeses (ANAP) e o trabalho realizado em todos os municípios.

Após reconhecer que a maioria das propostas dos usufrutuários foram resolvidas, cabe agora a eles dar um salto na produção, deixando de lado os problemas e desleixos que até agora entorpeceram o processo.

“Um país que se respeite deve ter controle sobre isto, e ainda mais nós aqui no socialismo” — reiterou Machado Ventura— onde a terra é em sua maioria, propriedade do povo representado pelo Estado. Daí que a ordem que se busca na agricultura deve ser acompanhada de “uma verificação rigorosa a cotidiana”.

Durante o encontro, vários produtores referiram-se a temas como os altos preços dos produtos agrícolas, questão que se agrava pela rede de intermediários ilegais os quais ganham mais que aqueles que produzem. Outros assuntos debatidos foram o cumprimento dos contratos, a necessidade de estabelecer um topo aos preços, a entrega dos recursos que deve ser mais equitativa, para que aqueles que hoje produzem menos tenham maiores