ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Instituto Superior de Design. Estudantes em suas salas de aulas debatem novos projetos. O ensino superior em Cuba aplicou importantes transformações, em um esforço encaminhado a usar mais eficientemente os recursos humanos e materiais.

COM a divisa “Universidade inovadora por um desenvolvimento humano sustentável”, chega pela 10ª ocasião o Congresso Internacional de Educação Superior, reunião que convoca o Ministério de Educação Superior (MES), patrocinada por um significativo número de instituições.

O encontro de casas de altos estudos terá lugar no Palácio das Convenções de Havana, de 15 a 19 de fevereiro, e desde já se antecipa que serão cinco dias de intenso trabalho nas temáticas ligadas ao ensino universitário.

“Para nós tem uma importância vital. É um espaço de debates e de encontro, para mostrar as melhores experiências nos processos de formação e pertinência dos profissionais universitários. Tem um peso muito forte na atividade de pós-graduação”, assegurou à imprensa o vice-primeiro-ministro do MES, José Ramón Saborido Loidi.

Organizado em 19 oficinas, o programa inclui, também, conferências magistrais, um foro de reitores de instituições de Educação Superior, cursos pré-congresso, encontros e simpósios.

Até o fechamento desta edição se calculava a participação de 2,2 mil delegados estrangeiros, entre eles figuras de relevo como presidentes, reitores e secretários de instituições acadêmicas e de organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

CONSIDERÁVEL PRESENÇA DA AMÉRICA LATINA

Cuba estará presente em Universidade 2016 com aproximadamente 630 pessoas, entre delegados e convidados procedentes de todas as províncias do país. As universidades da Ilha estarão representadas por seus reitores neste congresso.

Até 1º de fevereiro mais de 60 países de todos os continentes tinham confirmado sua participação no Programa Científico. Entre os assistentes pela África destacam a delegação de Angola e Moçambique.

Entre as nações da região vale ressaltar que a Nicarágua, Equador e Colômbia incrementam o número de delegados em relação a edições anteriores. Em sentido geral, a presença da América Latina vai ser substantiva.

Por outro lado, aumenta a assistência de acadêmicos dos Estados Unidos, França, Alemanha, Bélgica e Espanha, em um contexto marcado pelo reatamento das relações diplomáticas entre a Ilha e o país do Norte, em dezembro de 2014 e pelo fortalecimento dos nexos com o Velho Continente.

Da mesma maneira avaliam o prestígio ganho por este congresso, a presença destacada de organismos internacionais, liderados pela Unesco, e de ministros, vice-ministros, mais de 200 reitores e diretores de Educação.

UM DIA PARA FIDEL

Universidade 2016 não quis passar por alto o 90º aniversário do líder histórico da Revolução Cubana, pelo que será realizado o painel “Fidel Castro e o Desenvolvimento da Universidade Inovadora”.

Durante a jornada da inauguração prevê-se a saudação do vice-diretor geral de Educação da Unesco, doutor Qian Tang, e uma conferência do ministro de Educação Superior do país anfitrião, doutor Rodolfo Alarcón Ortiz.

Este congresso internacional tem seu antecedente na Conferência da Unesco para o Desenvolvimento da Educação Superior na América Latina e o Caribe, realizada em Cuba, em 1996.

A partir de então determinou-se convocar com frequência bienal este encontro, que inicialmente teve um caráter marcadamente latino-americano, mas de forma paulatina foi alargando seus horizontes geográficos.

O CONGRESSO E A UNIVERSIDADE CUBANA DE HOJE

O contexto em que tem lugar este encontro da Educação Superior é bastante peculiar para as instituições universitárias da Ilha.

Sobressai o processo de integração, que já materializaram quase a totalidade das universidades do país, que consiste em agrupar, numa só sede provincial, todas as instituições de altos estudos de cada território, o que contribuiu para um uso mais eficiente dos recursos humanos e materiais.

É igualmente destacável o propósito de reduzir para quatro anos os estudos superiores — atualmente são de cinco na maioria das carreiras —, temperando esta mudança aos padrões internacionais e à situação demográfica que enfrenta o país, sem que isto signifique prejudicar a qualidade do ensino.

Por último e não menos importante é a decisão de incluir o domínio do idioma inglês, como requisito indispensável para os formados de todas as carreiras universitárias e as disposições já aprovadas para estimular a matrícula nas especialidades pedagógicas e as que se estudam em cursos por encontro e educação à distância.

Com estas transformações ao interno e com os debates de especialistas durante as sessões plenárias, o Congresso Internacional Universidade 2016 dá passos rumo ao objetivo de avançar na integração da Educação Superior na América Latina e o Caribe.