
O patriarca Kirill de Moscou e de toda a Rússia oficiou uma Divina Liturgia na catedral ortodoxa russa Nossa Senhora de Kazán, no domingo 14 de fevereiro, na qual marcou presença o presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, Raúl Castro Ruz.
Também marcaram presença na liturgia o primeiro vice-presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros Miguel Díaz-Canel Bermúdez; o presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular Esteban Lazo Hernández e a primeira secretária do Partido em Havana e vice-presidente do Conselho de Estado, Mercedes López Acea.
Durante a celebração da liturgia o patriarca lembrou a história da catedral de Nossa Senhora de Kazan e disse que celebrava esta Divina Liturgia com um sentimento muito particular, precisamente porque há 45 anos tinha sido consagrada a primeira paróquia ortodoxa russa, antecedente da atual catedral.

Depois, lembrou a conversação com Fidel da qual surgiu a ideia do templo onde se encontra hoje, diálogo que lhe permitiu falar sobre a importância da Igreja Ortodoxa Russa na história de seu país. Fidel manifestou então que estaria muito feliz de que fosse construído um templo ortodoxo russo em Havana e foi Eusebio Leal quem ajudou a escolher o lugar onde depois foi colocada a primeira pedra, com o compromisso de voltar a celebrar uma Divina Liturgia.
Lembrou, ainda, o momento em que consagrou a catedral, em 2008, como metropolitano de Smolensk e Kaliningrado.
“Eu vou continuar orando por Cuba, vou continuar rezando pelo senhor e por seu irmão, com os qual tive o prazer de me reunir ontem, pelo povo cubano e pelos cristãos cubanos”, expressou sua Santidade Kirill.
Acerca do texto evangélico lido disse que é difícil atualizá-los, pô-los no contexto de hoje porque nos separa uma distância muito grande, mas parou para refletir acerca da história de Zaqueo, um arrecadador de impostos que muda graças à influência de Jesus. A esse respeito quis dizer algumas palavras em Cuba: “O Senhor requer de cada um de nós ser revolucionários. Ele requer de nós uma revolução interna, a negação dos estereótipos, a valentia para segui-lo. Que o exemplo dado por Zaqueo nos ajude a nós”.

No fim da Divina Liturgia lembrou que a visita a Cuba coincidiu com um momento histórico para o cristianismo, o encontro fraternal e de amor com o bispo de Roma. “Apesar de manter as diferenças teológicas, entendemos a responsabilidade que temos com o que está acontecendo no mundo, a responsabilidade para que em nosso planeta haja paz, para que os seres humanos, com todas suas diferenças econômicas e políticas possam conviver em paz, para que nenhum motivo da política exterior provoque que alguém tente ter domínio sobre os outros”, acrescentou.
“Eu peço a vocês todos orarem para que através das forças conjuntas dos católicos e ortodoxos, o mundo mude; não somente do ponto de vista econômico, tão importante para os países pobres, mas também espiritual. Para que nenhuma crise das que está sofrendo o mundo e os estados, mudem a natureza moral de um ser humano”.
Disse sentir-se feliz pela presença das autoridades da igreja católica no templo e pela presença de Raúl.
“De todo coração desejo para vocês a ajuda de Deus — manifestou — prosperidade para o povo cubano. Cuba é um país heróico, mas o que aconteceu no aeroporto José Martí, quando pela primeira vez se reuniram um patriarca da Igreja Ortodoxa russa e um papa, isso torna extraordinária a Ilha da liberdade. Deus ajude a todo o povo cubano”.
Como recordação desse dia entregou uma imagem de Nossa senhora de Kazan e umas vestes para o templo; e a cada um dos participantes ícones do Salvador, para que os levem para suas casas.







